Prolactinoma
O Prolactinoma é um tipo de tumor benigno da hipófise - uma pequena glândula localizada na base do cérebro - que produz um excesso de prolactina, um hormônio que regula e estimula a produção de leite nas mamãs. Por ser um tumor benigno, o prolactinoma não se espalha para outros locais do corpo.
Os sintomas do prolactinoma variam de acordo com o sexo do indivíduo. Nas mulheres, pode causar irregularidades menstruais, infertilidade, perda de libido e produção de leite mesmo sem gravidez ou amamentação. Nos homens, pode causar diminuição da libido, infertilidade, impotência, redução do volume dos testículos e aumento das mamas.
O tratamento mais comum inclui medicamentos para reduzir a produção de prolactina e encolher o tumor. Em alguns casos, pode ser necessário cirurgia ou radioterapia. A maioria das pessoas com prolactinoma responde bem ao tratamento e consegue levar uma vida normal. No entanto, é uma condição que geralmente requer acompanhamento médico a longo prazo.
Ovarian Hyperthecosis
A síndrome Ovarian Hyperthecosis é uma condição médica que ocorre quando há um excesso de células teques nos ovários. Estas células são responsáveis pela produção de hormonas chamadas androgénios (hormonas sexuais masculinas), resultando por isso em níveis anormalmente elevados destas hormonas no corpo feminino. Isto pode levar a uma variedade de sintomas, incluindo o excesso de pelos faciais e corporais, calvície de padrão masculino, irregularidades menstruais e infertilidade. Além disso, a hiperplasia teques pode causar complicações metabólicas severas, como a resistência à insulina, que pode levar ao desenvolvimento de diabetes tipo 2 ou doença cardiovascular. É uma condição rara e é mais frequentemente diagnosticada em mulheres pós-menopáusicas, embora possa ocorrer em mulheres mais jovens.
Thyrotoxic Periodic Paralysis
A Síndrome Thyrotoxic Periodic Paralysis (TPP) é um distúrbio neurológico que pode ocorrer em pessoas que têm um estado de tireotoxicose, uma condição em que a glândula tireoide do corpo produz excesso de hormonas da tireoide. A TPP pode fazer com que a pessoa experimente episódios de fraqueza muscular ou paralisia. Esses episódios geralmente ocorrem repentinamente e podem durar várias horas.
Os sintomas podem variar amplamente, de fraqueza leve nas pernas e braços a sérias paralisias que afetam o corpo inteiro. Essas crises de paralisia acontecem mais frequentemente durante a noite ou após atividade física ou ingestão de alimentos ricos em hidratos de carbono.
A taxa de hormônios elevados da tireoide pode alterar os níveis de iões potássio no corpo, que desempenham um papel crítico na actividade elétrica das células musculares. Quando os níveis de potássio ficam muito baixos (uma condição chamada hipopotassemia), pode ocorrer paralisia muscular.
Este distúrbio é muito mais comum em homens de origem asiática, embora possa afetar pessoas de todas as raças e etnias. O tratamento geralmente envolve o controle dos níveis de hormônio da tireoide e, durante um ataque, o tratamento da hipopotassemia.
Pituitary Apoplexy
A Síndrome de Apoplexia Pituitária é uma condição rara e potencialmente fatal que ocorre devido a uma hemorragia ou infarto em uma glândula pituitária já existente (usualmente tumoral). A glândula pituitária é uma pequena glândula localizada na base do cérebro e é responsável pela produção de várias hormonas que regulam funções corporais importantes.
Os principais sintomas associados a esta síndrome incluem dor de cabeça severa, muitas vezes acompanhada por náuseas e vómitos, bem como alterações na visão e/ou consciência. Além disso, pode ocorrer o comprometimento das funções da glândula pituitária, resultando em disfunções hormonais.
O tratamento normalmente requer uma intervenção cirúrgica de emergência para remover o sangramento e/ou o tumor. Além disso, a possível disfunção da glândula pituitária requer tratamento a longo prazo para gerir quaisquer desequilíbrios hormonais.
