Menière
A síndrome de Ménière, também conhecida como doença de Ménière, é uma condição do ouvido interno que causa episódios recorrentes de tonturas (vertigens), perda auditiva flutuante que pode, eventualmente, tornar-se permanente, zumbido (um som constante que parece vir do ouvido) e pressão ou plenitude num ou ambos os ouvidos. Não se sabe exatamente o que causa essa doença, mas acredita-se que seja devido a um aumento do volume de fluido no ouvido interno.
Os episódios de vertigem podem ser tão graves que causam náuseas e até vómitos. A síndrome de Ménière, que é rara, pode ocorrer a qualquer idade, mas é mais comum em adultos entre as idades de 20 a 50 anos.
Existem tratamentos, como a terapia medicamentosa e a reabilitação do equilíbrio, que podem aliviar os sintomas. Em casos mais graves, pode ser necessária cirurgia.
Tietze
A Síndrome de Tietze é uma doença rara caracterizada pela inflamação das cartilagens que unem as costelas ao esterno, que é o osso localizado no meio do peito. Esta condição pode resultar em dor torácica que pode ser confundida com a dor causada por condições cardíacas.
Os principais sintomas da Síndrome de Tietze incluem dor e inchaço na região do peito e vermelhidão na área inflamada. Estes sintomas podem piorar com a tosse ou movimentos físicos. Em alguns casos, a dor pode irradiar para o braço ou ombro do mesmo lado do corpo.
A causa desta doença é desconhecida, contudo suspeita-se que possa ser devido a uma lesão física, tosse persistente ou actividades que possam provocar uma pressão no peito.
Para tratar a Síndrome de Tietze, normalmente são utilizados anti-inflamatórios para reduzir a dor e o inchaço. Em casos mais graves, pode ser necessário um procedimento cirúrgico.
Charcot-Marie-Tooth
A Síndrome Charcot-Marie-Tooth, também conhecida como doença de Charcot-Marie-Tooth (CMT), é um grupo de doenças genéticas que afeta os nervos periféricos, que são os nervos que se estendem fora da medula espinhal para os músculos e órgãos internos do corpo. Estas desordens são hereditárias e caracterizam-se por problemas na função muscular e sensação.
Os sintomas típicos da CMT incluem fraqueza e atrofia muscular (perda de massa muscular), geralmente começando nas extremidades inferiores e levando a dificuldades de locomoção e equilíbrio. Conforme a doença progride, os sintomas podem se espalhar para as mãos, causando problemas com tarefas manuais. Alguns tipos de CMT também podem causar diminuição da sensibilidade à temperatura ou toque.
A CMT não afecta a expectativa de vida, mas não tem cura actualmente. O tratamento centra-se em aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida, o que pode incluir fisioterapia, terapia ocupacional e uso de dispositivos de assistência como chaves e talas. Nos casos mais graves, pode ser necessária cirurgia.
Brown-Séquard
A síndrome de Brown-Séquard é um raro distúrbio neurológico caracterizado por uma lesão unilateral (ou seja, de um lado só) na medula espinal. Esta lesão resulta na perda de sensação e paralisia no mesmo lado do corpo onde a lesão ocorre (isso é chamado de hemiparalisia) e perda de sensação de dor e de temperatura do lado oposto do corpo.
Esta síndrome pode ser causada por várias coisas, como um acidente provocando uma lesão física, um tumor na medula espinal, complicações por uma hérnia de disco, ou doenças como a tuberculosis ou a esclerose múltipla.
Os sintomas podem variar dependendo da extensão e localização da lesão na medula espinal, mas normalmente incluem fraqueza e perda de sensibilidade num lado do corpo, e perda de sensação de dor e de temperatura no outro lado do corpo. Esta síndrome é nomeada em honra dos neurologistas Charles-Édouard Brown-Séquard e James P. Brown, que a descreveram pela primeira vez no século XIX.
Gerstmann
A síndrome de Gerstmann é uma condição neurológica rara que é caracterizada por quatro sintomas principais: agraphia/dysgraphia (dificuldade em escrever), acalculia/dyscalculia (dificuldade em fazer cálculos matemáticos), finger agnosia (incapacidade de distinguir os dedos das mãos) e direita-esquerda disorientation (dificuldade em entender a diferença entre esquerda e direita).
Esta síndrome está geralmente associada a lesões no lóbulo parietal do cérebro, especificamente na região conhecida como giro angular. Os sintomas podem variar dependendo da extensão da lesão e da área exata do cérebro que foi afetada.
Atualmente, não existe cura para a síndrome de Gerstmann. O tratamento é geralmente focado na ajuda ao paciente para aprender a lidar com os sintomas e pode incluir terapia ocupacional, fisioterapia, e/ou terapia da fala. A intervenção precoce e o apoio contínuo podem ajudar as pessoas com síndrome de Gerstmann a viver vidas produtivas e independentes.
Foster Kennedy
A síndrome de Foster Kennedy é uma condição neurológica rara, caracterizada por um conjunto específico de sintomas que incluem o inchaço de um disco ótico (condição chamada de papiledema) num olho e a atrofia do outro olho. Pode ser causada por um tumor no lobo frontal do cérebro. Também pode haver perda de visão e anosmia (perda do olfato) no mesmo lado que o olho atrofiado. O paciente pode ainda apresentar dores de cabeça e náuseas.
Esta síndrome foi descrita pela primeira vez por Robert Foster Kennedy, um neurologista irlandês, no início do século XX.
Os pacientes com síndrome de Foster Kennedy devem procurar assistência médica imediatamente para tratamento e avaliação adequados.
Observe que, embora isso seja raro, é possível ter um pseudo-Foster Kennedy, onde os sintomas são semelhantes, mas sem a presença de uma lesão cerebral. Nesse caso, os sintomas são normalmente causados por condições benignas, como pseudotumor cerebral.
Wallenberg
A Síndrome de Wallenberg, também conhecida como Síndrome do Tronco Encefálico Lateral, é uma condição que ocorre devido a um acidente vascular cerebral (AVC) no tronco cerebral. Este AVC é geralmente causado por obstrução ou rompimento dos vasos sanguíneos que fornecem sangue ao tronco cerebral.
