Osteogenesis Imperfecta
A Osteogénese Imperfeita, também conhecida como doença dos ossos de vidro, é uma doença genética rara que se caracteriza pela formação imprópria do colagénio, uma proteína que é de fundamental importância para a formação dos ossos. Os indivíduos que sofrem desta condição têm ossos extremamente frágeis e susceptíveis a fraturas.
Esta síndrome é de origem genética, e geralmente é hereditária, passando de pais para filhos. No entanto, também pode ocorrer de forma espontânea, sem que haja histórico da doença na família.
Os portadores de Osteogénese Imperfeita podem manifestar sintomas como ossos frágeis que se quebram facilmente, baixa estatura, deformidades esqueléticas, problemas dentários, surdez progressiva, entre outros. De referir que o grau de severidade da doença pode variar consideravelmente de pessoa para pessoa.
Os tratamentos geralmente incluem fisioterapia para melhorar a mobilidade e a força muscular, regulação do peso corporal para minimizar o stress sobre os ossos, e, em casos mais graves, cirurgia para corrigir deformidades esqueléticas ou colocar hastes metálicas nos ossos para melhorar a sua resistência e reduzir o risco de fraturas.
Infelizmente, não existe cura para a Osteogénese Imperfecta. No entanto, com o tratamento apropriado, as pessoas com esta doença podem levar uma vida relativamente normal e activa.
LEOPARD
A síndrome LEOPARD é uma condição genética rara, caracterizada por múltiplas anomalias que ocorrem em várias partes do corpo. A designação "LEOPARD" é um acrônimo derivado das iniciais das principais características desta condição: Lentigos (manchas escuras da pele), ECG (anomalias cardíacas), Oclusão (crescimento retardado), anomalias Genitais, Retardo do crescimento, e surdez (Perda de audição).
Os indivíduos com a síndrome LEOPARD podem ter múltiplos lentigos, que são manchas escuras na pele semelhantes a sardas. Atraso no crescimento e desenvolvimento, disfunções cardíacas, como estenose pulmonar, também estão presentes. A condição pode também resultar em anormalidades faciais, que podem incluir orelhas malformadas ou de baixa implantação e pálpebras caídas. A surdez causada por problemas com o funcionamento interno do ouvido, também pode ocorrer.
É importante notar que nem todas as pessoas com a síndrome LEOPARD terão todos estes sintomas. A apresentação dos sintomas pode variar significativamente de pessoa para pessoa.
A síndrome LEOPARD é uma doença genética, o que significa que é causada por uma mutação num gene específico. A maioria dos casos é hereditária, o que significa que é transmitida de pais para filhos. No entanto, a condição também pode ocorrer em pessoas sem história conhecida da doença na família.
22q13
A síndrome 22q13, também conhecida como síndrome de Phelan-McDermid, é uma condição genética rara causada pela perda de um pequeno pedaço do cromossoma 22. A extensão da perda varia entre os indivíduos afetados.
As pessoas com síndrome 22q13 geralmente têm atrasos no desenvolvimento, particularmente em termos de fala e habilidades sociais. Muitos também apresentam baixa destreza física. Outras características comuns incluem características faciais distinguíveis, hipotonia (músculos fracos), diferenças ósseas, regulação anormal da temperatura corporal e, em alguns casos, autismo ou convulsões.
Os tratamentos para esta condição geralmente envolvem uma combinação de terapias físicas, ocupacionais e da fala para ajudar a lidar com os atrasos de desenvolvimento. Além disso, para os indivíduos que apresentam convulsões, o tratamento incluirá medicamentos antiepiléticos.
Deve-se notar que a síndrome 22q13 tem uma ampla gama de gravidades, com algumas pessoas sendo relativamente pouco afetadas, enquanto outras têm problemas significativos. Cada indivíduo com a condição terá seu próprio conjunto único de sintomas e desafios.
Cantú
A síndrome de Cantú é uma doença genética rara caracterizada por hipertricose (aumento anormal de pelos no corpo), defeitos cardíacos e distúrbios no esqueleto. Os sintomas podem variar muito de individuo para tipo de individuo.
As anomalias cardíacas mais graves podem incluir cardiomegalia, que é um aumento no tamanho do coração e/ou hipertensão pulmonar, uma condição caracterizada por alta pressão arterial nas artérias que levam do coração para os pulmões. Os defeitos ósseos podem incluir macrocefalia, que é um aumento em tamanho do crânio e diversos outros sintomas.
A síndrome de Cantú é causada por mutações em determinados genes e é herdada de maneira autossómica dominante, o que significa que uma única cópia do gene alterado em cada célula é suficiente para causar a doença. No entanto, em alguns casos, a doença ocorre como resultado de uma nova mutação genética e não é herdada.
Existem poucos relatos de pessoas afectadas em todo o mundo.
O tratamento requer uma abordagem multidisciplinar e é sintomático, ou seja, visa aliviar os sintomas específicos que são aparentes em cada indivíduo. Atualmente, não existe cura para a síndrome de Cantú.
Chudley-McCullough
A síndrome de Chudley-McCullough é uma condição genética rara caracterizada por surdez neurosensorial profunda congénita (presente desde o nascimento) e anomalias específicas no cérebro. Esta síndrome é causada por mutações no gene GPSM2.
Os indivíduos com a síndrome de Chudley-McCullough costumam apresentar surdez profunda e anormalidades no cérebro que podem ser vistas em exames de imagem, como a ressonância magnética. Essas anormalidades no cérebro referem-se a estruturas desenvolvidas de forma atípica.
Estas incluem o corpo caloso, que é a ponte que liga os dois hemisférios do cérebro, que pode ser mais fino do que o normal ou totalmente ausente, e as fossas anteriores do cérebro, que podem ser diluídas ou direcionadas de forma não convencional.
Algumas pessoas com a síndrome de Chudley-McCullough podem ter problemas adicionais, como deficiência intelectual, dificuldade de coordenação dos movimentos físicos (ataxia) e convulsões, embora estes sintomas não ocorram em todos.