Portanto, a Síndrome de Apoplexia Pituitária é uma condição grave que requer diagnóstico e tratamento imediatos para evitar complicações potencialmente fatais.
Rabson-Mendenhall
A síndrome de Rabson-Mendenhall é uma doença genética rara caracterizada por resistência insulínica extrema e disfunção endócrina sistémica. Esta síndrome é geralmente diagnosticada durante a infância. Indivíduos com esta condição exibem crescimento acelerado precoce, ossificação precoce e características físicas anormais, como pele espessa, engrossada e escura, especialmente nas dobras do corpo, e dentes e unhas anormais.
Também podem sofrer de hiperglicemia (níveis elevados de açúcar no sangue), o que pode levar ao diabetes mellitus. Complicações adicionais da síndrome de Rabson-Mendenhall podem incluir disfunção do ovário, catarata, hipertrofia das gengivas, infecções recorrentes da pele e muitas outras disfunções do sistema endócrino.
Esta síndrome é causada por mutações no gene que codifica a insulina receptora (INSR). O diagnóstico é geralmente confirmado por testes genéticos que identificam uma mutação no gene INSR. O tratamento geralmente envolve uma equipa médica multidisciplinar e pode incluir terapia com insulina, tratamento de infecções cutâneas, cuidados de higiene bucal regular, e em certos casos, o uso de medicamentos orais hipoglicémicos ou insulina inalada.
Hypopituitarism
O hipopituitarismo é uma doença rara que ocorre quando a glândula pituitária - uma pequena glândula na base do cérebro que produz muitas das hormonas corporais - não produz hormonas suficientes ou no caso de um Hipopituitarismo total, não produz hormonas de todo. Também é chamado de insuficiência pituitária.
Essas hormonas incluem hormonas de crescimento, prolactina, corticotropina, hormona luteinizante, hormona estimulante da tiróide, hormona antidiurética, entre outros. Essas hormonas são vitais para as funções corporais como crescimento, pressão arterial, metabolismo e funcionamento sexual normal.
Os sintomas variam amplamente e dependem das hormonas que faltam no corpo. Pode incluir fadiga, diminuição da libido, intolerância ao frio, perda de apetite, perda de peso inexplicada, infertilidade, face pálida ou amarelada, perda de pelo corporal, unhas fracas e muitos outros.
O hipopituitarismo é normalmente causado por tumores pituitários, lesões cerebrais, doenças autoimunes, infecções e doenças genéticas. O tratamento geralmente envolve a terapia de reposição hormonal para substituir os hormonas que o organismo não consegue produzir.
Adrenogenital
A síndrome adrenogenital, também conhecida como hiperplasia adrenal congénita, é uma doença genética que afecta as glândulas adrenais. Estas são pequenas glândulas posicionadas acima dos rins que desempenham um papel fundamental na produção de hormonas essenciais para o funcionamento do nosso corpo.
Na síndrome adrenogenital, as glândulas adrenais produzem uma quantidade excessiva de hormonas androgénicas (hormonas sexuais masculinas), o que pode interferir no desenvolvimento sexual.
Existem várias formas da síndrome que podem variar na sua severidade. Na sua forma mais grave, os bebés podem ter genitais ambíguos ao nascimento, o que significa que não está claro se são do sexo masculino ou feminino. Em formas mais leves, os sintomas podem surgir mais tarde na vida e podem incluir crescimento acelerado na infância, puberdade precoce, acne, crescimento excessivo de pêlos em mulheres e infertilidade tanto em homens como em mulheres.
A síndrome adrenogenital é geralmente tratada com medicamentos para ajudar a controlar a produção de hormonas. Em alguns casos, pode ser necessária cirurgia para corrigir aberrações genitais.
Ectopic ACTH
A síndrome de ACTH ectópica é uma condição médica rara onde tumores que surgem fora da glândula adrenal produzem a hormona adrenocorticotrofina (ACTH). Esta situação pode levar a uma produção excessiva de cortisona, uma hormona que regula o metabolismo e o sistema imunitário, provocando o desenvolvimento da doença de Cushing.
