VACTERL/VATER
A Síndrome VACTERL/VATER é uma condição rara caracterizada pela presença de pelo menos três de sete defeitos congénitos específicos. O nome "VACTERL" é um acrónimo que representa estes defeitos, que são:
- Vértebras anormais (malformações da coluna vertebral)
- Ano imperfuração anal (abertura anal bloqueada)
- Coração (doenças cardíacas congénitas)
- Traquéia-Esofago (fístula traqueoesofágica e atresia esofágica, problemas entre o tubo de alimentação e das vias respiratórias)
- Rins (anormalidades renais)
- Membros (malformações das extremidades)
Estes defeitos ocorrem durante o desenvolvimento embrionário e podem afetar o funcionamento normal de vários sistemas do corpo. A Síndrome VACTERL/VATER não é uma condição hereditária, mas a causa exata ainda é desconhecida. O tratamento varia dependendo dos sintomas específicos e geralmente envolve várias cirurgias.
Bloch-Sulzberger (Incontinentia Pigmenti)
A síndrome de Bloch-Sulzberger, conhecida também como Incontinentia Pigmenti (IP), é uma doença genética rara e hereditária que afeta a pele e outras partes do corpo. A doença é mais frequentemente encontrada em mulheres, pois é transmitida de mãe para filha através de um gene no cromossoma X.
Os sintomas mais evidentes da síndrome são as alterações que ocorrem na pele, geralmente evidentes desde o nascimento ou aparecendo nas primeiras semanas de vida. Inicialmente, podem aparecer bolhas na pele que podem causar uma infecção secundária se explodirem. Com o tempo, as bolhas curam e formam uma erupção cutânea semelhante a verrugas. Finalmente, as áreas afectadas da pele ficam hiperpigmentadas (escurecida) e escamosas, geralmente seguindo um padrão linear ou em espiral.
Além das alterações na pele, pessoas com IP podem apresentar problemas oftalmológicos (como estrabismo, catarata, atrofia óptica, entre outros), dentais (dentes em falta ou anormalmente pequenos), ou neurológicos (incluindo convulsões, atrasos no desenvolvimento ou défices intelectuais). No entanto, o espectro de sintomas é muito variado e nem todas as pessoas afectadas apresentam todos os sintomas.
O tratamento para a síndrome de Bloch-Sulzberger é sintomático e suportivo, o que significa que se concentra em gerir os sintomas individuais da doença em vez de curar a doença em si. Isso pode incluir cuidados com a pele, acompanhamento oftalmológico regular, fisioterapia para ajudar com qualquer atraso no desenvolvimento e, em alguns casos, tratamento antiepiléptico. Embora a doença seja crónica, a maioria das pessoas afectadas consegue viver uma vida normal com a assistência médica adequada.
É recomendável que pessoas com IP ou que têm familiares com a doença procurem aconselhamento genético para entender melhor a doença e avaliar o risco potencial para futuros filhos.
Lesch-Nyhan
A síndrome de Lesch-Nyhan é uma condição genética rara que afeta principalmente os homens. Esta síndrome é classificada como um distúrbio metabólico, o que significa que interfere no processo que o nosso corpo usa para decompor e converter alimentos para energia.
Ela é caracterizada por três principais sintomas:
1. Níveis extremamente altos de ácido úrico no corpo. O ácido úrico é um produto residual do metabolismo normal que geralmente é eliminado pelos rins. No entanto, na síndrome de Lesch-Nyhan, o corpo produz muito mais ácido úrico do que pode remover, resultando em cristais de ácido úrico que se acumulam nas articulações e nos rins, causando inflamação e dor.
2. Distúrbios neurológicos, como atraso no desenvolvimento e movimentos involuntários. Os indivíduos afectados muitas vezes têm uma incapacidade de controlar os movimentos musculares - uma condição conhecida como distonia.
3. Comportamento autodestrutivo. Este é talvez o sinal mais doloroso e reconhecível da síndrome de Lesch-Nyhan. Os indivíduos afectados têm uma necessidade compulsiva de se automutilar, o que pode ser tão grave que eles precisam ser fisicamente restritos para evitar ferir-se.
A síndrome de Lesch-Nyhan não tem cura actualmente. O tratamento é direccionado para o controle dos sintomas e promover a melhor qualidade de vida possível para o doente.
A condição é causada por mutações no gene HPRT1 e geralmente é herdada seguindo um padrão recessivo ligado ao X. Isso significa que o indivíduo doente tem sempre o gene defeituoso em seu cromossomo X, normalmente passado pela mãe. Se uma mulher tiver uma cópia do gene defeituoso, ela será uma portadora e pode transmitir a doença aos filhos do sexo masculino. Mulheres também podem ser afetadas se tiverem duas cópias do gene defeituoso, mas isso é muito menos comum.
Klippel-Trenaunay
A síndrome de Klippel-Trenaunay é uma condição congénita rara, isto é, presente desde o nascimento, que afeta principalmente o desenvolvimento dos vasos sanguíneos, os tecidos moles e os ossos. Esta doença é caracterizada por três sintomas principais:
1. Nevo flameus (manchas vinho do Porto) - a maioria das pessoas com esta doença tem uma marca de nascença, usualmente de cor rosada ou roxa, geralmente grande e localizada numa ou mais extremidades.
2. Crescimento excessivo de tecidos e ossos - uma ou mais partes do corpo pode crescer mais do que as outras, resultando em braços ou pernas desproporcionados.
3. Veias varicosas ou outras anomalias vasculares - podem desenvolver-se ainda antes da adolescência e tenderem a piorar com o tempo sem tratamento.
Os sintomas de cada pessoa podem variar e outras partes do corpo também podem ser afetadas. A síndrome pode levar a complicações, tais como celulite, coágulos sanguíneos, ou úlceras venosas. A causa da doença é, na maior parte das vezes, desconhecida e o tratamento é sintomático, ou seja, visando a minimizar os sintomas e melhorar o bem-estar do paciente. Este pode incluir fisioterapia, compressão elástica, medicamentos, tratamento de feridas, ou até mesmo cirurgia.
Doença Celíaca
A doença celíaca é uma condição crónica do sistema imunológico que impede o corpo de absorver nutrientes importantes presentes nos alimentos. Como é uma doença auto-imune, o corpo ataca a si mesmo quando alimentos contendo glúten são consumidos, dessa forma acabando por danificar o intestino delgado.