O diagnóstico desta síndrome é muitas vezes feito com base nos sintomas clínicos, exames de imagem e testes genéticos para confirmar a mutação no gene GPSM2. O tratamento é sintomático e de suporte, e pode incluir a ajuda de aparelhos auditivos ou implantes cocleares para a surdez, e terapias específicas para ajudar a gerir outras dificuldades motoras ou cognitivas, se presentes.
Chudley-Lowry
A síndrome de Chudley-Lowry é um distúrbio genético raro caracterizado por retardo mental, características faciais distintas e anormalidades nas mãos e pés. Essas características podem variar significativamente em gravidade e aparecimento de pessoa para pessoa.
Os indivíduos com síndrome de Chudley-Lowry, normalmente, apresentam um atraso moderado a severo no desenvolvimento. As características faciais distintas podem incluir uma testa proeminente, olhos afastados, nariz pontiagudo e lábios grossos. As anormalidades das mãos e pés podem incluir dedos incomumente longos ou anormalmente moldados.
Esta síndrome é extremamente rara e a sua prevalência é desconhecida. A síndrome de Chudley-Lowry é herdada em padrão recessivo ligado ao X, o que significa que o gene associado com a desordem está localizado no cromossomo X.
O tratamento para a síndrome de Chudley-Lowry, normalmente, requer o esforço combinado de uma equipa de especialistas. A terapia física e ocupacional pode ser necessária para ajudar a melhorar as habilidades motoras e o cuidado com a higiene pessoal. O aconselhamento genético também pode ser benéfico para os pais de um indivíduo com a síndrome de Chudley-Lowry.
Hypotrichosis-Lymphedema-Telangiectasia
A síndrome de Hypotrichosis-Lymphedema-Telangiectasia é uma condição médica rara e genética. O nome da síndrome descreve os três principais sintomas que ela provoca:
1. Hypotrichosis - refere-se à falta de cabelo ou crescimento anormalmente lento do cabelo.
2. Linfedema - é o inchaço que ocorre quando a drenagem do fluido linfático é bloqueada, geralmente nos braços e pernas.
3. Telangiectasia - trata-se da dilatação dos pequenos vasos sanguíneos próximos à superfície da pele, resultando em pequenas marcas vermelhas ou roxas.
Os pacientes com esta síndrome podem também experimentar outros sintomas, incluindo problemas dermatológicos e do sistema imunológico. Esta doença é herdada de forma autossómica recessiva, o que significa que ambos os pais devem ser portadores do gene para que a criança herde a condição.
Denys-Drash
A Síndrome de Denys-Drash (DDS) é uma doença genética rara que se caracteriza por uma combinação particular de anormalidades, incluindo nefropatia de progressão rápida (doença renal que avança rapidamente), uma tendência a desenvolver tumores de Wilms (um tipo de cancro renal que ocorre principalmente em crianças), e, para indivíduos geneticamente masculinos, anormalidades nos órgãos genitais (pseudo-hermafroditismo masculino).
Esta síndrome é causada por mutações no gene WT1, que desempenha um papel fundamental no desenvolvimento dos rins e órgãos genitais. Acredita-se que estas mutações perturbem o equilíbrio normal entre a proliferação e a diferenciação celular (o processo pelo qual uma célula se torna especializada para desempenhar uma função específica), levando a uma proliferação celular descontrolada e a anormalidades no desenvolvimento dos órgãos afectados.
Infelizmente, a perspectiva para indivíduos afetados é muitas vezes sombria, com muitos pacientes desenvolvendo insuficiência renal crónica em uma idade muito precoce. O tratamento geralmente requer transplante de rim e tratamento para qualquer tumores malignos que possam surgir.
Fryns
A síndrome de Fryns é uma condição genética extremamente rara que afeta múltiplos sistemas do corpo. Os indivíduos afetados normalmente têm características faciais distintas, incluindo um nariz largo e curto, uma boca pequena, um queixo retraído e orelhas anormalmente formadas. Pode também haver malformações nos dedos das mãos e dos pés, uma hérnia diafragmática (um buraco na parede muscular que separa o peito do abdómen), e por vezes problemas cardíacos.
O sistema nervoso central pode também ser afetado e pode haver um atraso no desenvolvimento e deficiência intelectual. Outros problemas de saúde possíveis incluem problemas renais e/ou genitais, problemas oculares, malformações esqueléticas e o aumento de fluido no cérebro (hidrocefalia).
As causas da síndrome de Fryns ainda não são bem compreendidas, mas a maioria dos casos parecem ocorrer aleatoriamente e não são hereditários. O diagnóstico é baseado nos sintomas físicos do indivíduo e pode ser confirmado através de testes genéticos.
Infelizmente, dado o grande número de problemas de saúde possíveis, muitos indivíduos com síndrome de Fryns não sobrevivem além do período neonatal. No entanto, há alguns casos relatados de pessoas que sobreviveram à infância, embora possam necessitar de apoio e cuidados médicos ao longo da vida.
Hermansky-Pudlak com Neutropenia
A síndrome de Hermansky-Pudlak com Neutropenia (HPS-N) é uma variante extremamente rara da síndrome de Hermansky-Pudlak (HPS), uma doença genética que causa albinismo, sangramento e doença pulmonar, entre outros sintomas.
A HPS-N é caracterizada pela presença de albinismo, assim como outros sintomas da HPS, mas também incorpora uma condição conhecida como neutropenia. A neutropenia é uma condição caracterizada por baixos níveis de neutrófilos, um tipo de glóbulo branco que desempenha um papel chave no combate a infecções, em particular bactérias. As pessoas afetadas por esta condição são, portanto, especialmente suscetíveis a infecções.
Esta variante da HPS é causada por uma mutação no gene AP3D1, responsável pela produção de uma proteína que ajuda na formação de um complexo proteico chamado complexo de adaptina AP-3. Este complexo é importante para o transporte de proteínas essenciais para as funções de células especializadas, incluindo os melanócitos (células que produzem a melanina que dá cor à pele, cabelo e olhos) e os neutrófilos (células importantes na resposta imunológica do corpo).
Atualmente, não existe cura conhecida para a HPS-N, e o tratamento geralmente envolve o manejo dos sintomas.