Na maioria dos casos de doença de Cushing, a ACTH é produzida em excesso pela glândula pituitária, um pequeno órgão na base do cérebro. No entanto, em cerca de 15% dos casos, a excessiva produção de ACTH é causada por tumores fora das glândulas adrenais ou pituitária. Estes tumores podem ocorrer em vários lugares do corpo, incluindo os pulmões, tiroide, pâncreas e ovários.
Os sintomas da síndrome de ACTH ectópica podem incluir ganho de peso, fadiga, hipertensão, diabetes, depressão, excesso de pêlos corporais e faciais, entre outros. O diagnóstico envolve testes para medir os níveis de ACTH e cortisona no corpo, bem como a realização de imagens para localizar o tumor.
O tratamento envolve remover o tumor, o que pode envolver cirurgia, radioterapia e, em alguns casos, medicamentos para diminuir a produção de hormonas. Se o tumor não pode ser encontrado ou não pode ser removido, os medicamentos podem ser usados para controlar os sintomas da doença de Cushing.
Kallmann
A Síndrome de Kallmann é uma doença genética rara caracterizada por uma falha no desenvolvimento sexual e uma ausência do sentido do olfato. Foi nomeada em homenagem ao médico americano de origem alemã, Franz Josef Kallmann, que foi o primeiro a descrevê-la em detalhes em 1944.
As pessoas com Síndrome de Kallmann geralmente não passam pela puberdade como seria de esperar. Isto é porque a síndrome interrompe a produção dos hormônios que desencadeiam a puberdade e controlam a fertilidade. Isso pode resultar em várias características, incluindo genitais pequenos (em homens), falta de menstruação (em mulheres) e infertilidade.
Outro elemento chave da Síndrome de Kallmann é a falta de olfacto, também conhecida como anosmia. Isto acontece porque a síndrome afecta o desenvolvimento do bulbo olfactivo, a parte do cérebro responsável pelo sentido do olfacto.
A Síndrome de Kallmann é também muitas vezes associada a certos defeitos físicos, como lábio leporino ou fenda palatina, dedos extras ou ausência de um rim. Além disso, algumas pessoas com a síndrome podem ter problemas de audição.
O tratamento para a Síndrome de Kallmann geralmente envolve terapia hormonal para iniciar a puberdade e manter a função sexual normal. A terapia de reposição hormonal pode muitas vezes tornar a fertilidade possível, embora isso possa ser mais difícil para as mulheres do que para os homens. A anosmia, no entanto, geralmente não pode ser tratada.
Waterhouse-Friderichsen
A síndrome de Waterhouse-Friderichsen é uma condição médica muito grave e potencialmente fatal caracterizada por hemorragia massiva nas glândulas adrenais. Esta síndrome é provocada geralmente por uma infecção bacteriana fulminante, mais comummente a meningite meningocócica ou a septicaemia, mas também pode ser resultante de outras infecções bacterianas como a pneumonia.
Os doentes com esta síndrome podem manifestar sintomas como febre alta, dores de cabeça, dores musculares generalizadas e uma erupção cutânea de cor púrpura. Também podem apresentar náuseas, vómitos, agitação e sintomas de choque, como pressão arterial baixa e batimentos cardíacos acelerados. Se não for tratada, a síndrome de Waterhouse-Friderichsen pode causar insuficiência adrenal aguda, choque e morte.
O tratamento para esta condição implica a administração imediata de antibióticos para combater a infecção subjacente e estabilizar o paciente. Dependendo da causa e da gravidade da condição, podem ser necessárias outras intervenções, como suporte de fluidos e oxigénio, terapia hormonal para substituir as hormonas adrenais e, em casos muito graves, cirurgia para remover as glândulas adrenais.