O glúten é uma proteína encontrada no trigo, centeio e cevada. Quando uma pessoa com doença celíaca come alimentos ou usa produtos contendo glúten, o seu sistema imunológico reage danificando vilosidades - as pequenas saliências lineares encontradas no revestimento do intestino delgado. As vilosidades normalmente permitem a absorção de nutrientes dos alimentos no organismo, no entanto, se estão danificadas, podem levar a uma má absorção de nutrientes, o que pode resultar em sintomas como diarreia, inchaço, fadiga, anemia e perda de peso.
Para pessoas com doença celíaca, a única maneira de gerenciar a doença é através de uma dieta rigorosamente livre de glúten. Atualmente, não existe cura para a doença celíaca e a ingestão continuada de alimentos contendo glúten em pessoas diagnosticadas pode levar a complicações de saúde graves.
Doença de Hashimoto
A Doença de Hashimoto, também conhecida como tireoidite de Hashimoto, é uma condição crónica autoimune na qual o sistema imunológico ataca a glândula da tiroide, um pequeno órgão na base do pescoço abaixo da maçã de Adão.
A tiroide é parte do sistema endócrino, que produz hormonas que coordenam muitas das funções do corpo. A inflamação da tiroide causada pela doença de Hashimoto muitas vezes leva a uma diminuição da função da tiroide (hipotiroidismo).
Os sintomas da doença de Hashimoto são muitas vezes subtis e podem demorar a ser reconhecidos. Podem incluir fadiga, aumento de peso, constipação, pele seca, depressão e intolerância ao frio. Quando não tratada, a doença de Hashimoto pode causar complicações como bócio, problemas cardíacos, problemas mentais de saúde, miopatia, defeitos congénitos e infertilidade.
O tratamento geralmente envolve a reposição hormonal para compensar a falta de produção de hormonas pela tiroide. A gestão a longo prazo desta condição muitas vezes envolve monitorização regular e ajustes da dose de medicação.
Doença de Graves
A Doença de Graves é uma doença autoimune que afecta a tiroide, uma pequena glândula localizada na base do pescoço. Esta doença é caracterizada pela superprodução de hormonas da tiroide (hipertiroidismo).
Na doença de Graves, o sistema imunológico cria anticorpos que fazem a tiroide crescer, resultando na produção excessiva de hormonas tiroideias. Este aumento excessivo das hormonas da tiroide pode resultar em sintomas como perda de peso inexplicada, batimentos cardíacos acelerados, nervosismo ou ansiedade, tremores, suor excessivo, intolerância ao calor, alterações na menstruação, fraqueza muscular, problemas de visão ou o surgimento de um bócio (aumento do tamanho da tiroide).
A causa exata da doença de Graves é desconhecida, mas factores genéticos, stress, gravidez e tabagismo podem aumentar o risco de desenvolver a doença.
A doença de Graves é mais comum em mulheres e em pessoas com menos de 40 anos, mas pode ocorrer em ambos os sexos e em qualquer idade.
O tratamento geralmente envolve drogas anti-tiroide para diminuir a produção de hormonas da tiroide, medicamentos beta-bloqueadores para reduzir os sintomas, radioterapia com iodo radioativo ou cirurgia para remover a maior parte da tiroide.
Miastenia Gravis
A Miastenia Gravis é uma doença neuromuscular autoimune e crónica caracterizada pela fraqueza e fadiga rápida dos músculos esqueléticos sob o controlo voluntário do cérebro. Sucede porque o sistema imunitário, que normalmente combate as doenças e infeções, ataca por engano as próprias células do corpo, bloqueando a comunicação entre os nervos e os músculos e consequentemente impedindo que os músculos se contraiem adequadamente.
A gravidade da Miastenia Gravis pode variar significativamente entre indivíduos. Alguns podem ter sintomas apenas numa área específica (como os olhos, causando a queda da pálpebra, por exemplo), enquanto outros podem ter fraqueza nos braços, pernas, pescoço e rosto.
Os sintomas podem incluir fadiga, fraqueza muscular, problemas de deglutição, visão dupla, dificuldade em falar e em respirar. A Miastenia Gravis pode afetar pessoas de todas as idades e ambos os sexos, mas é mais comum em mulheres jovens e homens mais velhos.
Embora não exista cura para a Miastenia Gravis, o tratamento pode ajudar a gerir os sintomas e a melhorar a qualidade de vida. O tratamento pode incluir medicamentos, terapia física, ou, em alguns casos, cirurgia.
Psoríase
A psoríase é uma doença de pele crónica e não contagiosa, que geralmente se manifesta por fases. Aparece frequentemente entre os 15 e os 35 anos, mas pode surgir em qualquer idade.
É caracterizada por manchas escamosas esbranquiçadas ou avermelhadas na epiderme, que aparecem geralmente nos cotovelos, nos joelhos, no couro cabeludo, nas mãos, nos pés ou na parte inferior das costas, mas podem surgir em qualquer parte do corpo.
A psoríase é uma doença do sistema imunológico que provoca um crescimento rápido e irregular das células da pele, provoca inflamação, vermelhão e por vezes dor. A severidade da doença varia muito de pessoa para pessoa, e pode ser apenas uma pequena irritação para alguns, enquanto para outros pode ter um impacto significativo na qualidade de vida.
Esta condição tem uma componente genética forte, no entanto, nem todas as pessoas que têm a doença na sua família irão desenvolvê-la. Está também associada a vários problemas de saúde, como diabetes, doenças cardíacas e depressão.
Embora não exista cura para a psoríase, existem muitos tratamentos disponíveis que podem ajudar a controlar a doença, incluindo medicamentos tópicos, fototerapia e medicamentos orais ou injectáveis. O médico poderá aconselhar o melhor tratamento baseado na gravidade da doença, na idade, no estado geral de saúde, entre outros factores.
A psoríase também pode ter um grande impacto emocional, já que a condição de pele crónica pode levar a distúrbios de autoestima, o que torna essencial aconselhamento psicológico e apoio emocional para estes pacientes.
Sjögren
A síndrome de Sjögren é uma doença autoimune crónica e sistémica, onde o sistema imunológico do corpo ataca tecidos e órgãos saudáveis por engano. As áreas mais comumente afectadas são as glândulas que produzem lágrimas e saliva, resultando em secura ocular e bucal. No entanto, a síndrome de Sjögren pode também afectar outras partes do corpo, como articulações, rins, fígado, pulmões, nervos e a pele.