Kniest
A Síndrome de Kniest é uma desordem genética rara caracterizada por um tipo específico de nanismo. Também é classificada como uma forma de displasia esquelética, o que significa que as pessoas com esta condição muitas vezes têm anormalidades ósseas e nas cartilagens.
As características da Síndrome de Kniest incluem pernas e braços curtos em relação ao tronco, tronco normalmente proporcional, e faces e crânio com aspecto normal. Outras características incluem articulações grandes e flexíveis, mãos e pés grandes, e uma gama limitada de movimento em algumas articulações.
Pessoas com Síndrome de Kniest também podem ter problemas oculares, como glaucoma, cataratas e miopia. Problemas de audição também são comuns.
A Síndrome de Kniest é causada por mutações no gene COL2A1 e é herdada numa forma autossómica dominante, ou seja, apenas uma cópia do gene alterado é necessária para que a doença se manifeste.
Não existe cura para a Síndrome de Kniest. O tratamento é de suporte e pode incluir fisioterapia, tratamentos ortopédicos e cirúrgicos para problemas esqueléticos, bem como tratamentos para problemas oculares e auditivos quando presentes.
Maffucci
A síndrome de Maffucci é uma condição de saúde rara caracterizada pelo crescimento de tumores benignos na cartilagem (condromas) e nos vasos sanguíneos (hemangiomas). Estes tumores geralmente se desenvolvem durante a infância e podem ocorrer em qualquer parte do corpo, mas são mais comuns nos ossos das mãos, pés, braços e pernas.
Os condromas na síndrome de Maffucci podem causar deformidades ósseas, fraturas, dor e mobilidade limitada. Os hemangiomas aparecem na pele como manchas de cor azulada que são macias ao toque.
Além disso, as pessoas que sofrem da síndrome de Maffucci têm um maior risco de desenvolver certos tipos de cancro, em particular o câncer de cartilagem (condrossarcoma). A causa desta síndrome é uma mutação genética, mas geralmente não é passada de pais para filhos. A maioria dos casos ocorre como resultado de mutações novas (de novo) que ocorrem aleatoriamente. Na maioria dos casos, a causa desta mutação genética é desconhecida.
Roberts
A síndrome de Roberts, também conhecida como Pseudothalidomide, é uma doença genética caracterizada por defeitos graves no desenvolvimento dos ossos e perturbações na divisão das células, resultando num atraso de crescimento antes e após o nascimento. As principais características desta síndrome são a malformação ou ausência de ossos nas mãos e nos pés e anormalidades faciais e cranianas. Além disso, muitas vezes as pessoas afetadas têm uma contagem de plaquetas baixa e, por isso, são propensas a sangrar e contrair infecções.
A síndrome de Roberts é uma doença muito rara, com uma incidência estimada de 1 em cada 1 milhão de nascimentos. A maioria dos casos é esporádica e ocorre em famílias sem história da doença. Devemos notar que esta síndrome é de caráter genético recessivo, o que significa que para que ela aconteça, ambos os pais devem ser portadores do gene defeituoso.
Os sintomas variam de leves a severos, dependendo do indivíduo. No entanto, todos os indivíduos com esta condição têm um atraso no crescimento significativo e problemas esqueléticos. A inteligência pode ser normal, embora alguns indivíduos possam ter deficiência intelectual.
Atualmente, não existe cura para a síndrome de Roberts. O tratamento é sintomático e de suporte, e pode incluir fisioterapia, terapia ocupacional, acompanhamento regular com um médico pediatra e consultas com vários especialistas, dependendo dos sintomas específicos de cada indivíduo.
Saldino-Noonan
A síndrome Saldino-Noonan é uma condição genética extremamente rara, conhecida como um dos tipos de osteodisplasia letal de curta duração. Esta síndrome é caracterizada pelos ossos longos encurtados, um tórax estreito, pulmões subdesenvolvidos e anormalidades na face, nos rins e no coração.
Normalmente, bebés com esta condição não sobrevem além da infância devido a complicações respiratórias. A síndrome de Saldino-Noonan é causada por mutações num gene específico (Dync2h1) e herda-se num padrão autossómico recessivo, o que significa que ambos os pais devem ser portadores do gene mutado para um filho herdar a condição. Até o momento, não existe cura ou tratamento para esta síndrome.
Trichorhinophalangeal
A síndrome Trichorhinophalangeal (TRPS) é um grupo de distúrbios hereditários raros que afetam principalmente o crescimento e desenvolvimento dos cabelos, nariz e dedos. As características comuns desta síndrome incluem cabelo fino e escasso, uma ponta nasal bulbosa e deformidades nas articulações dos dedos que podem limitar o seu movimento.
Existem três tipos de TRPS - tipo I, II e III, com características ligeiramente diferentes. As pessoas com TRPS tipo I exibem todas as características citadas acima. As pessoas com TRPS tipo II também podem ter deficiências intelectuais e crescimento ósseo adicional (exostoses), e as pessoas com TRPS tipo III têm deficiências mais graves, embora essa forma seja extremamente rara.
A síndrome é causada por mutações nos genes TRPS1, EXT1 e EXT2 e pode ser hereditária, transmitida de pais para filhos através de padrões de herança autosómica dominante, o que significa que uma cópia do gene alterado em cada célula é suficiente para causar a doença.
O diagnóstico é feito com base nos sintomas clínicos, raios-X e pode ser confirmado por testes genéticos. O tratamento é sintomático e de suporte e pode incluir fisioterapia para melhorar a mobilidade articular, aconselhamento genético e, em alguns casos, cirurgia para corrigir deformidades ósseas.
Börjeson-Forssman-Lehmann
A síndrome Börjeson-Forssman-Lehmann é uma condição genética rara, que afeta principalmente o sexo masculino. Esta síndrome é caracterizada por atraso mental moderado a grave, dismorfismo facial, atrofia testicular, obesidade, crescimento anormal dos pêlos (hipertricose), défice comportamentais e, por vezes, convulsões.