Esquizofrenia
A esquizofrenia é uma doença mental crónica e grave que afeta a forma como uma pessoa pensa, sente e se comporta. É uma síndrome psiquiátrica, caracterizada principalmente pela presença de alucinações auditivas e delírios paranoicos, que pode apresentar também desorganização psíquica, défices cognitivos e sintomas depressivos ou maníacos.
As pessoas com esquizofrenia podem parecer ter perdido o contacto com a realidade, o que pode causar comportamentos bastante perturbadores e incapacitantes.
A causa exata da esquizofrenia não é conhecida, mas um combinação de genética, química cerebral e ambiente contribui para o desenvolvimento desta doença.
Embora a esquizofrenia não seja tão comum quanto outros distúrbios mentais, os seus sintomas podem ser muito incapacitantes, porém, com o tratamento apropriado, os indivíduos afetados conseguem gerir a doença e levar uma vida plena e significativa.
O tratamento com medicamentos e terapias psicossociais pode ajudar a controlar a doença, mas em casos severos pode ser necessária a hospitalização. O acompanhamento médico é vital, pois a condição é normalmente persistente e pode ser tanto debilitante como perigosa.
Transtorno Bipolar
Transtorno Bipolar, também conhecido como doença bipolar, é um distúrbio mental crónico caracterizado por alterações extremas do humor, que vão desde episódios de extrema euforia, conhecidos como mania, a episódios de extrema tristeza e desesperança, conhecidos como depressão.
As alterações de humor podem ocorrer de forma súbita e sem qualquer tipo de aviso, e durar desde alguns dias até vários meses. Estas alterações drásticas no humor podem afetar a vida diária de uma pessoa, como a capacidade de desempenho no trabalho, a manutenção de relacionamentos pessoais saudáveis e a capacidade de lidar com situações do dia-a-dia.
Os episódios de mania podem incluir sintomas como falta de necessidade de sono, níveis elevados de energia, pensamento acelerado e comportamento impulsivo ou imprudente. Em casos extremos, uma pessoa pode também experimentar alucinações ou delírios.
Os episódios de depressão podem ser marcados por embotamento emocional, falta de energia, perda de interesse ou prazer nas atividades diárias, incapacidade de se concentrar, sensação de desesperança ou pensamentos de morte ou suicídio.
Apesar de ser uma condição crónica, o transtorno bipolar é tratável. O tratamento geralmente envolve uma combinação de medicação e psicoterapia. É importante procurar ajuda de profissionais de saúde mental qualificados se suspeitar que pode ter transtorno bipolar.
Transtorno Depressivo Maior
O Transtorno Depressivo Maior, também conhecido como depressão clínica, é uma condição de saúde mental caracterizada por uma sensação de tristeza intensa e persistente que interfere significativamente na capacidade de uma pessoa de funcionar no dia a dia. É muito mais do que apenas ter-se sentimentos de tristeza ou passar por um período difícil na vida – é uma condição séria que requer tratamento médico, e que não pode ser superada somente com força de vontade.
Os sintomas do Transtorno Depressivo Maior podem variar entre diferentes pessoas e também ao longo do tempo, mas geralmente incluem uma combinação de sentimentos de tristeza, perda de interesse ou prazer em atividades que antes eram agradáveis, alterações no apetite ou no peso, dificuldade para dormir ou sensação de cansaço constante, dificuldade para se concentrar ou tomar decisões, e pensamentos persistentes de morte ou suicídio.
A causa exata do Transtorno Depressivo Maior é desconhecida, mas acredita-se que seja o resultado de uma combinação de fatores genéticos, biológicos, ambientais e psicológicos. O tratamento geralmente envolve psicoterapia e uso de medicamentos, e pode ser necessário ao longo de vários meses ou até anos.
Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG)
O Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG) é uma perturbação mental caracterizada por uma preocupação e ansiedade excessivas e constantes sobre vários aspetos do dia-a-dia, como trabalho, saúde, família, dinheiro, entre outros. As pessoas que sofrem de TAG muitas vezes esperam sempre o pior, mesmo quando não há razões reais para se preocuparem. Tendem a estar sempre em estado de nervosismo e têm dificuldades em controlar as suas preocupações.