Os sinais e sintomas podem incluir boca seca, olhos secos, fadiga, dor nas articulações, secura vaginal em mulheres, erupções cutâneas e inchaço nas glândulas salivares. Além disso, algumas pessoas com a síndrome de Sjögren podem experimentar problemas com órgãos internos e complicações neurológicas.
O tratamento para a síndrome de Sjögren consiste principalmente em aliviar os sintomas, que podem variar em gravidade de pessoa para pessoa. Até à data, não há cura para a doença.
Para além disso, é possível que as pessoas com a síndrome de Sjögren apresentem um risco maior de desenvolver linfoma.
Os medicamentos usados para tratar os sintomas da síndrome de Sjögren incluem lubrificantes oculares, substitutos de saliva, medicamentos para suprimir a resposta do sistema imunológico, e em casos de dor e inchaço nas articulações, medicamentos anti-inflamatórios.
A síndrome de Sjögren geralmente ocorre em pessoas com mais de 40 anos e é muito mais comum em mulheres do que em homens. Também é mais frequente em pessoas que já têm uma doença autoimune.
Dermatomiosite
A dermatomiosite é uma doença inflamatória rara que afecta principalmente os músculos e a pele. É uma forma de miopatia, uma doença que causa fraqueza muscular e perda de massa muscular. As pessoas com dermatomiosite podem ter dificuldade em levantar-se de uma cadeira, subir escadas, engolir ou levantar coisas pesadas devido à fraqueza muscular.
Os sintomas comuns na pele incluem erupções cutâneas vermelhas ou violáceas, inchaço em torno dos olhos e úlceras cutâneas. Algumas pessoas também podem ter problemas cardíacos, pulmonares ou gastrointestinais.
Os médicos não sabem exactamente o que causa a dermatomiosite, mas acredita-se que seja uma doença auto-imune, onde o sistema imunitário do corpo ataca os seus próprios tecidos e órgãos por engano. A dermatomiosite pode afetar pessoas de qualquer idade, mas é mais comum entre os 40 e 60 anos. O tratamento geralmente envolve medicamentos para ajudar a controlar os sintomas e prevenir complicações.
Doença Inflamatória Intestinal (DII)
A Doença Inflamatória Intestinal (DII) é um termo geral que refere a condições que envolvem inflamação crônica ou a longo prazo do sistema digestivo. É caracterizada por periodos de sintomas graves e periodos de remissão (sem sintomas).
Existem dois tipos principais de DII: a doença de Crohn e a colite ulcerosa. Ambas são geralmente caracterizadas por diarreia, dor abdominal e perda de peso.
Na doença de Crohn, a inflamação pode ocorrer em qualquer parte do sistema digestivo. Este tipo de DII pode afetar qualquer parte do tubo digestivo, desde a boca até o ânus.
No caso da colite ulcerosa, esta afeta apenas o cólon e o recto, sendo que a inflamação surge apenas na camada superior da parede intestinal.
As causas exatas da DII são desconhecidas, mas acredita-se que estas possam estar relacionadas com um sistema imunitário que reage de forma exagerada à presença de bactérias normais no intestino, ou a um agente infeccioso/ambiental, levando a inflamação crónica.
Por ser uma doença crónica, os pacientes irão necessitar de cuidados médicos contínuos para gerir os sintomas e prevenir complicações. Os tratamentos para a DII incluem geralmente medicamentos anti-inflamatórios, imunossupressores e, em alguns casos, cirurgia.
Colite Ulcerativa
A colite ulcerativa é uma doença crónica do intestino grosso, também conhecida como cólon, onde o revestimento interno torna-se inflamado e desenvolve pequenas feridas abertas, ou úlceras, que produzem pus e muco. Isso pode resultar em desconforto abdominal e frequente necessidade de evacuar.
Os sintomas podem variar de ligeiros a graves e podem incluir diarreia (por vezes com sangue), dor abdominal e sensação constante de necessidade de ir à casa de banho. A causa da colite ulcerativa é desconhecida, mas provavelmente envolve uma reação excessiva do sistema imunitário ao normal revestimento bacteriano do intestino.
Embora a colite ulcerativa não tenha cura, existem tratamentos efetivos para reduzir os sintomas e melhorar a qualidade de vida, que podem incluir medicamentos para reduzir a inflamação e o sistema imunitário, bem como, em casos mais graves, cirurgia para remover o cólon.
Como qualquer doença crónica, a colite ulcerativa também pode ter um impacto significativo na saúde mental de um indivíduo e pode requerer apoio psicológico e de estilo de vida.
Hepatite Autoimune
A Hepatite Autoimune é uma doença crónica do fígado de origem desconhecida, caraterizada pela presença de autoanticorpos específicos, hiper-gammaglobulinemia e respostas favoráveis ao tratamento com imunossupressores.
Nesta doença, o sistema imunitário do corpo ataca as células do próprio fígado, causando inflamação, que pode levar à cicatrização (fibrose) e até ao endurecimento completo (cirrose) do órgão.
Apresenta-se com mais frequência em mulheres do que em homens e pode ser diagnosticada em qualquer idade, inclusive em crianças. As causas exatas ainda não são conhecidas, mas estima-se que seja uma combinação de predisposição genética juntamente com algum fator desencadeante, como vírus ou medicamentos, que provoque uma resposta imunológica anormal.
Os sintomas podem variar bastante. Alguns indivíduos podem não apresentar sintomas, enquanto outros podem sentir fadiga, dor abdominal, icterícia (pele e olhos amarelos), artrite ou anormalidades da tireoide. O diagnóstico é baseado em testes de sangue, biópsia hepática e exclusão de outras doenças do fígado.
O tratamento principal é a medicação imunossupressora, como os corticosteroides, que reduzem a inflamação diminuindo a atividade do sistema imunológico. Em alguns casos, quando o fígado foi danificado a um ponto crítico, pode ser necessária uma transplantação de fígado.
Embora seja uma doença crónica, muitas pessoas com Hepatite Autoimune conseguem levar uma vida normal com o tratamento adequado. Contudo, é importante um seguimento médico regular para monitorizar a progressão da doença e ajustar o tratamento, se necessário.