Os sintomas da Síndrome de Wallenberg podem incluir dificuldade em engolir, tontura, vertigem, desequilíbrio, perda de sensibilidade no rosto, entre outros. O tratamento é focado em aliviar os sintomas, prevenir complicações e recuperar a função perdida, podendo incluir terapia medicamentosa, fisioterapia e, em alguns casos, cirurgia.
É uma síndrome rara e as suas consequências dependem da extensão e localização do AVC. Em alguns casos, pode ser uma condição debilitante e potencialmente fatal. O prognóstico varia de pessoa para pessoa, mas com o tratamento adequado, muitas pessoas conseguem levar uma vida relativamente normal após a sua ocorrência.
Joubert
A Síndrome de Joubert é uma doença genética rara que afeta o desenvolvimento do cerebelo, uma parte do cérebro que controla o equilíbrio e a coordenação. A síndrome também pode afetar outros sistemas do corpo.
A Síndrome de Joubert é caracterizada pela malformação do cérebro, especificamente na área do mesencéfalo e do cerebelo. A principal característica desta malformação é o chamado "sinal do molar", que é uma anormalidade visível numa ressonância magnética (MRI) do cérebro de indivíduos com esta síndrome.
As crianças com Síndrome de Joubert geralmente têm hipotonia (tom muscular pobre), dificuldade respiratória especial na infância, retardo do desenvolvimento motor, como sentar e andar, anormalidades oculares que podem levar a perda de visão e, em alguns casos, insuficiência renal. Além disso, as pessoas que sofrem desta síndrome geralmente apresentam dificuldades de aprendizagem e processamento de informação, no entanto, a capacidade intelectual pode variar de uma pessoa para outra.
Existem vários subtipos de Síndrome de Joubert, classificados de acordo com os genes que causam a doença e as características fenotípicas que apresentam. Estes subtipos são conhecidos como "síndromes relacionadas a Joubert" e incluem condições como a Síndrome de Meckel-Gruber, Síndrome de Senior-Loken, e outras.
O diagnóstico da Síndrome de Joubert é geralmente baseado na detecção do "sinal do molar" na visualização do cérebro por ressonância magnética, juntamente com os sintomas clínicos. A confirmação genética por meio de testes genéticos também pode ser usada.
O tratamento para a Síndrome de Joubert é sintomático e de suporte, e geralmente requer a assistência de uma equipa de especialistas para lidar com as várias manifestações da doença. A fisioterapia pode ser útil para melhorar a coordenação e o equilíbrio. Outros tratamentos estão relacionados com as manifestações específicas em cada indivíduo.
O prognóstico para pessoas com Síndrome de Joubert varia consideravelmente e depende da gravidade e presença de características adicionais. Embora alguns indivíduos possam ter uma vida normal ou quase normal, outros podem enfrentar desafios significativos.
Alpers
A Síndrome de Alpers é uma doença genética, neurodegenerativa e rara que afeta tanto crianças quanto adultos. A patologia é associada principalmente com uma série de mutações no DNA mitocondrial que levam a uma série de anomalias no sistema nervoso, como convulsões, perda de habilidades motoras, e declínio cognitivo. É uma doença progressiva que, infelizmente, leva sem tratamento eficaz.
Além dos sintomas neurológicos, a Síndrome de Alpers também pode resultar em problemas no fígado, como a insuficiência hepática. Muitas vezes, os primeiros sintomas são convulsões e atrasos no desenvolvimento.
De forma geral, a Síndrome de Alpers é uma patologia extremamente severa com progressão rápida, levando a morte precoce. As investigações estão em curso para encontrar possíveis tratamentos para esta síndrome.
Leigh
A síndrome de Leigh é uma doença neurometabólica progressiva rara que afeta principalmente crianças. É uma doença genética que afeta primariamente o sistema nervoso central, levando a uma deterioração progressiva das habilidades mentais e motoras.
Na síndrome de Leigh, há uma deficiência no funcionamento das mitocôndrias, que são as partes das células responsáveis pela produção de energia. Isto causa a morte das células nos diferentes tecidos, sendo os do sistema nervoso os mais afetados.
Os sintomas da síndrome de Leigh podem começar a aparecer nos primeiros anos de vida e incluem dificuldade para engolir, falta de controle muscular, perda de apetite, vómitos, irritabilidade, convulsões e episódios de acidose láctica. Infelizmente, a doença geralmente leva a um agravamento progressivo dos sintomas e a diagnósticos fatais muitas vezes durante a primeira década de vida.
O tratamento é sintomático, procurando aliviar as complicações respiratórias, nutricionais e metabólicas da doença. No entanto, até agora não há cura para a síndrome de Leigh.
Rasmussen
A Síndrome de Rasmussen, também conhecida como encefalite de Rasmussen, é uma doença neurológica rara e progressiva, que normalmente se desenvolve em crianças entre as idades de 2 e 10 anos. Caracteriza-se pela inflamação de um hemisfério do cérebro, a qual provoca perda progressiva das funções motoras, cognitivas e de fala. Além disso, a condição geralmente está associada a ataques epilépticos que são resistentes aos tratamentos padrão.
A causa da Síndrome de Rasmussen ainda não é completamente conhecida, teoriza-se que possa ser um transtorno autoimune, onde o sistema imunológico do corpo ataca acidentalmente células saudáveis no cérebro.
O tratamento para a Síndrome de Rasmussen é complexo e pode incluir medicamentos antiepiléticos para controlar as convulsões, imunoterapia para suprimir a atividade do sistema imunológico, ou uma cirurgia cerebral chamada hemisferectomia para remover ou desconectar o hemisfério cerebral afectado.
Fahr
A síndrome de Fahr é uma condição rara e progressiva do sistema nervoso que provoca o acúmulo anormal de cálcio em áreas do cérebro que controlam o movimento, incluindo o gânglio basal e o córtex cerebral. Esta condição é caracterizada por rigidez muscular, tremores e outras formas de movimentos involuntários. Também é comum apresentar sintomas psiquiátricos, que incluem alterações de comportamento, demência, depressão, alucinações, entre outros.