Os principais sintomas incluem sentir-se inquieto, cansado ou com pouca energia, problemas de concentração, irritabilidade, tensão muscular e problemas com o sono.
O TAG é uma desordem crónica que pode ocorrer em qualquer idade, mas é mais comum em adultos jovens. A sua causa exata é desconhecida, mas acredita-se que seja uma combinação de fatores biológicos, genéticos e ambientais.
O tratamento do TAG geralmente envolve uma combinação de terapia cognitivo-comportamental (que ajuda a pessoa a identificar e mudar padrões de pensamento que levam à ansiedade) e medicação, como antidepressivos e ansiolíticos. Além disso, a prática regular de exercícios físicos, técnicas de relaxamento e uma alimentação equilibrada podem ajudar a aliviar os sintomas.
Transtorno do Pânico
O Transtorno do Pânico, também conhecido como Síndrome do Pânico, é uma perturbação de ansiedade caracterizada pela ocorrência de ataques de pânico recorrentes e inesperados. Estes são episódios abruptos de medo intenso ou desconforto intenso, que podem incluir palpitações, transpiração excessiva, tremores, falta de ar, náuseas ou desconforto abdominal, entre outros sintomas.
Os ataques de pânico, normalmente, alcançam o seu pico em poucos minutos e podem durar entre 5 a 30 minutos, embora a sensação de ansiedade e desconforto possa perdurar por período maior. Este transtorno pode ser debilitante, com impacto significativo na qualidade de vida da pessoa.
A causa exata do Transtorno do Pânico é desconhecida mas, tal como outras perturbações de ansiedade, é provável que envolva uma combinação de fatores genéticos, alterações bioquímicas cerebrais, assim como fatores ambientais e de estilo de vida.
O tratamento envolve geralmente uma combinação de terapia cognitivo-comportamental, com o objetivo de ajudar a pessoa a entender e a gerir os seus sintomas, e medicação, para ajudar a controlar os sintomas agudos. Em alguns casos, podem ser necessárias intervenções mais intensivas, como hospitalização ou tratamentos de desensibilização.
Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC)
O Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) é uma condição de saúde mental que se caracteriza pela presença de obsessões e/ou compulsões. Este termo refere-se a pensamentos, imagens ou impulsos persistentes e recorrentes que são vivenciados como intrusivos e indesejados.
As obsessões são ideias, imagens ou pensamentos que invadem a mente de forma repetitiva e intrusiva, causando grande angústia ou ansiedade. Por exemplo, uma pessoa com TOC pode ter obsessões sobre germes ou sujeira, e temer estar constantemente contaminada ou contaminar os outros.
As compulsões, por outro lado, são comportamentos ou rituais mentais que a pessoa se sente compelida a realizar em resposta a uma obsessão. Por exemplo, a mesma pessoa que tem medo de contaminação pode lavar as mãos excessivamente ou limpar obsessivamente o ambiente à sua volta.
O TOC é uma perturbação crónica e de longa duração, e pode ser debilitante se não for tratada. A obsessão e compulsão podem ocupar muito tempo e interferir com as atividades diárias e com a vida pessoal, social e profissional da pessoa.
A causa exata do TOC ainda é desconhecida, embora estudos sugiram que pode haver uma ligação com alterações químicas, específicamente na serotonina, no cérebro. Outras teorias sugerem que o TOC possa ser genético, embora não se saiba ainda quais são os genes envolvidos.
É essencial procurar ajuda de profissionais de saúde mental se suspeitar que pode ter TOC. O tratamento geralmente envolve terapia cognitivo-comportamental (TCC), medicamentos ou uma combinação de ambos.
Transtorno de Personalidade Borderline (TPB)
O Transtorno de Personalidade Borderline (TPB) é uma condição que implica ter instabilidades na regulação dos sentimentos, comportamentos impulsivos, instabilidade da autoimagem e dificuldades nas relações interpessoais. A palavra "borderline" significa "limítrofe", sugerindo que esta condição é caracterizada por estar no limite entre uma doença mental e uma saúde mental normal.