Vitiligo
Vitiligo é uma doença dermatológica que se caracteriza pela perda de pigmentação natural da pele. As células responsáveis pela produção do pigmento de cor (melanina) são destruídas, resultando em manchas brancas irregulares que cobrem diferentes partes do corpo. Esta doença não é contagiosa ou fatal, mas pode gerar consequências psicológicas e sociais pela alteração na aparência física.
As causas do vitiligo são ainda desconhecidas, mas acredita-se que possa haver fatores autoimunes, genéticos e ambientais envolvidos. Fatores de stress também podem desencadear ou agravar a doença.
Não existe cura para o vitiligo, mas existem tratamentos que podem ajudar a retardar ou parar o processo de descoloração da pele. Os tratamentos mais comuns incluem terapias de luz, corticosteroides tópicos e, em alguns casos, tatuagens de maquiagem para igualar a cor da pele.
Em alguns casos, as pessoas com vitiligo optam por não tratar a doença e simplesmente conviver com as manchas brancas na pele. Esta é uma decisão que deve ser tomada em conjunto com um dermatologista, levando em conta o impacto psicológico da doença. Trata-se de uma decisão muito pessoal, e não existe uma "resposta certa" que se aplique a todos.
Goodpasture
A síndrome de Goodpasture é uma doença rara e grave auto-imune que se caracteriza por uma inflamação rápida dos pequenos vasos sanguíneos dos rins e dos pulmões, o que leva à insuficiência renal e pulmonar. Esta doença pode afectar qualquer pessoa a qualquer idade, mas é mais comum em homens jovens e fumadores.
A síndrome de Goodpasture acontece quando o sistema imunológico ataca por engano os tecidos saudáveis dos pulmões e rins. Em vez de proteger o corpo das infecções, os anticorpos produzidos pelo sistema imunológico atacam uma proteína específica presente nas células dos pulmões e rins, levando à inflamação e dano dessas células.
Os sintomas desta doença variam dependendo de quão avançada ela está. No entanto, os sintomas comuns incluem falta de ar, tosse com sangue, dor no peito, perda de peso, fraqueza e fadiga. As pessoas com Síndrome de Goodpasture também podem desenvolver anemia e insuficiência renal, que podem levar a sintomas como urina de cor escura e inchaço nas mãos e pés.
A síndrome de Goodpasture é difícil de diagnosticar, porque muitos dos seus sintomas são semelhantes aos de outras doenças pulmonares e renais. Uma combinação de exames de sangue, de urina, radiografia de tórax e biópsia renal pode ser necessária para confirmar o diagnóstico.
Esta doença é considerada uma emergência médica e requer tratamento imediato, geralmente com medicamentos para suprimir a resposta imune e prevenir danos adicionais aos rins e pulmões. Além disso, em casos graves, a diálise para tratar a doença renal ou o uso de um pulmão artificial para auxiliar a função pulmonar pode ser necessário. Embora a Síndrome de Goodpasture possa ser fatal se não for tratada, com tratamento adequado, a maioria das pessoas pode levar uma vida normal.
Polimiosite
A Polimiosite, uma das chamadas miopatias inflamatórias idiopáticas, é uma doença crónica e rara, que provoca enfraquecimento muscular progressivo. Esta síndrome ocorre quando o sistema imunitário, que normalmente protege o corpo contra infecções, começa a atacar os músculos, causando inflamação e consequente perda de força.
Ocorrendo mais frequentemente em adultos de meia-idade e mais comum em mulheres do que em homens, a Polimiosite pode afetar os músculos de todo o corpo, sendo mais comuns aqueles perto do tronco ou torácicos, como os do pescoço, ombros e quadris.
Os sintomas incluem fraqueza muscular progressiva, dificuldade em subir escadas, levantar-se de uma cadeira, falar e engolir alimentos. Devido à fraqueza muscular, os pacientes podem também sentir fadiga extrema e dificuldade em realizar tarefas diárias.
O diagnóstico da doença pode ser complexo devido à semelhança dos sintomas com os de outras doenças neuromusculares e requer uma combinação de exames físicos, análises sanguíneas, estudos de condução nervosa, biópsias musculares e, por vezes, de imagem.
O tratamento visa suprimir a atividade do sistema imunológico para diminuir a inflamação nos músculos. Este é normalmente feito com medicação imunossupressora e fisioterapia. O prognóstico depende da resposta ao tratamento, da gravidade dos sintomas e da presença de doenças associadas.
Anemia Hemolítica Autoimune
A Anemia Hemolítica Autoimune (AHAI) é uma doença rara e grave, caracterizada pela produção pelo sistema imunitário de anticorpos contra as próprias células vermelhas do sangue, provocando a sua destruição precoce, o que dá origem à anemia.
O sistema imunitário normalmente produz anticorpos para atacar e destruir organismos estranhos que possam ser prejudiciais para o corpo. No entanto, em pessoas com AHAI, o sistema imunitário produz anticorpos que reconhecem erradamente as células vermelhas do sangue como estranhas e danosas, atacando-as e levando à sua destruição.
Os sintomas da AHAI incluem cansaço, fraqueza, falta de ar, pele e olhos amarelados (icterícia), e coração acelerado. O tratamento geralmente envolve medicamentos que suprimem ou modulam a resposta do sistema imunitário, daí a importância de um diagnóstico precoce e preciso para um melhor prognóstico.
Este distúrbio pode ocorrer de forma primária (onde a origem da doença é de causa desconhecida) ou é secundária a outra doenças como lupus, linfoma, leucemia, entre outras.
Síndrome Antifosfolipídeo
A Síndrome Antifosfolipídeo (SAF) é uma doença autoimune, o que significa que o sistema imunitário erradamente ataca tecidos saudáveis do corpo. Neste caso, o alvo são as proteínas que se ligam aos fosfolípidos que formam a parede das células do sangue, o que pode resultar na formação de coágulos sanguíneos (trombose) em diferentes partes do corpo.
Os sintomas da SAF variam dependendo da localização e extensão dos coágulos sanguíneos. Estes podem incluir dores de cabeça, problemas de memória, problemas de visão, erupções cutâneas, úlceras na pele, trombose venosa profunda (um coágulo numa veia profunda, geralmente na perna), e, em casos severos, AVC ou enfarte do miocárdio.