A síndrome de Fahr, também conhecida como calcificações cerebrais idiopáticas familiares, é muitas vezes associada a condições endócrinas, particularmente à diminuição da produção de hormonas pelas glândulas paratiroides (hipoparatireoidismo).
A aparência de sintomas começa, normalmente, no meio da vida adulta, embora a idade em que aparecem possa variar amplamente. É uma condição hereditária, transmitida de pais para filhos através da herança genética.
O tratamento é, principalmente, sintomático e de apoio, já que atualmente não existe cura para a síndrome de Fahr.
Ramsay Hunt
A síndrome de Ramsay Hunt, também conhecida como síndrome de herpes zoster oticus, é uma condição médica rara causada pela reativação do vírus varicela-zoster (o mesmo vírus responsável pela varicela e herpes zoster, ou "zona") no nervo facial. Esta condição é caracterizada por uma erupção cutânea dolorosa no ouvido (herpes zoster oticus) ou na boca, paralisia facial e, por vezes, perda auditiva ou zumbido no ouvido afetado. A síndrome de Ramsay Hunt geralmente afeta apenas um lado do rosto.
Os principais sintomas da síndrome de Ramsay Hunt incluem dor intensa no ouvido, que pode espalhar-se para o rosto, pescoço e cabeça, erupção cutânea com pequenas bolhas cheias de líquido, paralisia facial e perda auditiva. Outros sintomas podem incluir vertigem, náusea, perda de equilíbrio, tonturas e perda de paladar.
O objetivo do tratamento é aliviar os sintomas e prevenir complicações a longo prazo, como a perda permanente da audição e a paralisia facial. A medicação antiviral, como o aciclovir, juntamente com esteroides, é normalmente prescrita para reduzir a duração e a gravidade da infecção. A fisioterapia também pode ser útil para melhorar a paralisia facial. A maioria das pessoas com síndrome de Ramsay Hunt recupera totalmente com o tratamento. No entanto, em alguns casos, a perda de audição e a paralisia facial podem ser permanentes.
Reye
A síndrome de Reye é uma doença grave, rara e potencialmente fatal que causa uma série de problemas de saúde, como danos ao fígado e ao cérebro. A condição tende a desenvolver-se em pessoas que estão a recuperar de uma infeção viral, como a gripe ou varicela.
Apesar da causa exacta da síndrome de Reye ainda ser desconhecida, observou-se um padrão em pessoas que recebem aspirina durante a recuperação da sua doença viral. Embora a relação direta entre aspirina e síndrome de Reye ainda não esteja plenamente confirmada, a maioria dos profissionais de saúde em todo o mundo aconselha a não administrar aspirina a crianças ou adolescentes, com exceção de certas condições crónicas ou doenças onde o médico possa considerar seu uso.
Os sintomas iniciais da síndrome de Reye incluem vómitos repetidos e comportamento anormal, como agressividade. Conforme a condição progride, pode causar sonolência, convulsões e perda de consciência. Se não for tratada, a síndrome de Reye pode levar ao coma e ser fatal.
O tratamento para a síndrome de Reye envolve geralmente cuidar dos sintomas e apoiar as funções do corpo, como respiração ou pressão sanguínea, enquanto o paciente se recupera.
Importante, a síndrome de Reye é uma emergência médica e requer atendimento imediato. Se suspeitar que alguém pode ter síndrome de Reye, deve procurar assistência médica imediatamente.
MELAS
A síndrome de MELAS é uma condição médica rara que afeta vários sistemas do corpo, especialmente o sistema nervoso e os músculos. 'MELAS' é uma sigla em inglês que significa Encefalomiopatia Mitocondrial, Acidose Láctica e Acidentes Vasculares Cerebrais.
A síndrome MELAS é um tipo de doença mitocondrial. As mitocôndrias são partes das células que produzem energia, por isso quando alguém tem a síndrome MELAS, certos sistemas ou partes do seu corpo não recebem a energia de que necessitam para funcionar correctamente.
Esta condição pode manifestar-se de formas muito variadas, desde dores de cabeça e fadiga até problemas mais graves como convulsões, derrames e insuficiência renal.
A síndrome de MELAS é uma condição genética, o que significa que é transmitida de pais para filhos. No caso das doenças mitocondriais, a mutação ocorre na mãe e pode afetar qualquer um dos seus filhos, independentemente do género. Contudo, a probabilidade de a doença se manifestar, assim como a sua gravidade, pode variar muito de pessoa para pessoa na mesma família.
Nem todos os indivíduos com esta mutação genética vão desenvolver a síndrome de MELAS, e a idade de início e a gravidade dos sintomas podem variar amplamente.
Não existe cura para esta doença, mas o tratamento visa controlar e minimizar os sintomas, e geralmente inclui terapias de suporte, como fisioterapia, e o uso de medicamentos para controlar as convulsões, a diabetes e prevenir acidentes vasculares cerebrais.
MERRF
O síndrome MERRF (Mioclonia Epilepsia com Fibras Vermelhas) é uma doença genética rara que afeta principalmente o sistema nervoso e os músculos. Este nome deve-se a uma característica típica da doença, que são as fibras musculares vermelhas rasgadas que são vistas ao examinar o tecido muscular sob um microscópio.
Os sintomas do síndrome MERRF podem incluir convulsões, mioclonia (espasmos musculares involuntários), fraqueza e perda de coordenação muscular (ataxia), bem como problemas de audição e visão. Podem também ocorrer problemas de coração, demência e resistência à insulina.
As pessoas com síndrome MERRF têm um defeito na forma como as células do corpo produzem energia. Esse defeito está geralmente num gene no ADN mitocondrial, que é o ADN que está nas mitocôndrias - as partes das células responsáveis pela produção de energia.
A síndrome MERRF é uma doença genética hereditária, o que significa que é geralmente passada de geração em geração numa família. No entanto, a doença também pode ocorrer de forma esporádica, o que significa que pode ocorrer em pessoas sem história familiar da doença.