As pessoas com TPB podem vivenciar intensos episódios de raiva, depressão e ansiedade que podem durar várias horas ou até mesmo dias. Podem ter sentimentos crónicos de vazio e tédio, e apresentar comportamentos impulsivos e perigosos como abuso de substâncias, alimentação compulsiva, condução imprudente ou comportamentos sexuais de risco.
As relações interpessoais são muitas vezes instáveis e intensas, com oscilações dramáticas de idealização para desvalorização das pessoas próximas. O medo de ser abandonado pode levar à necessidade de constantes garantias e este, por sua vez, pode levar à percepção errada de que estão a ser abandonados.
A autoimagem também pode ser muito instável, podendo oscilar entre uma elevada autoestima e uma autoimagem muito negativa, por vezes no mesmo dia.
O TPB pode ter um impacto significativo na vida quotidiana e requer acompanhamento psicológico ou psiquiátrico. A terapia dialética comportamental é uma abordagem de tratamento comumente usada que ensina habilidades para melhor gerenciar os sintomas e reduzir os comportamentos destrutivos. Em relação à medicação, não existe um medicamento especificamente para o TPB, no entanto, podem ser prescritos medicamentos para tratar sintomas específicos, como a depressão ou a ansiedade.
Transtorno de Personalidade Antissocial
O Transtorno de Personalidade Antissocial, também conhecido como sociopatia, é uma condição mental na qual a pessoa tem um padrão de comportamento persistente de exploração, manipulação, desrespeito e violação dos direitos dos outros. Estas características de personalidade podem levar a problemas criminosos e causar problemas significativos nas relações pessoais, sociais e profissionais.
As pessoas com Transtorno de Personalidade Antissocial normalmente não têm consciência das outras pessoas e não se preocupam com os sentimentos dos outros. Eles tendem a ser cínicos, desrespeitosos, manipuladores e não têm capacidade de sentir culpa ou remorso.
As causas exatas desta condição não são conhecidas, mas acredita-se que tanto a genética quanto o ambiente e as experiências de vida do indivíduo desempenham um papel. O transtorno é mais comum em homens do que em mulheres e geralmente começa na adolescência ou no início da idade adulta.
O tratamento geralmente envolve terapia de comportamento cognitivo para ajudar o indivíduo a entender as conseqüências de seu comportamento e a desenvolver habilidades de empatia e consideração pelos outros. Em alguns casos, medicamentos também podem ser usados para tratar qualquer problema de saúde mental subjacente, como depressão ou ansiedade.
Transtorno de Personalidade Esquiva
O transtorno de personalidade esquiva, também conhecido como transtorno de personalidade evitante, é uma condição psicológica caracterizada por um padrão persistente de sentimentos de inadequação, hipersensibilidade a avaliações negativas e aversão a situações sociais. As pessoas com este transtorno costumam evitar trabalhos ou atividades que envolvam contacto interpessoal devido ao medo da crítica, desaprovação ou rejeição.
Elas estão frequentemente preocupadas com as críticas e a rejeição e podem ser visto como tímida, humilde ou excessivamente séria. Elas também podem ter dificuldade em iniciar relacionamentos, ter baixa autoestima e apresentar inibição em situações interpessoais.
Este transtorno geralmente começa na infância ou adolescência inicial e continua na idade adulta. As causas não são totalmente compreendidas, mas provavelmente envolvem tanto factores genéticos como ambientais. O transtorno de personalidade esquiva pode ser tratado com psicoterapia, especialmente a terapia cognitivo-comportamental, e, em alguns casos, medicamentos.
Transtorno de Personalidade Narcisista
O Transtorno de Personalidade Narcisista é uma condição de saúde mental caracterizada por um senso inflado de importância, uma necessidade profunda de admiração excessiva e uma falta de empatia pelos outros. Também está associado a comportamentos manipulativos e egoístas. As pessoas com esse transtorno tendem a exagerar as suas próprias habilidades e feitos, e não são capazes de reconhecer o valor dos outros.