A SAF também está associada a complicações na gravidez, como abortos espontâneos, morte fetal, pré-eclâmpsia e nascimento prematuro.
Existem testes de laboratório que podem identificar a presença de certos anticorpos autoimunes que são indicativos de SAF. O tratamento geralmente envolve a administração de medicamentos que afinam o sangue (anticoagulantes) para prevenir a formação de coágulos.
Vasculite
A vasculite é um termo médico que se refere a um grupo de doenças caracterizadas por inflamação e danos nas paredes dos vários vasos sanguíneos do corpo. Em consequência desta inflamação, as paredes dos vasos podem engrossar, estreitar, formar coágulos sanguíneos, esticar ou mesmo romper-se.
As vasculites podem afetar qualquer dos vasos sanguíneos do organismo, incluindo as artérias, as veias e os capilares. Dependendo de quais vasos sanguíneos são afetados, os sintomas da doença podem variar de leves a graves, podendo mesmo ser fatais em alguns casos.
Pode ser causada por uma resposta imunitária excessiva, uma infeção ou até mesmo um medicamento, e pode ocorrer por si só (vasculite primária) ou como parte de outra doença (vasculite secundária).
O tratamento da vasculite depende do tipo de vasculite que o paciente tem e pode incluir medicamentos para controlar a inflamação e prevenir danos aos órgãos, ou, em casos mais graves, quimioterapia.
Poliarterite Nodosa
A Síndrome Poliarterite Nodosa, também conhecida como PAN, é uma doença autoimune sistémica rara que provoca inflamação em pequenos e médios vasos sanguíneos ao redor do corpo. Esta inflamação pode levar a sérios problemas de saúde, pois impede a circulação adequada de sangue para vários órgãos do corpo como coração, rins, intestinos, entre outros.
A causa exata desta síndrome não é bem conhecida, mas acredita-se que possa estar relacionada com algum tipo de resposta anormal do sistema imunológico. Os seus sintomas são muito variados, dependendo dos órgãos afetados, e podem incluir fraqueza, perda de apetite, perda de peso, fadiga, dores musculares e articulares, erupções cutâneas, úlceras na pele, dor abdominal e sintomas neurológicos se os nervos forem afetados.
O tratamento da Poliarterite Nodosa é feito basicamente através de medicamentos que reduzem a inflamação e suprimem o sistema imunológico. O prognóstico da doença varia significativamente, pois depende da gravidade da mesma e dos órgãos afetados. É uma doença potencialmente fatal se não tratada.
Granulomatose de Wegener
A Granulomatose de Wegener, também conhecida como Vasculite de Wegener ou atualmente como Granulomatose com Poliangiite, é uma doença crónica rara que causa a inflamação dos vasos sanguíneos, o que pode originar problemas em vários órgãos do corpo, incluindo pulmões, rins e seios nasais.
Os sintomas da doença variam, uma vez que afeta diferentes partes do corpo. Podem incluir febre, perda de peso, sinusite, tosse, sangue na urina e, em alguns casos, os olhos podem ser afetados, causando conjuntivite e dor.
A causa da Granulomatose de Wegener é desconhecida. Pode iniciar-se quando uma infeção ou um fármaco desencadeia uma reação imune anómala. Embora qualquer pessoa possa desenvolver esta doença, é mais comum em adultos de meia-idade.
O tratamento geralmente inclui medicamentos para reduzir a inflamação dos vasos sanguíneos e prevenir a recorrência da doença. Os medicamentos podem ter efeitos secundários, por isso o paciente deve ser monitorizado de perto por um profissional de saúde.
Arterite Temporal
A arterite temporal, também conhecida como arterite de células gigantes, é uma doença inflamatória das artérias, geralmente as localizadas perto das têmporas (artérias temporais). Essas artérias inchadas ou inflamadas podem tornar-se estreitadas, restringindo o fluxo sanguíneo para o cérebro. A restrição do fluxo sanguíneo pode causar dores de cabeça, perda de visão, e em casos graves, AVC (acidente vascular cerebral).
Os sintomas do síndrome de arterite temporal também podem incluir dor ou tensão na zona das têmporas, dores de cabeça, sensibilidade no couro cabeludo, febre, perda de apetite, perda de peso, fadiga e dor na mandíbula ao mastigar. Alguns pacientes podem também apresentar visão dupla ou súbita perda da visão, o que representa uma emergência médica.
O tratamento geralmente envolve doses altas de um medicamento corticosteroide para reduzir a inflamação nas artérias e prevenir a perda de visão. O uso de longo prazo destes medicamentos pode levar a efeitos colaterais sérios, por isso, o objetivo é baixar a dose o mais rápido possível sem desencadear os sintomas novamente.
É mais frequente em pessoas com mais de 50 anos e a causa exata ainda é desconhecida. No entanto, fatores de risco incluem ser mulher, ter mais de 50 anos e ter polimialgia reumática ou um parente com arterite temporal.
Arterite de Takayasu
A arterite de Takayasu, também conhecida como doença sem pulso, é uma doença rara que envolve inflamação dos vasos sanguíneos principais do coração. Esses vasos incluem a aorta e seus ramos principais. A doença pode levar a estenose (estreitamento), obstrução ou dilatação aneurismática dos vasos sanguíneos. Foi nomeada assim em homenagem a Mikoto Takayasu, um oftalmologista japonês que apontou em 1908 que alguns dos seus pacientes tinham a doença ocular na presença de oclusão da artéria pulmonar.
Os sintomas principais incluem fadiga, febre ou dor muscular e articular. Dado que a arterite de Takayasu afeta os vasos sanguíneos que fornecem sangue ao resto do corpo, os sintomas podem variar significativamente de pessoa para pessoa e podem incluir falta de pulso, pressão arterial baixa, fraqueza ou dor no membro, andar desequilibrado ou dificuldade em falar.
A causa exata da doença é desconhecida, mas acredita-se que seja um distúrbio auto-imune, onde o sistema imunológico ataca as próprias células do corpo por engano. A arterite de Takayasu é mais comum em mulheres do que em homens, e geralmente aparece em adultos jovens entre as idades de 15 a 35 anos. O tratamento geralmente envolve medicamentos para suprimir o sistema imunológico, como os corticosteroides, e em alguns casos pode ser necessária cirurgia.