O tratamento para a síndrome MERRF envolve geralmente o tratamento dos sintomas à medida que ocorrem. Isto pode incluir medicamentos para controlar as convulsões e a mioclonia, terapia física e ocupacional para ajudar com a força muscular e coordenação, e outros tratamentos conforme necessário.
Kearns-Sayre
A síndrome de Kearns-Sayre é uma doença rara e crónica que se enquadra no grupo das chamadas doenças mitocondriais. Esta síndrome resulta de mutações no DNA mitocondrial, que causa perturbações na produção de energia nas células do corpo.
Os sintomas da síndrome de Kearns-Sayre normalmente desenvolvem-se antes dos 20 anos de idade. Os sinais mais comuns são a fraqueza e a mobilidade limitada dos músculos que controlam os olhos (oftalmoplegia externa progressiva). Esta doença também pode levar a uma queda de pigmento na retina que afecta a visão (retinite pigmentosa), que pode causar dificuldade de visão noturna e perda de campo visual.
Também é comum haver problemas cardíacos, como bloqueio cardíaco, que pode levar a desmaios ou morte súbita se não for tratado. Outros sintomas possíveis incluem falta de coordenação (ataxia), surdez, doença renal, e atraso do crescimento.
A síndrome de Kearns-Sayre é considerada uma condição genética, mas muitas vezes não parece correr nas famílias. Na maioria dos casos, a condição é o resultado de uma nova mutação que ocorre durante a formação do óvulo ou do esperma, ou no início do desenvolvimento embrionário.
No que toca ao tratamento, este é principalmente sintomático e de suporte, podendo incluir terapia física para melhorar a mobilidade, dispositivos de assistência para audição e visão, e, em alguns casos, marca-passo para ajudar nos problemas cardíacos.
NARP
A síndrome NARP (Neuropatia, Ataxia e Retinite Pigmentosa) é uma doença rara e grave que afeta o sistema nervoso e a visão. Esta síndrome deve o seu nome aos três principais sintomas: neuropatia (doença do sistema nervoso), ataxia (incapacidade de coordenar os movimentos) e retinite pigmentosa (degeneração da retina que leva à cegueira).
Trata-se de uma doença genética hereditária causada por mutações no DNA mitocondrial - a parte da célula que produz energia. Isso leva a uma produção insuficiente de energia nas células, afetando principalmente o sistema nervoso e os músculos.
Os sintomas da síndrome NARP começam geralmente na infância ou no início da idade adulta e podem incluir fraqueza muscular, dificuldades de coordenação e equilíbrio, perda progressiva da visão, dificuldades de aprendizagem e problemas cognitivos. Esta síndrome pode também afetar outros órgãos e sistemas, podendo levar a complicações graves, como epilepsia, insuficiência cardíaca e, em casos raros, a morte.
No entanto, os sintomas podem variar em gravidade de pessoa para pessoa. Alguns indivíduos podem ter sintomas leves e capacidade de vida independente, enquanto outros podem ser gravemente afetados e depender de assistência para o cuidado diário. O prognóstico para a síndrome NARP é incerto, porque a progressão e a gravidade da doença podem variar amplamente. Até ao momento, não há cura para esta síndrome, mas os sintomas podem ser geridos com terapia sintomática e de apoio.
OMS (Opsoclonus-Myoclonus Syndrome)
A síndrome de Opsoclonus-Myoclonus (OMS), também conhecida como dança das mãozinhas, é uma condição neurológica rara que se caracteriza pela presença de opsoclonus, um movimento descontrolado e rápido dos olhos, e de mioclonia, que é um movimento involuntário, rápido e repentino de um grupo de músculos.
Esta síndrome é muitas vezes associada a neoplasias malignas, como neuroblastoma em crianças ou cancro de mama e de pulmão em adultos, sendo por isso considerada uma síndrome paraneoplásica.
No entanto, a OMS também pode surgir após uma infeção viral. Pensa-se que esta condição resulta de uma resposta imunológica anormal que acaba por desencadear uma inflamação no sistema nervoso central.
Os sintomas da OMS podem incluir perturbações do sono, alterações de comportamento, dificuldades de fala, perda de equilíbrio e coordenação e, em alguns casos, desenvolvimento motor e cognitivo lento.
Quanto ao tratamento, este varia conforme a causa subjacente, mas envolve geralmente a administração de medicamentos para suprimir a resposta imunológica e, se a OMS estiver a ser causada por um tumor, o tratamento pode exigir a remoção do mesmo.
Parinaud
A Síndrome de Parinaud, também conhecida como síndrome de Parinaud-Dorsal, é um conjunto de anormalidades neurológicas, principalmente associadas a danos na região do teto mesencefálico, uma área do cérebro localizada perto da glândula pineal.
A principal característica desta síndrome é o distúrbio dos movimentos oculares, especialmente a incapacidade de mover os olhos para cima (paralisia do olhar para cima ou para baixo). Outros sintomas podem incluir pupilas anormais (que não reagem à luz mas reagem à acomodação, isto é, estreitam-se quando se olha para um objeto próximo) e a incapacidade de coordenar os movimentos dos olhos (como olhar para um objeto em movimento).
As causas da Síndrome de Parinaud podem ser diversas, incluindo tumores cerebrais, infecções, derrames ou trauma, embora seja mais comumente associada a tumores na glândula pineal.
O tratamento geralmente envolve tratar a causa subjacente (por exemplo, removendo o tumor ou tratando a infecção) e pode incluir fisioterapia para ajudar a gerir os sintomas.
Machado-Joseph
A Síndrome Machado-Joseph, também conhecida como doença de Machado-Joseph ou ataxia espinocerebelar tipo 3, é uma doença genética rara e hereditária. Ela é caracterizada pela degradação progressiva de certas áreas do cérebro, resultando em diversos problemas de coordenação motora.
Os sintomas incluem, entre outros, dificuldade em andar, falar e engolir, movimentos oculares anormais, fraqueza nas pernas e braços, além de problemas de equilíbrio e coordenação. A gravidade dos sintomas e a idade de início podem variar.