A desordem é causada por mutações no gene PHF6, que é encontrado no cromossoma X, sendo assim uma doença ligada ao cromossoma X. Desta forma, as mulheres podem ser portadoras da mutação e passá-la aos filhos, mas são geralmente os homens, que têm apenas um cromossomo X (vindo das mães), que manifestam os sintomas da síndrome.
O tratamento é sintomático, ou seja, focado em gerir ou minimizar os sintomas individuais, já que não existem tratamentos curativos para esta condição.
Simpson-Golabi-Behmel
A síndrome de Simpson-Golabi-Behmel é uma condição genética rara que aumenta o risco de crescimento excessivo e de vários defeitos no desenvolvimento.
Os indivíduos afetados por essa síndrome geralmente têm crescimento excessivo antes e depois do nascimento. As características adicionais desta doença podem incluir uma ampla gama de defeitos de nascença, como anomalias na face, no esqueleto, no coração e nos órgãos genitais, bem como problemas de aprendizado ou atrasos no desenvolvimento.
Esta síndrome também aumenta o risco de vários tipos de tumores, notadamente nos primeiros anos de vida. A síndrome de Simpson-Golabi-Behmel é causada por mutações nos genes GPC3 ou GPC4 e é herdada de maneira recessiva ligada ao cromossoma X. Isso significa que a condição é mais comum nos homens.
Túnel do Carpo
A síndrome do Túnel do Carpo é uma condição médica provocada pela compressão do nervo mediano, que passa através de um estreito túnel no pulso chamado túnel do carpo. Esta condição leva a sensações de dor, formigueiro, fraqueza ou dormência na mão e no braço.
Quando a pressão dentro do túnel do carpo aumenta, por vários motivos como trauma, edema durante a gravidez ou trabalho repetitivo, irrita o nervo, produzindo os sintomas da síndrome.
Se não for tratada, esta síndrome pode levar à atrofia dos músculos da mão e perda permanente de sensação ou coordenação. O tratamento pode incluir repouso da mão, uso de talas, fisioterapia, medicamentos para a dor e a inflamação, e em alguns casos, a cirurgia para aliviar a pressão sobre o nervo.
Esclerose Múltipla
A Esclerose Múltipla é uma doença neurológica, crónica e degenerativa que afeta o sistema nervoso central. É a doença autoimune do sistema nervoso mais comum e caracteriza-se por inflamações que causam lesões nas bainhas de mielina, que são as estruturas responsáveis pela condução dos impulsos elétricos nervosos. Quando essas bainhas são danificadas, a comunicação entre o cérebro e outras partes do corpo fica comprometida.
Os sintomas da esclerose múltipla podem variar bastante de pessoa para pessoa e dependem do local das lesões no sistema nervoso central. Entre os sintomas mais comuns estão a fadiga, problemas de coordenação motora, dificuldades de equilíbrio, dores, espasmos musculares, problemas cognitivos, dificuldades de visão, problemas de bexiga e intestino, entre outros.
Infelizmente, ainda não existe cura para a esclerose múltipla, mas existem tratamentos que podem ajudar a controlar os sintomas e a retardar a progressão da doença. O diagnóstico é feito com base nos sintomas e em exames de imagens do cérebro e da medula espinhal. É uma doença que, geralmente, afeta pessoas jovens, entre os 20 e os 40 anos de idade, e é mais comum em mulheres do que em homens.
Mal de Parkinson
A Síndrome de Parkinson, também conhecida como doença de Parkinson ou simplesmente Parkinson, é uma doença neurológica crónica e degenerativa caracterizada pelo avanço progressivo dos seus sintomas. Esta doença é geralmente repartida em cinco etapas, cada uma delas com uma série de sintomas que vão desde tremores e rigidez muscular (em fases inicial e intermédia) até à incapacidade completa de movimento (em fases mais avançadas).
A causa exata da doença de Parkinson é desconhecida, embora se acredite que uma combinação de fatores genéticos e ambientais possa estar envolvida. Os sintomas são causados pela depleção de dopamina, um neurotransmissor que ajuda a regular os movimentos do corpo e as emoções, no cérebro.
Os principais sintomas da doença de Parkinson são o tremor (geralmente no repouso), a rigidez (aumento da resistência ao movimento passivo) e a bradicinesia (lentidão de movimentos e perda da amplitude dos movimentos). Além dos sintomas motores, podem ocorrer sintomas não motores como perda do olfato, distúrbios do sono, depressão, ansiedade, fadiga, entre outros.
Apesar de não ter cura, o tratamento da doença de Parkinson ajuda a controlar os sintomas. O tratamento pode incluir medicamentos que aumentam os níveis de dopamina no cérebro, fisioterapia, terapia ocupacional, e em alguns casos, cirurgia (como a estimulação cerebral profunda).
Mal de Alzheimer
O síndroma de Mal de Alzheimer, mais conhecido como doença de Alzheimer, é uma condição neurodegenerativa progressiva. É a causa mais comum de demência, um termo geral que descreve uma diminuição em habilidades de pensamento, memória e capacidade cognitiva, a ponto de interferir na vida diária de um indivíduo.
Na doença de Alzheimer, as células cerebrais e as conexões entre elas deterioram-se e morrem, levando ao declínio mental gradual. No início, as pessoas podem ter dificuldade em lembrar eventos recentes e podem experimentar alterações de personalidade. À medida que a doença avança, os indivíduos podem tornar-se desorientados e confusos, experimentar mudanças em seu comportamento, ter dificuldade em falar, engolir e andar até que eles precisem de cuidados em tempo integral.
A causa exata da doença de Alzheimer é ainda desconhecida, mas acredita-se que envolva uma combinação de fatores genéticos, ambientais e de estilo de vida. Actualmente, não há cura para a doença de Alzheimer, mas estão disponíveis tratamentos para ajudar a gerir os sintomas.
Guillain-Barré
A síndrome de Guillain-Barré é uma doença rara e grave que ocorre quando o sistema imunitário do corpo ataca erroneamente os nervos periféricos após uma infecção. Isto, por sua vez, causa inflamação nos nervos e leva a fraqueza muscular e paralisia que geralmente começa nas pernas e se espalha para o tronco e o rosto.