Frequentemente, eles têm um senso inflado de sua própria importância e acreditam que são superiores aos outros, o que pode levar a relações complicadas e conflituosas. Eles também podem ter dificuldade em lidar com críticas ou falhas, o que pode levar a sentimentos de inadequação e vulnerabilidade.
O Transtorno de Personalidade Narcisista é uma condição grave que pode ser muito desafiadora, tanto para a pessoa que tem o transtorno quanto para aqueles que estão à sua volta. No entanto, com o diagnóstico e tratamento adequados, é possível gerir os sintomas e levar uma vida mais saudável e equilibrada.
Transtorno de Personalidade Histriônica
O Transtorno de Personalidade Histriônica (TPH) é um distúrbio mental que afeta o comportamento de uma pessoa, levando-a a agir de maneira dramática, emocional ou instável em busca de atenção.
As pessoas com TPH tendem a ser o centro das atenções e sentir-se desconfortável quando não são. Podem usar vários métodos para atrair atenção, como sedução, exagerar comportamentos ou emoções, ser excessivamente preocupadas com a aparência, e mostrando um comportamento exuberante ou teatral.
Estas pessoas podem ser facilmente influenciadas pelos outros, ter um humor volátil, e mostrar uma consideração superficial para com os outros.
Não se conhece a causa específica do TPH, mas acredita-se que seja uma combinação de factores genéticos, neurobiológicos e ambientais. O distúrbio é diagnosticado mais frequentemente em mulheres do que em homens.
O TPH é tipicamente tratado com psicoterapia (terapia cognitivo-comportamental), e às vezes medicação. No entanto, as pessoas com TPH muitas vezes não veem o seu comportamento como problemático, o que pode atrapalhar o tratamento.
Transtorno de Personalidade Dependente
O Transtorno de Personalidade Dependente, também conhecido como Síndrome de Dependência Emocional, é uma condição de saúde mental em que uma pessoa tem uma dependência excessiva e constante de outros para atender às suas necessidades emocionais e físicas.
Os indivíduos que sofrem deste transtorno geralmente têm medo extremo de serem abandonados e uma sensação constante de desamparo. Eles sentem-se desconfortáveis e desamparados quando estão sozinhos, devido à sua falta de autoconfiança e temem ser capazes de se cuidar sozinhos.
Normalmente, as pessoas com Transtorno de Personalidade Dependente têm dificuldade em tomar decisões sem aporte e conselhos de alguém, têm necessidade constante de apoio e aprovação dos outros, têm dificuldade em iniciar ou completar tarefas por conta própria, sentem-se desconfortáveis ou desamparadas quando estão sozinhos, têm uma tendência a tolerar maus-tratos ou abusos para evitar a solidão ou o abandono, têm medos irracionais de serem deixados para cuidarem de si próprio e têm uma tendência para saltar de uma relação dependente para outra.
Este transtorno é geralmente diagnosticado com base em uma avaliação clínica que inclui uma entrevista detalhada com o indivíduo e, quando apropriado, com a família. Importante lembrar que deve ser realizado por um profissional especializado e qualificado para o diagnóstico.
O tratamento pode incluir terapia, e em alguns casos, medicação. A terapia cognitivo-comportamental é particularmente útil, pois ajuda a pessoa a identificar e mudar os padrões de pensamento que levam ao comportamento dependente.
Transtorno de Personalidade Obsessivo-Compulsiva
O Transtorno de Personalidade Obsessivo-Compulsiva (TPOC) é uma condição de saúde mental caracterizada por um padrão generalizado de preocupação com a ordem, perfeccionismo, controle mental e interpessoal, e uma necessidade de aderir a regras e procedimentos estritamente definidos.
Individualidades com esta condição são geralmente meticulosas, eficientes e confiáveis. No entanto, o seu desmedido perfeccionismo e preocupação com pormenores e regras pode dificultar a sua capacidade de completar tarefas. Eles tendem a ser inflexíveis e podem ter dificuldade em aceitar e adaptar-se a mudanças.