Ela deve seu nome a duas famílias de origem portuguesa (dos Açores) em que vários membros foram afetados.
A doença de Machado-Joseph é causada por mutações num gene chamado ATXN3. Esta doença é herdada de forma autossómica dominante, o que significa que uma cópia do gene alterado em cada célula é suficiente para a pessoa desenvolver a doença. Na maioria dos casos, um dos pais da pessoa afetada possui a doença.
Apesar de não existir atualmente uma cura para a doença de Machado-Joseph, existem tratamentos disponíveis para ajudar a gerir os sintomas e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.
Meige
A síndrome de Meige é uma desordem neurológica rara caracterizada pelos espasmos forçados e involuntários da face e pescoço. Inclui o blefaroespasmo (contração involuntária dos músculos das pálpebras) e o espasmo facial inferior, que afeta os músculos ao redor da boca. A condição é mais comum em mulheres do que em homens e tem a tendência de se desenvolver entre as idades de 30 e 70 anos.
Os sintomas geralmente começam com espasmos ou piscar involuntário dos olhos e, em seguida, se espalham gradualmente para os músculos ao redor da boca, queixo e pescoço. Isso pode resultar em movimentos faciais bizarros e desconfortáveis.
A causa da síndrome de Meige não é bem compreendida. Pode estar relacionada a problemas no sistema nervoso, que controla o movimento muscular. Em alguns casos, a doença pode ser genética, mas na maioria das vezes, a causa é desconhecida.
Não há cura conhecida para a síndrome de Meige, mas existem tratamentos disponíveis para ajudar a gerir os sintomas. Isso geralmente envolve medicamentos que aliviam os espasmos musculares ou a terapia com toxina botulínica (Botox). Em casos graves, onde o tratamento médico não é eficaz, a cirurgia pode ser uma opção.
Holmes-Adie
A síndrome de Holmes-Adie é uma condição neurológica rara caracterizada por uma combinação de sintomas que geralmente afetam os olhos e os reflexos do tendão profundo. Habitualmente começa nos primeiros anos da vida adulta e é mais comum em mulheres que em homens.
O sintoma mais evidente da síndrome de Holmes-Adie é a presença de um ou de ambos os olhos com pupilas dilatadas (pupila de Adie) que reagem de maneira anormalmente lenta à luz direta. Esta é uma condição que pode causar visão turva ou alteração da percepção da profundidade.
Outras pessoas com a síndrome de Holmes-Adie podem ter ausência ou uma diminuição dos reflexos de tendão profundo, particularmente no Aquiles e no joelho. Também pode haver danos em outras partes do sistema nervoso autónomo que regulam várias funções corporais involuntárias.
O tratamento para a síndrome de Holmes-Adie é geralmente sintomático e de suporte. Pode incluir o uso de óculos de prescrição especial para problemas de visão e fisioterapia para os problemas de reflexo dos músculos. Algumas pessoas podem precisar de medicamentos para controlar outros sintomas.
Este síndrome é nomeado após os médicos britânicos Gordon Morgan Holmes e William John Adie, que estudaram esta condição no início do século XX. Embora esta condição possa ser irritante, geralmente não é grave ou com risco de vida.
Tolosa-Hunt
A Síndrome de Tolosa-Hunt é uma doença rara que causa dor intensa e constante ao redor de um ou ambos os olhos. Esta condição é causada por inflamação dos tecidos moles (particularmente os músculos) localizados na base do crânio. Esta inflamação provoca disfunção dos nervos cranianos, o que resulta em paralisia de alguns dos músculos que controlam o movimento dos olhos. Isso pode levar a sintomas como dor ocular intensa, olhos vermelhos, inchaço ao redor dos olhos, visão dupla e outras perturbações visuais.
O diagnóstico da Síndrome de Tolosa-Hunt é geralmente feito com base nos sintomas clínicos e em exames de imagem, como uma ressonância magnética que pode mostrar a inflamação.
O tratamento normalmente envolve terapia com agentes anti-inflamatórios, muitas vezes corticosteroides, que podem ajudar a reduzir a inflamação e aliviar os sintomas. O prognóstico para a maioria dos indivíduos com esta doença é geralmente bom, embora a doença possa recorrer em alguns casos.
Down (Trissomia 21)
A Síndrome de Down, também conhecida como trissomia 21, é uma condição genética que ocorre quando uma pessoa tem uma cópia extra do cromossoma 21. Isto significa que, em vez do número normal de 46 cromossomas, uma pessoa com Síndrome de Down tem 47. Esta cópia extra causa uma variedade de características físicas e de desenvolvimento.
As características físicas comuns da Síndrome de Down incluem olhos inclinados para cima, uma forma "achatada" da cabeça e do rosto, mãos menores com dedos curtos e um pescoço curto. Os indivíduos com este síndrome também podem ter problemas de saúde, incluindo deficiências cardíacas congénitas, problemas auditivos e visuais, e um elevado risco de leucemia.
Cognitivamente, os indivíduos com Síndrome de Down geralmente têm deficiências intelectuais em diversos graus. No entanto, o nível de deficiência varia muito de pessoa para pessoa, e muitos indivíduos com Síndrome de Down podem viver vidas independentes e produtivas com o devido apoio e oportunidades.
Além disso, a Síndrome de Down pode ser identificada antes do nascimento através de testes pré-natais, ou após o nascimento, com base na sua aparência física e testes genéticos confirmatórios. Embora não haja cura para a Síndrome de Down, os serviços de intervenção precoce e terapias específicas podem ajudar a maximizar o potencial de um indivíduo com esta condição.
Marfan
A síndrome de Marfan é uma doença genética do tecido conjuntivo que afeta várias partes do corpo, como o coração, os olhos, os pulmões, a pele e o esqueleto. A doença é causada por defeitos no gene que codifica a produção de uma proteína essencial para a integridade do tecido conjuntivo, chamada fibrilina-1.