Os sintomas da síndrome de Guillain-Barré incluem fraqueza ou sensação de formigueiro nas pernas, que pode progredir para paralisia, dores musculares, incapacidade de controlar movimentos dos membros ou de caminhar, dificuldade em falar, mastigar e engolir, dificuldade em respirar, batimento cardíaco irregular e pressão arterial alta ou baixa.
O exato desencadeante da síndrome de Guillain-Barré ainda é desconhecido, mas a condição é frequentemente precedida por uma infeção, como uma infeção respiratória ou gastrointestinal.
O diagnóstico da síndrome de Guillain-Barré é feito com base nos sintomas do paciente, num exame físico e em testes como a punção lombar, o estudo da condução dos nervos e a electromiografia.
O tratamento para a síndrome de Guillain-Barré é geralmente realizado numa unidade de cuidados intensivos e pode incluir terapias de substituição da função dos músculos respiratórios, se necessário, e tratamentos para reduzir a duração do episódio de doença aguda.
Estes podem incluir a administração de imunoglobulina por via intravenosa (IVIG), que consiste em anticorpos saudáveis de doadores de sangue, ou a plasmaferese, que é um procedimento que remove, trata e devolve o sangue ao corpo para remover os anticorpos que estão a causar a doença.
As pessoas com síndrome de Guillain-Barré geralmente melhoram dentro de algumas semanas ou meses, mas podem experienciar efeitos a longo prazo como fadiga, dor e dificuldade de movimento. A reabilitação geralmente é necessária para ajudá-los a recuperar a força e a mobilidade.
Asperger
A síndrome de Asperger é uma perturbação do espectro do autismo, que se manifesta ao nível do comportamento e da interação social, sendo menos marcada por problemas de linguagem. Esta síndrome é considerada uma forma leve e alta funcional do autismo.
Os indivíduos com esta síndrome podem ter dificuldade em compreender regras sociais não escritas ou em interpretar gestos e expressões faciais, o que pode levar a interações sociais desajeitadas. Também é comum terem interesses muito específicos e intensos em determinados temas.
Apesar das dificuldades de relacionamento, as pessoas com Síndrome de Asperger geralmente têm inteligência acima da média e uma excelente capacidade de concentração e foco. Cada indivíduo pode apresentar características diferentes e únicas.
Não se sabe ao certo o que causa esta síndrome, mas acredita-se que exista uma combinação de fatores genéticos, neurológicos e ambientais. Atualmente, não existe cura para esta síndrome, mas há várias terapias e intervenções comportamentais que podem ajudar a melhorar as habilidades sociais, a comunicação e a gestão dos interesses e comportamentos específicos.
Huntington
A Síndrome de Huntington, também conhecida como Doença de Huntington, é uma condição genética hereditária que causa o desgaste progressivo de células nervosas no cérebro. Esta doença afeta as capacidades físicas e mentais da pessoa, usualmente começando a manifestar-se entre os 30 e os 50 anos de idade.
Os sintomas iniciais muitas vezes incluem alterações subtis na coordenação, dificuldades em pensar através de problemas e muitas vezes depressão ou alterações de humor. À medida que a doença progride, a capacidade de raciocínio e de movimento vai-se deteriorando, tornando-se a pessoa cada vez mais dependente.
Os sintomas mais graves da doença incluem alterações de personalidade e humor, como depressão, ansiedade ou agressividade; dificuldade em aprender coisas novas ou em tomar decisões; movimentos involuntários e incontroláveis; dificuldade em falar e engolir entre outros.
A Síndrome de Huntington é causada por uma mutação no gene HTT. Cada filho de um pai com Huntington tem uma probabilidade de 50% de herdar a doença. Atualmente, não existe cura para esta condição, mas existem tratamentos disponíveis para ajudar a gerir os sintomas.
Pânico
A síndrome do pânico, também conhecida como transtorno de pânico, é um tipo de perturbação da ansiedade caracterizada por ataques de pânico recorrentes e inesperados. Estes são episódios de medo intenso que podem despoletar severa reação física mesmo quando não há perigo real ou uma causa aparente. Durante um ataque de pânico, a pessoa pode sentir que está a perder o controlo, a ter um ataque cardíaco ou até mesmo a morrer.
Os ataques de pânico muitas vezes incluem alguns dos seguintes sintomas: palpitações, transpiração, tremores, sensação de falta de ar, dor no peito, náuseas, tonturas, medo de perder o controlo ou de morrer.
Além dos sintomas físicos, a pessoa pode experimentar sentimentos de desgraça iminente e despersonalização, a sensação de estar desligada de si mesma.
Causa grande impacto na qualidade de vida da pessoa, sendo que muitas vezes desenvolvem comportamentos de evitamento, deixando de frequentar lugares ou situações onde tiveram ataques de pânico anteriormente, com medo que se repitam. Isto pode levar a outros transtornos, como a agorafobia.
A causa exata da síndrome do pânico não é claramente compreendida, podendo estar associada a fatores genéticos, stress elevado, alterações químicas no cérebro ou eventos traumáticos.
O diagnóstico é geralmente feito por um psicólogo ou psiquiatra, que executará uma avaliação clínica e pode usar critérios de diagnóstico padronizados. O tratamento normalmente envolve psicoterapia, medicamentos ou ambos.
Fadiga Crônica
A Síndrome de Fadiga Crónica (SFC), também conhecida como Encefalomielite Miálgica, é uma condição de saúde complexa e debilitante caracterizada por níveis extremos de fadiga que não melhoram com repouso. Além da fadiga persistente, os sintomas comuns podem incluir dificuldades de concentração e memória, perturbações do sono, dores musculares e articulares e cefaleias frequentes.
A SFC é uma doença que pode ser difícil de diagnosticar, pois os seus sintomas podem ser semelhantes aos de muitas outras doenças e condições de saúde. Além disso, não existe um exame laboratorial específico para a SFC, o que pode dificultar ainda mais o seu diagnóstico.
A causa exacta da SFC é desconhecida, embora se pense que possa ser uma combinação de factores genéticos e ambientais. Também é importante notar que a SFC pode afectar qualquer pessoa, independentemente da idade ou do género, embora seja mais comum em adultos.