Behçet
A Síndrome de Behçet é uma doença rara, de causa desconhecida, que causa inflamação em várias partes do corpo, incluindo os olhos, boca, pele, articulações, sistema nervoso, vasos sanguíneos, trato gastrointestinal e, em alguns casos, região genital. Caracteriza-se pela ocorrência de úlceras orais recorrentes, úlceras genitais, inflamação ocular e outros sintomas de pele.
Os sintomas podem variar significativamente de pessoa para pessoa e o curso da doença também é variável e imprevisível. Pode ocorrer em diversas idades, mas é mais comum em adultos jovens. O diagnóstico é principalmente clínico, baseado nos sintomas do paciente, já que não existe um teste definitivo para a doença.
O tratamento para a Síndrome de Behçet centra-se na redução dos sintomas e na prevenção de complicações graves. Isto inclui medicamentos para reduzir a inflamação e suprimir o sistema imunológico, bem como fármacos específicos para tratar ou prevenir os sintomas.
Policondrite recidivante
A Policondrite Recidivante (PR) é uma doença rara, crónica e potencialmente fatal que se caracteriza pela inflamação e destruição progressiva das cartilagens do corpo. Incluem-se as cartilagens das orelhas, nariz, articulações, tubos respiratórios e sistema nervoso, entre outras regiões do corpo.
Os sintomas mais comuns desta síndrome incluem inchaço, dor e vermelhidão nas áreas afetadas. A inflamação pode também afetar outros órgãos, como os olhos, coração e rins. A causa exata da PR não é conhecida, acredita-se que pode ser devido a um mau funcionamento do sistema imunológico.
Devido à sua raridade, esta condição pode ser difícil de diagnosticar. O seu diagnóstico é geralmente feito com base nos sintomas clínicos e em alguns exames como tomografias computadorizadas, ressonância magnética ou biópsias.
O tratamento é principalmente para aliviar os sintomas e prevenir complicações e normalmente envolve o uso de medicamentos anti-inflamatórios e imunossupressores.
É importante mencionar que a PR é uma doença crónica e os pacientes precisam de cuidados médicos contínuos para monitorizar os sintomas e gerir a doença. Em casos graves, pode causar problemas de saúde significativos e potencialmente fatais.
Pênfigo
Pênfigo é um grupo de doenças autoimunes raras que causam bolhas e erosões na pele e nas mucosas. A doença pode começar em qualquer idade, mas é mais comum entre pessoas de 40 a 60 anos. Existem vários tipos de pênfigo, sendo o pênfigo vulgar e o pênfigo foliáceo os mais comuns.
No pênfigo, o sistema imunitário produz anticorpos que atacam as proteínas nas células da pele. Isso leva à formação de bolhas que podem romper e formar erosões ou feridas. O pênfigo pode afetar qualquer parte da pele e também a boca, o nariz, a garganta, os olhos e os órgãos genitais.
Os sintomas incluem bolhas na pele e feridas, dor ou desconforto na boca e possíveis complicações, como infecção secundária nas feridas.
O tratamento geralmente envolve corticosteroides e outros medicamentos que suprimem o sistema imunitário para reduzir a inflamação e prevenir o ataque do sistema imunitário à pele. O tratamento costuma ser prolongado e pode levar a vários efeitos colaterais.
O pênfigo é uma doença grave que pode ser mortal se não for tratada. No entanto, com o tratamento adequado, a maioria das pessoas com pênfigo pode viver uma vida normal.
Pemfigoide
Pênfigoide é uma condição autoimune rara que provoca o aparecimento de bolhas na pele e nas mucosas. Isso significa que o sistema imunitário do corpo ataca os seus próprios tecidos. Este distúrbio autoimune pode ocorrer em qualquer idade, mas é mais comum em idosos.
Existem vários tipos de pênfigoide, incluindo pênfigoide bolhoso, pênfigoide gestacional e pênfigoide cicatricial. Cada tipo afecta diferentes partes do corpo e pode apresentar sintomas diferentes.
O pênfigoide bolhoso é o tipo mais comum. Provoca bolhas nas pernas, braços e abdómen e, ocasionalmente, no interior da boca.
O pênfigoide gestacional, também conhecido como herpes gestationalis, ocorre durante a gravidez e pode causar bolhas no abdómen e nas coxas.
O pênfigoide cicatricial provoca bolhas na boca ou nos olhos, e ao longo do tempo pode levar a cicatrizes ou a cegueira.
O tratamento geralmente envolve medicamentos para ajudar a reduzir a inflamação e a hiperatividade do sistema imunitário. Em alguns casos, pode ser necessário tratamento prolongado para controlar a condição.
No entanto, o diagnóstico precoce e o tratamento adequado podem ajudar a controlar os sintomas e a prevenir danos a longo prazo.
Alopecia Areata
A Alopecia Areata é uma condição de saúde que causa a perda de cabelo em pequenas áreas do couro cabeludo ou de outras partes do corpo. Esta síndrome é um tipo de doença autoimune, o que significa que o sistema imunológico do corpo ataca erroneamente os seus próprios tecidos saudáveis. No caso da Alopecia Areata, o sistema imunológico ataca os folículos capilares (as estruturas que produzem cabelo), causando a queda de cabelo.
Esta condição pode afetar pessoas de todas as idades, mas é mais comum em pessoas mais jovens. O cabelo geralmente cai em pequenas manchas redondas, podendo variar em tamanho. Em alguns casos, a perda de cabelo pode ser mais extensa e afetar varias áreas do couro cabeludo ou até todo o corpo.
Não existe uma cura conhecida para a Alopecia Areata, mas existem tratamentos disponíveis que podem ajudar a reduzir os seus sintomas e prevenir a perda de cabelo futura. Nem todas as pessoas com esta condição perderão todo o cabelo, e em muitos casos, o cabelo pode crescer novamente após vários meses ou anos.
Alopecia Areata não é uma doença contagiosa e não é causada por stress, como algumas pessoas acreditam erroneamente. É importante lembrar que esta é uma condição médica séria que requer diagnóstico e tratamento por um profissional de saúde experiente.
Coroidopatia serpiginosa
A coroidopatia serpiginosa, também conhecida como doença de Minski, é uma doença inflamatória crónica e degenerativa que afeta a retina e a coroide, que são partes do olho. Esta síndrome é bastante rara e geralmente afeta adultos de meia-idade.