Os indivíduos com síndrome de Marfan costumam ser muito altos, com membros e dedos longos e delgados, possuir deformidades esqueléticas, como escoliose ou pectus (peito escavado ou carinatum), hiperflexibilidade articular, deslocamento do cristalino, miopia e têm risco elevado de desenvolver problemas cardiovasculares, particularmente dilatação e dissecção da aorta.
É uma doença hereditária, transmitida de pais para filhos, cada filho de uma pessoa com síndrome de Marfan tem 50% de probabilidade de herdar a doença. No entanto, também pode ocorrer por mutação espontânea, sem que haja casos prévios na família.
O diagnóstico é feito com base na observação clínica dos sintomas, exames físicos e exames genéticos. É uma doença que não tem cura, mas o tratamento visa o controle dos sintomas, a prevenção de complicações e a melhoria da qualidade de vida.
Os pacientes precisam de acompanhamento médico frequente, podendo requerer cirurgias, principalmente para corrigir problemas cardíacos e oculares. Com um acompanhamento médico adequado, as pessoas com síndrome de Marfan podem ter uma esperança de vida próxima ao normal.
Rett
A síndrome de Rett é um distúrbio neurológico que afeta principalmente as meninas e ocorre raramente nesses meninos. É uma condição genética que compromete o desenvolvimento após alguns meses de vida, levando a múltiplos problemas de ordem física e mental.
Os primeiros sintomas da síndrome de Rett podem incluir atrasos no desenvolvimento físico ou mental, perda da capacidade de usar as mãos de forma normal e lenta no crescimento da cabeça. Também podem ocorrer dificuldades respiratórias, convulsões, problemas cardíacos, problemas de sono e outros problemas médicos.
Essas crianças podem também desenvolver comportamentos repetitivos, como retorção de mãos. A maioria das pessoas com síndrome de Rett tem problemas graves de aprendizagem e de comunicação e muitas vezes são incapazes de falar ou usar as mãos de forma útil.
A síndrome de Rett é causada por mutações no gene MECP2 (localizado no cromossoma X) que leva a um mau funcionamento deste gene. Estes podem ser herdados de um dos progenitores ou pode ser o resultado de uma mutação espontânea.
Não existe cura para a síndrome de Rett, mas existem tratamentos que podem ajudar a controlar os sintomas. A eficácia do tratamento varia e depende das necessidades individuais de cada paciente. Terapias físicas, ocupacionais e de comunicação podem ser úteis. Medicamentos podem ser usados para tratar as convulsões e outros problemas médicos.
Edwards (Trissomia 18)
A Síndrome de Edwards, também conhecida como Trissomia 18, é uma condição genética resultante de uma anomalia cromossómica. Os seres humanos normais têm 23 pares de cromossomos, sendo que em cada par, um é herdado da mãe e o outro do pai. No caso da Síndrome de Edwards, existe um cromossomo extra no par 18, ou seja, há três cromossomos 18 em vez de dois.
Este cromossomo extra interfere no desenvolvimento normal do indivíduo, causando uma série de complicações médicas. As manifestações clínicas podem variar muito entre os indivíduos, mas geralmente incluem malformações cardíacas, anomalias renais e do sistema nervoso central, crescimento deficiente, baixo peso ao nascer, orelhas baixas, mandíbula pequena e atraso no desenvolvimento.
A Síndrome de Edwards é considerada uma doença grave e muitas crianças com esta condição nem chegam a nascer, ou se nascem, podem não sobreviver ao primeiro ano de vida. No entanto, alguns indivíduos com formas menos graves da doença podem viver até a idade adulta. O tratamento é geralmente sintomático e envolve cuidados médicos multidisciplinares.
O diagnóstico é normalmente feito através de testes genéticos antes do nascimento, se houver suspeita de que o bebé possa ter a doença, como por exemplo, em casos de pais que já tiveram um filho com a Síndrome de Edwards.
Treacher Collins
A síndrome de Treacher Collins, também conhecida como disostose mandibulofacial, é um distúrbio genético raro que afecta o desenvolvimento dos ossos e tecidos da face. A intensidade dos sintomas varia muito de pessoa para pessoa, havendo casos que podem passar despercebidos e outros em que as alterações faciais são muito evidentes.
As pessoas com síndrome de Treacher Collins geralmente têm olhos inclinados para baixo, pálpebras caídas, orelhas subdesenvolvidas ou ausentes, maxilar e queixo pequenos, e ossos da face mal formados. Além disso, algumas pessoas com este distúrbio podem ter problemas de audição devido a malformações nos ouvidos. As alterações nos ossos da face também podem afectar a respiração e a fala.
A síndrome de Treacher Collins é causada por mutações em um dos três genes - TCOF1, POLR1C ou POLR1D. Esta condição é geralmente hereditária e segue um padrão de herança autossômico dominante, o que significa que uma cópia alterada do gene em cada célula é suficiente para causar a doença.
Não existe cura para a síndrome de Treacher Collins, mas o tratamento envolve uma abordagem multidisciplinar que pode incluir cirurgia para corrigir as anormalidades faciais, aparelhos auditivos para melhorar a audição e terapia da fala para melhorar a pronúncia das palavras.
Apert
A síndrome de Apert é uma condição genética rara que é caracterizada pelo desenvolvimento anormal do crânio, fazendo com que este fique com uma forma alongada. Esta condição causa fusão prematura das suturas cranianas (as linhas de "costura" entre os ossos do crânio) durante o desenvolvimento embrionário, o que restringe o crescimento do crânio e afeta a forma e a aparência da cabeça e da face.
As crianças com a síndrome de Apert podem também ter dedos das mãos e dos pés fundidos (sindactilia) e outros defeitos ósseos, bem como retardamento mental que varia de leve a moderado.
Esta é uma doença genética, portanto, é causada por uma mutação no gene FGFR2. As mutações neste gene podem ocorrer aleatoriamente (em novo) ou podem ser herdadas de um dos pais.
O tratamento da síndrome de Apert é geralmente dirigido para as questões específicas que enfrentam cada indivíduo, como a cirurgia para corrigir a forma do crânio, mãos e pés. A terapia física e a ocupacional são muitas vezes úteis para ajudar a melhorar a força muscular, a coordenação e as habilidades motoras. Alguns indivíduos podem necessitar de serviços especiais de educação.