O tratamento da SFC centra-se na gestão dos sintomas. Isso pode incluir uma combinação de medicamentos para aliviar a dor, terapias cognitivo-comportamentais para ajudar a gerir os sintomas, e estratégias de autogestão, tais como a aprendizagem de novas formas de planear e realizar actividades para evitar a exaustão.
Restless Leg (Pernas Inquietas)
A síndrome das pernas inquietas, também conhecida como doença de Willis-Ekbom, é uma condição neurológica que se caracteriza pela necessidade irresistível de mover as pernas, geralmente acompanhada por sensações desconfortáveis ou mesmo dolorosas. Estas sensações têm sido descritas como puxões, choques, formigueiros, ou como se insetos estivessem a rastejar por baixo da pele.
Estas sensações e o impulso para mover as pernas ocorrem principalmente à noite, quando a pessoa está a descansar, a sentar-se ou a deitar-se. O movimento ajuda a aliviar o desconforto, mas frequentemente só de forma temporária.
Esta condição pode levar a graves distúrbios do sono, com impacto significativo na qualidade de vida. A causa exata da síndrome das pernas inquietas é desconhecida, mas parece haver um componente genético, com a condição a ocorrer em famílias.
Não existe ainda cura para a síndrome das pernas inquietas, mas existem tratamentos disponíveis que podem aliviar os sintomas, incluindo medicação, alterações no estilo de vida e terapias.
West
A Síndrome de West é uma forma de epilepsia que se manifesta tipicamente em bebés e crianças muito pequenas, geralmente entre os 3 e os 12 meses de idade. Caracteriza-se pela presença de "espasmos infantis", que são uma forma específica de convulsão.
Estes espasmos podem parecer movimentos súbitos, de susto ou reflexos, mas são de facto convulsões. Normalmente, ocorrem logo após o bebé acordar e podem repetir-se muitas vezes ao dia.
Para além dos espasmos, outro indício desta síndrome é um atraso ou regressão no desenvolvimento da criança. Por exemplo, a criança pode deixar de sorrir, de brincar ou mesmo de fazer coisas que já tinha aprendido a fazer, como sentar-se ou gatinhar.
A Síndrome de West é causada por anormalidades no cérebro, que podem decorrer de várias condições, como danos cerebrais ao nascimento, esclerose tuberal, infecções do sistema nervoso central, entre outros. Não existindo cura definitiva, é essencial iniciar o tratamento o mais cedo possível para controlar as convulsões e minimizar o impacto sobre o desenvolvimento da criança. O tratamento normalmente inclui medicamentos antiepilépticos e, em alguns casos, uma dieta especial ou cirurgia.
É uma condição muito rara, estimando-se que afete aproximadamente 1 em cada 3000 a 5000 crianças.
Encefalopatia Hepática
A encefalopatia hepática é uma condição neuropsiquiátrica que ocorre em pessoas com doença hepática grave, como cirrose. É caracterizada por alterações na função cerebral que podem resultar em alterações de personalidade, alterações de humor, confusão mental ou até mesmo coma.
Essa condição acontece quando o fígado, que é responsável pela eliminação de toxinas e substâncias nocivas do sangue, não é mais capaz de realizar essa função adequadamente. Isso leva ao acúmulo dessas substâncias que, eventualmente, podem atingir o cérebro e afetar o seu normal funcionamento.
Os sintomas de encefalopatia hepática variam de acordo com a gravidade da condição e podem incluir alterações de personalidade e comportamento, dificuldade de concentração, confusão, letargia, tremores, movimentos descoordenados, fala arrastada, entre outros. Em casos graves, a pessoa pode entrar em coma.
O tratamento geralmente envolve medidas para reduzir a produção de substâncias tóxicas no intestino, como alterações na dieta e uso de antibióticos.
Wernicke-Korsakoff
A síndrome de Wernicke-Korsakoff é uma desordem cerebral grave que afeta principalmente pessoas que abusam do álcool durante um longo período de tempo. Esta doença, também conhecida como psicose de Korsakoff ou encefalopatia de Wernicke, é causada pela deficiência de tiamina (vitamina B1), essencial para o cérebro.
A síndrome divide-se em duas fases distintas: a encefalopatia de Wernicke e a síndrome de Korsakoff. A primeira é uma condição de curto prazo que causa desorientação, movimentos oculares involuntários e instabilidade na coordenação. Se não tratada, pode levar à síndrome de Korsakoff, uma condição crónica e debilitante que afecta a memória a longo prazo.
Os sintomas mais comuns são a perda de memória (em particular, a formação de novas memórias), "invenção" de acontecimentos (chamada de confabulação), alucinações, e problemas de equilíbrio e coordenação. A síndrome de Wernicke-Korsakoff é irreversível, mas o seu progresso pode ser interrompido ou desacelerado se o indivíduo parar de consumir álcool e receber tratamento, o qual inclui suplementação de vitamina B1 e dieta equilibrada.
Tenha em atenção que este diagnóstico deve ser feito por um médico, e que a abstinência de álcool é um componente essencial do tratamento. Um apoio adequado e tratamento para dependência de álcool pode ser necessários.
Landau-Kleffner
A Síndrome de Landau-Kleffner, também conhecida como Síndrome da Criança Muda, é uma forma rara de epilepsia que ocorre em crianças, tipicamente entre os cinco e os sete anos de idade. Caracteriza-se por uma deterioração progressiva das habilidades de linguagem e comunicação (afasia), geralmente associada a crises epilépticas frequentes durante o sono.
Inicialmente, as crianças com esta síndrome desenvolvem-se normalmente, adquirindo habilidades de linguagem apropriadas para a idade. No entanto, começam a regressar em termos de desenvolvimento e perdem gradualmente a capacidade de entender e usar a linguagem falada. Este declínio das habilidades de linguagem pode ocorrer rapidamente ou gradualmente ao longo do tempo.
Os sintomas desta síndrome variam consideravelmente de criança para criança. Algumas só mostram uma deterioração ligeira das suas capacidades de linguagem, enquanto outras podem perder completamente a capacidade de falar. As crianças com a Síndrome de Landau-Kleffner também podem ter problemas comportamentais ou de aprendizagem.