Os sintomas mais comuns desta doença incluem uma diminuição progressiva da visão, que pode ser acompanhada por distorções na visão ou áreas de perda de visão completa. Num exame oftalmológico, podem ser observadas lesões na retina, que apresentam um padrão característico de "serpiginoso" ou em forma de onda.
O tratamento envolve normalmente a utilização de medicamentos anti-inflamatórios para ajudar a reduzir a inflamação dos olhos. No entanto, a doença é frequentemente recorrente e pode levar à perda de visão permanente se não for adequadamente tratada.
A causa exata da coroidopatia serpiginosa é desconhecida, mas acredita-se que possa estar relacionada a um ataque autoimune, onde o sistema imunológico do corpo ataca as próprias células e tecidos.
Reiter
A síndrome de Reiter, também conhecida como artrite reativa, é uma forma rara de artrite que ocorre como uma reação a uma infeção numa outra parte do corpo. Geralmente afeta homens entre os 20 e 40 anos de idade.
Esta condição causa inflamação nas articulações, nos olhos e no trato urinário, que são os principais sistemas do corpo que são afetados por esta síndrome. Os sintomas incluem dor nas articulações, inflamação nos olhos (conjuntivite) e dificuldades no trato urinário.
É importante mencionar que a síndrome de Reiter é desencadeada por uma infeção, geralmente sexual ou infeção intestinal, mas não é contagiosa. Ou seja, uma pessoa não pode contrair esta condição de outra pessoa.
O tratamento desta síndrome centra-se na gestão dos sintomas, geralmente através de medicação para reduzir a dor e a inflamação. Além disso, a infeção subjacente que desencadeou a síndrome de Reiter também deve ser tratada.
Em poucas palavras, a síndrome de Reiter é uma reacção inflamatória que ocorre como um efeito secundário de uma infeção em outra parte do corpo.
Doença de Addison
A Doença de Addison, também conhecida como insuficiência adrenocortical primária, é uma rara desordem endócrina caracterizada pelo mau funcionamento das glândulas adrenais.
As glândulas adrenais estão situadas acima dos rins e são responsáveis pela produção de hormonas essenciais para o funcionamento do organismo, como o cortisol, responsável pela resposta do organismo ao stress, e a aldosterona, que regula o equilíbrio de sal e água.
Na doença de Addison, estas glândulas não conseguem produzir hormonas suficientes, o que conduz a uma série de sintomas. Estes podem incluir fadiga, perda de peso, pele mais escura, baixa pressão sanguínea, saliência nos rins, entre outros.
As causas desta doença podem variar, mas a mais comum é devido à destruição autoimune das glândulas adrenais, em que o próprio sistema imunitário ataca estas glândulas. Outras causas podem incluir infeções, tumores ou danos físicos nas glândulas.
O tratamento para a doença de Addison envolve habitualmente a reposição hormonal com medicamentos que imitam a ação das hormonas naturais produzidas pelas glândulas adrenais. É uma condição crónica, o que significa que os pacientes terão de tomar estes medicamentos para o resto da vida. Mas com o tratamento adequado, as pessoas com doença de Addison podem levar uma vida normal e saudável.
Endometriose (apesar de controverso)
A endometriose é uma condição médica na qual o tecido que normalmente reveste o útero, chamado endométrio, cresce fora do útero. Isto pode ocorrer em várias partes do corpo, incluindo os ovários, as trompas de falópio, o intestino, a bexiga ou, em casos raros, até em órgãos mais distantes.
As mulheres com endometriose, muitas vezes, experimentam dor intensa, especialmente durante o seu período menstrual. Outros sintomas podem incluir dor durante ou após o sexo, dificuldade em engravidar, fadiga e problemas intestinais ou da bexiga. A gravidade dos sintomas pode variar e não está necessariamente relacionada com a extensão da condição.
A causa exata da endometriose é desconhecida. Existem várias teorias, incluindo problemas com o sistema imunológico, células endometriais transportadas no sangue ou no sistema linfático, ou células endometriais que se espalham durante uma cirurgia, como uma cesariana.
É ainda importante disse que a endometriose é uma condição crónica sem cura. Contudo, existem tratamentos que podem ajudar a gerir os sintomas, incluindo medicamentos para a dor, terapias hormonais para reduzir ou interromper a menstruação, cirurgia para remover o tecido endometrial ou, em casos graves, a remoção do útero e dos ovários. Embora esta condição possa ser difícil de lidar, muitas mulheres conseguem gerir os seus sintomas com sucesso e levar vidas ativas e plenas.
Sarcoidose
A Sarcoidose é uma doença inflamatória que pode afetar vários órgãos do corpo, mas principalmente o pulmão e os gânglios linfáticos. Ela é caracterizada pelo aparecimento de pequenas massas de células inflamatórias, chamadas granulomas, que podem alterar a estrutura normal e, possivelmente, o funcionamento dos órgãos afetados.
A causa exata da doença não é conhecida, mas pensa-se que pode ser provocada por uma resposta excessiva do sistema imunológico a algum factor desencadeante, como uma infecção bacteriana ou viral, ou a inalação de substâncias químicas ou orgânicas.
A Sarcoidose pode ocorrer em qualquer faixa etária, mas é mais comum em adultos entre os 20 e os 40 anos. Também se sabe que a doença afeta mais frequentemente pessoas de raça negra e mulheres.
Os sintomas podem variar muito, dependendo dos órgãos afetados. Em muitos casos, a doença pode mesmo não causar sintomas e ser apenas detetada durante um exame médico de rotina. Quando presentes, os sintomas mais comuns incluem cansaço, perda de peso, febre, suores noturnos, dor nas articulações e dispneia (dificuldade em respirar).
O tratamento da Sarcoidose depende da gravidade dos sintomas e dos órgãos afetados. Em alguns casos, a doença pode resolver-se espontaneamente sem necessidade de tratamento. Quando necessário, o tratamento pode incluir medicamentos para reduzir a inflamação, como corticosteroides, ou outros medicamentos para suprimir o sistema imunológico.
Vogt-Koyanagi-Harada
A síndrome de Vogt-Koyanagi-Harada (VKH) é uma doença autoimune, ou seja, uma condição em que o sistema imunitário do corpo ataca erroneamente as células saudáveis. É caracterizada por um conjunto de problemas que afetam principalmente os olhos, a pele, os ouvidos e o sistema nervoso central.