Lowe
A síndrome de Lowe, ou síndrome oculocerebrorrenal, é uma doença genética rara que afeta principalmente o cérebro, olhos e rins. A condição foi nomeada após o Dr. Charles Lowe, que foi um dos primeiros médicos a descrevê-la em detalhe.
A síndrome de Lowe é causada por mutações no gene OCRL e é herdada através de um padrão de herança recessiva ligada ao X, que significa que afeta principalmente os homens.
Os principais sintomas da síndrome de Lowe incluem problemas nos olhos como cataratas (geralmente presente desde o nascimento), problemas de rim como a renais de Fanconi e atraso no desenvolvimento motor e intelectual que geralmente se tornam aparentes no primeiro ano de vida. As crianças afetadas podem ter dificuldade em mover o corpo, dificuldade de aprendizagem e problemas de comportamento.
Não existe cura para a síndrome de Lowe, embora existam tratamentos para ajudar a gerir os sintomas. Uma equipa de cuidados multidisciplinar é necessária para monitorizar e tratar os vários aspectos da doença, incluindo oftalmologistas para o cuidados dos olhos, nefrologistas para os cuidados renais, fisioterapeutas para o desenvolvimento motor e especialistas em desenvolvimento para o desenvolvimento cognitivo e comportamental.
Apesar dos desafios, muitas pessoas com síndrome de Lowe vivem até a idade adulta e podem ter vidas significativas e produtivas.
Jacobsen
A Síndrome de Jacobsen, também conhecida como Síndrome de Deleção 11q, é uma condição genética rara causada pela perda (deleção) de material genético no braço longo do 11º cromossoma.
As pessoas com síndrome de Jacobsen podem apresentar uma variedade de sintomas, dependendo da quantidade e localização do material genético perdido. Estes podem incluir atraso no desenvolvimento, dificuldades de aprendizagem, comportamento de hiperatividade, características faciais distintas, problemas de coração, problemas sanguíneos, falta de plaquetas sanguíneas (plaquetas de Paris-Trousseau) e problemas nos tratos urinário e digestivo.
A gravidade dos sintomas pode variar significativamente de pessoa para pessoa, mesmo entre membros da mesma família. A síndrome foi descrita pela primeira vez na literatura médica por Petra Jacobsen, uma pesquisadora dinamarquesa, em 1973. Devido à sua raridade, a prevalência exata é desconhecida, mas estima-se que ocorra em aproximadamente 1 em cada 100.000 nascimentos a 1 em cada 50.000 nascimentos.
O tratamento para a síndrome de Jacobsen é sintomático, o que significa que é focado em gerir os sintomas individuais do paciente, uma vez que não há cura conhecida para a condição subjacente. A abordagem de tratamento exata irá variar dependendo dos sintomas específicos e da gravidade em cada indivíduo.
Goldenhar
A síndrome de Goldenhar, também conhecida como displasia osteocranial hemifacial, é uma condição genética rara que se caracteriza por malformações do crânio, face e coluna vertebral. As pessoas com esta condição geralmente apresentam malformações num dos lados do corpo, embora possam ocorrer em ambos os lados.
Os sintomas variam de acordo com o indivíduo, podendo incluir: ausência de um olho ou olhos pouco desenvolvidos, orelhas mal formadas ou ausentes, mandíbula subdesenvolvida, anormalidades na coluna vertebral, cardiopatias e deficiências mentais. A síndrome também pode afetar outros órgãos, como os pulmões, o coração e os rins.
A síndrome de Goldenhar é geralmente diagnosticada ao nascimento ou pouco depois, com base nos sintomas visíveis. O tratamento geralmente envolve uma combinação de cirurgias para corrigir as anormalidades físicas, acompanhamento médico regular para monitorizar a saúde geral e o desenvolvimento, e terapia física ou ocupacional para melhorar a função e a independência.
A causa exata da síndrome de Goldenhar é desconhecida, mas a pesquisa sugere que pode estar relacionada com fatores genéticos ou com a exposição a certos factores ambientais durante a gravidez.
Larsen
A síndrome de Larsen é uma doença genética rara que afeta o desenvolvimento das articulações e ossos do corpo. Esta síndrome é caraterizada por várias deformidades congénitas, tais como rosto achatado, nariz largo e curto, hipermobilidade articular (articulações excessivamente flexíveis), pés chatos, e olhos espaçados amplamente (hipertelorismo). A maioria dos indivíduos afetados também apresenta problemas de audição e de visão.
Além destas deformidades, as pessoas com síndrome de Larsen podem ter dificuldades respiratórias e cardíacas, bem como problemas na coluna, como escoliose (curvatura lateral da coluna vertebral) ou cifose (arredondamento da coluna vertebral).
Geralmente, a síndrome de Larsen é diagnosticada ao nascimento ou na infância, e o tratamento é focado na gestão dos sintomas específicos de cada indivíduo. Isto pode incluir fisioterapia, cirurgia para corrigir deformidades ósseas ou articulares e acompanhamento por especialistas em diversas áreas da saúde, como cardiologia, ortopedia, pneumologia ou oftalmologia.
É importante notar que a gravidade e a forma como a síndrome afeta cada pessoa pode variar bastante. Algumas pessoas podem ter poucos sintomas e levar uma vida quase normal, enquanto outras podem ter problemas de saúde graves e precisar de cuidados médicos ao longo da vida.
Rubinstein-Taybi
A Síndrome de Rubinstein-Taybi é uma rara condição genética que afeta muitos sistemas do corpo. As características da síndrome variam de pessoa para pessoa, mas as razões comuns incluem deficiência intelectual que varia de leve a moderada, características faciais distintas, polegares e primeiros dedos dos pés largos e frequentemente angulares, além de baixa estatura.
As características faciais distintas podem inclinar sobrancelhas espessas e baixas, olhos proeminentes e ponte do nariz larga. Além disso, também pode haver anormalidades esqueléticas, problemas cardíacos e aumento do risco de tumores benignos e malignos.