O tratamento para essa síndrome geralmente envolve medicamentos para controlar as crises epilépticas e a terapia da fala para ajudar a recuperar as habilidades de linguagem perdidas. Em alguns casos, a cirurgia pode ser considerada se os medicamentos não forem eficazes na redução das crises.
X Frágil
A síndrome X Frágil, também conhecida como síndrome de Martin-Bell, é uma condição genética que causa uma variedade de problemas de desenvolvimento, incluindo dificuldades de aprendizagem e deficiências cognitivas. É a forma mais comum de transtorno do desenvolvimento intelectual herdado.
Esta síndrome é causada por uma mutação no gene FMR1 que está localizado no cromossoma X. Em pessoas com síndrome X frágil, uma repetição do segmento de ADN deste gene – especificamente uma sequência de três nucleótidos – ocorre excessivamente, resultando na produção insuficiente de uma proteína importante para o desenvolvimento do sistema nervoso.
Os indivíduos do género masculino são geralmente mais afetados pela síndrome X frágil do que as mulheres, uma vez que os homens têm apenas um cromossoma X (herdado da mãe), enquanto as mulheres têm dois. Uma mulher que tem uma versão mutada do gene tem uma chance de 50% de passá-lo para cada um de seus filhos.
Os sintomas da síndrome X frágil podem variar amplamente e podem incluir atrasos no desenvolvimento físico e intelectual, dificuldades de aprendizagem e comportamento, ansiedade e hiperatividade. Alguns indivíduos também podem apresentar características físicas específicas, como orelhas grandes, face alongada, articulações frouxas e palato alto e arqueado.
Atualmente, não existe cura para a síndrome X frágil, mas existem tratamentos que podem ajudar a aliviar os sintomas. Esses tratamentos podem incluir terapia comportamental, terapia ocupacional, terapia da fala, medicação e, em alguns casos, terapia genética.
Stiff-Person (Pessoa Rígida)
A síndrome da pessoa rígida, também conhecida como Stiff Person Syndrome (SPS), é uma doenidade rara do sistema nervoso caracterizada por rigidez muscular e espasmos recorrentes e dolorosos. Ainda é desconhecido qual é sua causa exacta, porém está geralmente associada a transtornos autoimunes.
Acessivelmente, os sintomas variam e podem incluir rigidez nos músculos do tronco e dos membros, que muitas vezes conduzem a uma marcha em passos curtos ou a uma postura de “tábua” rígida, e espasmos musculares dolorosos provocados por ruídos, movimentos súbitos ou stress emocional.
Para diagnosticar a síndrome da pessoa rígida, os médicos podem fazer um exame físico detalhado, testar os reflexos e pedir exames que possam identificar anticorpos associados à doença.
O tratamento para a síndrome da pessoa rígida normalmente inclui a administração de medicamentos para reduzir a rigidez e aliviar os espasmos musculares, assim como fisioterapia para melhorar a mobilidade e força muscular. Em casos graves, podem ser consideradas terapias imunossupressoras para diminuir a reatividade do sistema imunológico.
Angelman
A síndrome de Angelman é uma doença genética rara que afecta o sistema nervoso, provocando atrasos no desenvolvimento, problemas de movimento e equilíbrio, e uma conduta habitualmente alegre. A maioria das crianças com síndrome de Angelman também apresenta crises de epilepsia e problemas de sono significativos.
As pessoas com síndrome de Angelman geralmente apresentam um atraso grave no desenvolvimento, severas deficiências intelectuais e podem não desenvolver uma linguagem funcional. Contudo, a maioria tem capacidade para compreender linguagem e comunicação não verbal.
Os sintomas e características desta síndrome podem variar bastante entre cada indivíduo. Sendo que, muitas das características associadas também podem ocorrer em doenças ou condições genéticas diferentes, o que pode dificultar o diagnóstico.
Esta síndrome recebeu o nome de Harry Angelman, que foi o primeiro médico a identificá-la na década de 1960.
A síndrome de Angelman é causada por uma alteração no gene UBE3A. Normalmente, uma pessoa recebe uma cópia do gene UBE3A de cada progenitor. A maioria das células do corpo utiliza ambas as cópias do gene. No entanto, no cérebro, normalmente só se utiliza a cópia do gene recebida da mãe. Se essa cópia estiver em falta ou não funcionar corretamente, irá desencadear a síndrome de Angelman.
Gilles de la Tourette
A síndrome de Gilles de La Tourette, normalmente conhecida apenas como síndrome de Tourette, é um tipo de distúrbio neurológico que se manifesta na infância ou na adolescência, sendo mais comum em homens. É caracterizado por múltiplos tiques motores e pelo menos um tique vocal.
Os tiques são movimentos ou sons bruscos, rápidos, repetitivos e involuntários que ocorrem de forma imprevisível. Exemplos comuns de tiques incluem piscar de olhos repetidamente, encolher os ombros, fazer caretas, rodar a cabeça, entre outros. Os tiques vocais podem envolver a repetição de sons ou palavras, e em alguns casos poderão surgir palavras ou frases repentinamente, incluindo linguagem obscena (fenómeno conhecido como coprolalia).
A causa exacta da síndrome de Tourette é desconhecida, mas acredita-se que seja uma combinação de factores genéticos e ambientais.
O diagnóstico de síndrome de Tourette é geralmente baseado em sinais e sintomas. Não existe uma cura, mas o tratamento pode ajudar a gerir os sintomas. Algumas pessoas com síndrome de Tourette podem não necessitar de tratamento quando os sintomas não são problemáticos. Os tiques frequentemente diminuem ou tornam-se controláveis na idade adulta.
Lennox-Gastaut
A síndrome de Lennox-Gastaut é uma forma rara e grave de epilepsia infantil de início precoce. Caracteriza-se pela tríade de múltiplos tipos de crises epiléticas, atraso psicomotor e anormalidades específicas no eletroencefalograma.
Inicia-se normalamente durante a infância - geralmente entre os 3 e os 5 anos de idade - e é caracterizada por diferentes tipos de convulsões. Isto faz com que seja um desafio para os médicos controlar estas convulsões com medicamentos.