Esta síndrome é rara e é mais comum em pessoas de ascendência asiática, nativo-americana ou hispânica, embora possa ocorrer em qualquer grupo étnico.
Os sintomas oculares incluem dor nos olhos, visão turva e perda de visão, devido à inflamação da uveia (a camada média do olho). Outra característica da doença é o aparecimento de despigmentação da pele e do cabelo, conhecido como vitiligo, e audição diminuída ou zumbido nos ouvidos. Também podem ocorrer sintomas neurológicos, como dores de cabeça e alterações no estado mental.
O tratamento para a síndrome de VKH geralmente envolve o uso de medicamentos para suprimir o sistema imunitário e para diminuir a inflamação. Embora seja uma doença crónica, com tratamento adequado, os sintomas podem ser controlados e a qualidade de vida do paciente pode ser mantida.
Uveíte autoimune
A Uveíte autoimune é uma forma de inflamação do olho que ocorre quando o próprio sistema imunitário do corpo ataca erroneamente e causa inflamação na úvea, a camada média do olho que contém a maioria dos vasos sanguíneos do olho. Isso pode levar a sintomas como dor nos olhos, sensibilidade à luz, diminuição da visão e vermelhidão nos olhos. O tratamento costuma envolver medicamentos para suprimir o sistema imunológico e reduzir a inflamação.
Espondilite Anquilosante
A Espondilite Anquilosante é uma doença inflamatória crónica e progressiva que afeta as articulações do esqueleto axial, nomeadamente a coluna vertebral e as articulações sacroilíacas na bacia. Caracteriza-se principalmente por dor lombar e rigidez da coluna, que progride gradualmente ao longo de meses ou anos. Com o tempo, a inflamação pode levar à anquilose (fusão) das vértebras, causando uma postura encurvada e rígida.
Os sintomas iniciais da espondilite anquilosante podem incluir dor lombar e rigidez pela manhã, fadiga e desconforto persistente nas nádegas, quadris e coxas. Os episódios de inflamação aguda, chamados crises, podem ser desencadeados por diversos factores e são geralmente acompanhados por uma sensação geral de doença.
A causa exata da espondilite anquilosante é desconhecida, mas acredita-se que fatores genéticos desempenham um papel importante. Está associada ao antígeno leucocitário humano B27 (HLA-B27), uma molécula de superfície celular relacionada com a resposta imunitária.
O diagnóstico é feito através do exame físico, história clínica e testes de imagem, como radiografia ou ressonância magnética. As opções de tratamento incluem fisioterapia, exercício regular, medicamentos para aliviar a dor e a inflamação, e em alguns casos, cirurgia.
Churg-Strauss
A síndrome Churg-Strauss, também conhecida como granulomatose eosinofílica com poliangiite, é uma doença autoimune rara e grave que causa inflamação nos pequenos vasos sanguíneos de vários órgãos, muitas vezes afetando os pulmões e o sistema digestivo.
Esta doença caracteriza-se por uma grande produção de eosinófilos, um tipo de glóbulo branco que é geralmente produzido pelo sistema imunológico quando está a combater uma infecção, embora na síndrome de Churg-Strauss, estes eosinófilos atacam erroneamente os tecidos saudáveis do corpo.
Os sintomas variam dependendo dos órgãos afetados, mas podem incluir dificuldade respiratória, dor abdominal, perda de peso, fadiga, febre e anemia. A síndrome de Churg-Strauss é geralmente tratada com medicamentos para suprimir o sistema imunológico, como corticosteroides e imunossupressores.
Deve-se notar que a maioria das pessoas que desenvolve esta síndrome tem asma ou alergias não controladas, e a doença normalmente ocorre em três fases, sendo a primeira predominada por sintomas asmáticos, a segunda por um aumento nos eosinófilos, e a terceira fase pelo início da vasculite, que é a inflamação dos vasos sanguíneos.
Não há uma causa específica conhecida para a síndrome de Churg-Strauss, e é uma doença que pode afetar qualquer pessoa, independentemente da idade ou do histórico médico.
Crioglobulinemia Mista
A Crioglobulinemia Mista é uma doença rara do sistema imunitário que se carateriza pela produção excessiva de crioglobulinas - proteínas que, ao arrefecerem abaixo dos 37°C (temperatura normal do corpo humano), se tornam sólidas ou gelatinosas, bloqueando os pequenos vasos sanguíneos.
Nesta doença ocorre uma produção anormal de três tipos de anticorpos, daí o termo "Mista". Tais anticorpos interagem entre si formando complexos (imunes) que precipitam ao frio, resultando numa inflamação e consequente lesão nos vasos sanguíneos (vasculite).
Esta síndrome pode ser idiopática (sem causa conhecida), ou secundária a outras doenças, como hepatites, lúpus, linfomas e outras doenças autoimunes. Os sintomas mais comuns incluem fraqueza, dores articulares, erupções cutâneas (púrpura), sensação de formigueiro ou dormência nos membros, e nalguns casos, danos renais e hepáticos.
O tratamento varia dependendo do tipo de Crioglobulinemia Mista diagnostica, podendo consistir na administração de corticosteroides, agentes alquilantes e plasmaférese para remoção das crioglobulinas circulantes.
Raynaud secundária
A Síndrome de Raynaud secundária, também conhecida como doença de Raynaud, é uma condição de saúde caracterizada por espasmos vasculares nos dedos das mãos e/ou dos pés, que ocorrem em resposta ao frio ou ao stress. No entanto, ao contrário da Síndrome de Raynaud primária que não está associada a outras condições de saúde, a secundária está frequentemente ligada a outras doenças, em particular doenças autoimunes como a esclerodermia ou lupus.
Os episódios de Síndrome de Raynaud podem fazer com que os dedos das mãos e dos pés fiquem frios e dormentes, e depois mudem de cor - primeiro para branco ou azul e, com o reaquecimento, para vermelho. Nestes episódios, pode haver dor e desconforto. Em casos extremos, os espasmos vasculares podem causar úlceras ou feridas e podem levar a necrose (morte do tecido) se não for tratada.
O tratamento para a Síndrome de Raynaud secundária tende a focar-se na gestão dos sintomas e no tratamento da doença subjacente. Isto pode incluir aconselhamento sobre como manter-se quente, medicamentos para melhorar a circulação sanguínea, ou o tratamento de doenças autoimunes subjacentes.