A Síndrome de Rubinstein-Taybi é geralmente causada por mutações em um dos dois genes, o CREBBP e o EP300. A maioria dos casos da síndrome ocorre em pessoas sem histórico familiar da condição.
Crouzon
A Síndrome de Crouzon é uma doença genética rara que ocorre devido a uma mutação no gene FGFR2. Esta condição é caracterizada por malformações craniofaciais que são visíveis desde o nascimento, como fusão prematura das suturas cranianas (fenómeno conhecido como craniossinostose), o que impede o crânio de crescer normalmente.
Os sintomas mais comuns são o rosto pouco desenvolvido, sobretudo a maxila superior, olhos proeminentes, nariz anormal e problemas dentários. Outras complicações associadas a esta síndrome podem incluir problemas auditivos, doença do refluxo gastroesofágico, apneia do sono, e em casos graves, a pressão intracraniana elevada pode levar a problemas de desenvolvimento intelectual.
O tratamento para a Síndrome de Crouzon geralmente envolve uma combinação de cirurgias para corrigir as anormalidades craniofaciais e melhorar a função respiratória, alimentar e da fala, além de tratamento ortodôntico. Não existe cura para esta condição, portanto o objetivo do tratamento é aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida do paciente.
Wiskott-Aldrich
A síndrome de Wiskott-Aldrich é uma doença rara e grave, de carácter genético e hereditário, que afecta predominantemente os homens. Esta síndrome caracteriza-se por um sistema imunitário muito fraco (imunodeficiência), eczema (uma condição de pele inflamada, com prurido e por vezes com bolhas) e uma baixa contagem de plaquetas no sangue (trombocitopenia), o que provoca sangramento fácil e excessivo.
Os sintomas desta síndrome variam muito, tanto em termos de gravidade como das partes do corpo afectadas. Podem incluir infecções frequentes e graves, como pneumonia e meningite, e eczema grave, que é difícil de controlar com tratamento. O sangramento também é um problema significativo e pode levar a contusões, sangramento nasal e sangramento no intestino ou no cérebro.
A causa da síndrome de Wiskott-Aldrich é uma mutação no gene WAS, que dá instruções para a produção da proteína WASP. Esta proteína é crucial para a função do sistema imunitário e a formação de plaquetas no sangue. Como tal, a mutação neste gene pode levar a uma ampla gama de problemas de saúde.
O tratamento para a síndrome de Wiskott-Aldrich pode incluir medicamentos para ajudar a controlar os sintomas, tratamentos para infecções e, em alguns casos, transplante de células estaminais. No entanto, a condição pode ser fatal nos primeiros anos de vida, principalmente devido a infecções graves ou hemorragias.
Fanconi
A síndrome de Fanconi é uma doença genética rara que afeta principalmente as funções dos rins, mas pode ter impacto em várias outras partes do corpo. Esta síndrome é uma forma de insuficiência renal tubular, em que certos electrolytes minerais e fluidos não são devidamente reabsorvidos pelos rins.
Os indivíduos afetados pela síndrome de Fanconi têm um risco elevado de desidratação e desequilíbrio eletrolítico grave, especialmente em condições de stress físico. Os sintomas variam bastante, mas incluem crescimento lento, beber e urinar mais do que o normal, vómitos, febre alta e erupções cutâneas.
Outros sintomas podem incluir alterações nos ossos, no sistema nervoso e distúrbios metabólicos. Em resumo, a síndrome de Fanconi é uma doença complexa que faz com que o corpo tenha dificuldade em gerir a água, os sais, os ácidos e os açúcares.
Se não for tratada, a síndrome de Fanconi pode levar a doença renal crónica em estágio final, uma situação potencialmente fatal. O tratamento desta síndrome geralmente envolve a gestão dos sintomas, incluindo a reposição de eletrólitos e nutrientes perdidos, assim como a terapia com medicamentos para retardo da progressão da doença renal.
Meckel-Gruber
A Síndrome de Meckel-Gruber, também conhecida como displasia renal-hepático-pancreática, é uma doença genética rara e letal caracterizada por uma combinação de anomalias congénitas. Essas anomalias consistem normalmente em quisto renal (quando cistos se desenvolvem nos rins), encefalocele occipital (quando parte do cérebro protrai para fora do crânio) e polidactilia (quando uma pessoa nasce com mais do que o número normal de dedos nas mãos ou pés).
Esta síndrome é uma doença autossómica recessiva, o que significa que ambos os pais devem portar o gene defeituoso para um filho herdar a doença. Devido à gravidade das malformações, a maioria dos bebés com a Síndrome de Meckel-Gruber morre antes ou logo após o nascimento. Não há cura ou tratamento específico para esta síndrome. O cuidado é geralmente de suporte, com foco em controlar os sintomas e as complicações.
O diagnóstico geralmente é feito por meio de ecografia pré-natal, o que pode revelar as anormalidades típicas desta condição. Aconselhamento genético pode ser benéfico para os pais que têm um histórico familiar da síndrome.
Greig
A Síndrome de Greig é uma condição genética rara que afeta o desenvolvimento dos órgãos e estruturas do corpo. As pessoas com esta condição tipicamente têm características físicas distintas, que podem incluir uma cabeça mais larga do que o normal (macrocefalia), olhos amplamente espaçados (hipertelorismo), uma testa proeminente e dedos extras nas mãos ou pés (polidactilia). Alguns indivíduos também podem ter anomalias ósseas, como fusão anormal de alguns dos ossos do crânio (sindactilia).
Esta condição é causada por mutações no gene GLI3 e é herdada de maneira autossómica dominante, o que significa que apenas uma cópia do gene alterado é suficiente para causar a condição.
O espectro clínico da síndrome de Greig pode variar significativamente entre os indivíduos afetados - isto é, a gravidade e a combinação de características podem variar - e, como tal, o tratamento é personalizado para cada indivíduo com base nas suas necessidades específicas. Pode incluir cirurgia para corrigir anomalias esqueléticas, bem como terapia ocupacional e fisioterapia como suporte.