Além dos ataques epiléticos, a síndrome de Lennox-Gastaut também pode causar problemas de desenvolvimento, aprendizagem e comportamento.
Tem como um dos seus sinais característicos um padrão específico de ondas lentas e picos rápidos, observado durante o sono num eletroencefalograma (EEG). As causas desta síndrome ainda não são inteiramente conhecidas, podendo ser genéticas, ou resultar de lesões cerebrais.
É uma condição de difícil tratamento e a maioria dos indivíduos afetados necessitará de medicamentos por toda a vida para controlar as convulsões. Além disso, outras intervenções, incluindo estimulação cerebral e dieta cetogénica, podem ser úteis em alguns casos.
Ohtahara
A Síndrome de Ohtahara, também conhecida como encefalopatia epiléptica infantil precoce, é um tipo raro e grave de epilepsia que geralmente se inicia nos primeiros meses de vida. Esta doença é caracterizada por espasmos epiléticos e um padrão específico de irregularidades eletroencefalográficas chamado burst-suppression, que é um padrão de atividade cerebral alternado entre o alto (burst) e o baixo (suppression).
A maioria dos casos desta síndrome é causada por danos cerebrais estruturais, por exemplo malformações cerebrais ou uma falta de oxigénio no cérebro. Também pode ser causada por condições genéticas, ainda que os genes específicos nem sempre sejam identificáveis.
Infelizmente, os resultados para a maioria das crianças diagnosticadas com a síndrome de Ohtahara são ruins. As crises são geralmente resistentes aos tratamentos convencionais para a epilepsia e muitas crianças com esta síndrome têm um desenvolvimento físico e cognitivo atrasado.
Isto não significa que não se deva tentar tratar a condição. O tratamento visa ao controle dos sintomas, melhora da qualidade de vida e desenvolvimento da criança. Além disso, a investigação nesta área está em andamento e existem muitos ensaios clínicos que buscam novas formas de tratar estas formas graves de epilepsia.
Miller Fisher
A Síndrome de Miller Fisher é uma rara desordem neurológica caracterizada por uma rápida progressão de certos sintomas, como a fraqueza dos músculos oculares, anormalidades na coordenação dos movimentos e uma ausência dos reflexos. Trata-se de uma variante do Síndrome de Guillain-Barré, uma condição igualmente neurológica, mas que geralmente provoca uma paralisia ascendente que começa nas pernas.
A origem desta síndrome é desconhecida, mas acredita-se que possa ser o resultado de uma resposta do sistema imunitário a uma infecção viral ou bacteriana anterior. Esta resposta inadequada leva a uma inflamação e danos nos nervos.
Os sintomas mais comuns incluem visão dupla, dificuldade em caminhar, falta de coordenação e reflexos de tendões diminuídos ou ausentes. Embora a Síndrome de Miller Fisher possa ser uma condição preocupante devido à sua rápida progressão, a maioria dos indivíduos começa a recuperar-se dentro de algumas semanas.
O tratamento normalmente envolve terapias de apoio para ajudar a lidar com os sintomas, bem como tratamentos para acelerar a recuperação, como a imunoglobulina intravenosa ou a plasmaferese (um processo que filtra o plasma sanguíneo do corpo e o substitui por plasma novo ou por uma solução de proteínas).
Lambert-Eaton
A Síndrome Lambert-Eaton é uma doença autoimune rara, na qual o sistema imunitário do próprio corpo ataca partes dos neurónios responsáveis por enviar sinais aos músculos, causando fraqueza e outros sintomas. Esta síndrome pode afetar qualquer pessoa, em qualquer idade, mas é mais comum em adultos e por vezes está associada ao cancro do pulmão.
As pessoas com Síndrome de Lambert-Eaton têm dificuldade em mover os músculos, o que pode causar problemas como dificuldade em andar ou em levantar os braços. Pode também causar boca seca, disfunção erétil nos homens, prisão de ventre ou visão turva.
O tratamento desta síndrome está focado em aliviar os sintomas e, caso exista, tratar o cancro associado. O tratamento para aliviar os sintomas pode incluir medicamentos ou fisioterapia. Se houver um cancro associado, este pode ser tratado com cirurgia, radioterapia ou quimioterapia.
Ehlers-Danlos
A síndrome de Ehlers-Danlos é um grupo de doenças genéticas que afetam principalmente a pele e as articulações, embora também possam ter impacto em outros órgãos. As pessoas com esta síndrome têm tecidos conjuntivos que são mais fracos do que o normal. O tecido conjuntivo é uma parte crucial do organismo, pois contribui para a manutenção dos órgãos e outras partes do corpo na posição correta e proporciona firmeza e elasticidade à pele.
Existem vários tipos da síndrome de Ehlers-Danlos, cada um com sintomas ligeiramente diferentes. No entanto, todos os tipos são caracterizados por articulações soltas flexíveis e pele que estica facilmente, e que pode ser muito frágil e propensa a ásperas e cicatrizações anormais.
Os detalhes da síndrome podem variar muito de pessoa para pessoa, mesmo dentro da mesma família. Algumas pessoas podem ter apenas sintomas leves, enquanto outras podem ser gravemente afetadas. Dependendo do tipo de síndrome de Ehlers-Danlos que uma pessoa tem, os sintomas podem ser mais ou menos graves. Algumas formas da doença podem ser potencialmente fatais.
Esta doença é causada por mutações nos genes que estão envolvidos na produção do colagénio, uma proteína que ajuda a fortalecer o tecido conjuntivo. Estas mutações causam uma produção defeituosa de colagénio, o que resulta num tecido conjuntivo enfraquecido. A síndrome de Ehlers-Danlos é geralmente herdada, o que significa que é passada de pais para filhos.
O diagnóstico é geralmente baseado nos sintomas da pessoa e pode ser confirmado por testes genéticos. Infelizmente, não existe cura para a síndrome de Ehlers-Danlos. O tratamento destina-se a gerir os sintomas e a prevenir complicações e pode incluir fisioterapia e, em alguns casos, cirurgia.