Exemplos de comportamentos e sintomas comuns incluem preocupação exagerada com listas, regras e detalhes menores, perfeccionismo que interrompe a realização de tarefas, trabalho excessivo em detrimento do lazer e relacionamentos, inflexibilidade em questões de moralidade e ética, dificuldade em descartar objectos desnecessários, e teimosia e rigidez.
Importante salientar que TPOC difere do Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC), que é uma condição em que indivíduos apresentam obsessões e compulsões persistentes e intrusivas. Embora possam partilhar alguns sintomas semelhantes, são diagnósticos distintos.
O tratamento para o TPOC geralmente envolve psicoterapia (como a terapia cognitivo-comportamental), e em alguns casos, medicação pode ser usada para ajudar a gerir sintomas específicos.
Transtorno de Personalidade Esquizoide
O Transtorno de Personalidade Esquizoide é uma condição psicológica caracterizada por um padrão de indiferença em relação a relações sociais e emocionais. As pessoas que sofrem com este transtorno muitas vezes parecem distantes, frias ou indiferentes, e geralmente preferem levar uma vida solitária, evitar interações sociais e não demonstrar muita emoção.
Outras características deste transtorno podem incluir a preferência por atividades solitárias, pouco ou nenhum interesse em fazer parte de uma família ou de relações íntimas, e uma capacidade limitada para expressar emoções.
No entanto, é importante notar que, ao contrário do que é sugestão pelo seu nome, o Transtorno de Personalidade Esquizoide não está diretamente relacionado à esquizofrenia. Ainda que seja possível que uma pessoa tenha ambos os transtornos, eles são, na verdade, condições separadas com diferentes sintomas e causas.
O diagnóstico e tratamento deste transtorno deve ser realizado por um profissional de saúde mental qualificado.
Transtorno de Personalidade Esquizotípica
A síndrome Transtorno de Personalidade Esquizotípica é uma condição psicológica caracterizada por padrões de desconfiança e desconforto nas relações sociais, além da tendência a comportamentos peculiares, como pensamentos estranhos, percepções bizarras e formas incomuns de falar e de se comportar.
Os indivíduos com este transtorno podem apresentar crenças mágicas ou supersticiosas, perceções estranhas, como sentir a presença de uma força ou uma pessoa não visível, e comportamentos e aparência excêntricos. No âmbito das relações sociais, podem ser frios e distantes, por desconforto e desconfiança.
É importante mencionar que, apesar de partilhar algumas características com o transtorno esquizofrénico, o Transtorno de Personalidade Esquizotípica não comporta uma desconexão com a realidade (psicose).
O tratamento dessa condição envolve geralmente psicoterapia. Às vezes, também pode ser utilizada a medicação, principalmente se houver outros transtornos associados, como ansiedade ou depressão.
Transtorno do Espectro do Autismo
O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), conhecido em Portugal como Perturbação do Espectro do Autismo (PEA), refere-se a um grupo de condições de desenvolvimento neurológico, que envolvem vários graus de dificuldade na comunicação e na interacção social, bem como formas de comportamentos, interesses e atividades restritas e repetitivas.
Os sintomas do autismo geralmente manifestam-se antes dos três anos de idade e duram toda a vida. A gravidade dos sintomas pode variar muito de pessoa para pessoa. Alguns indivíduos com autismo podem necessitar de ajuda significativa em suas vidas diárias, enquanto outros podem viver de forma independente.
Algumas pessoas com TEA também podem ter atrasos ou dificuldades de aprendizagem, problemas de saúde mental ou outras condições, como síndrome de Tourette, distúrbio do processamento sensorial e epilepsia.
A causa da PEA ainda é desconhecida, mas acredita-se que envolva uma combinação de fatores genéticos e ambientais. Não existem tratamentos curativos para o autismo, mas há uma variedade de intervenções comportamentais, educacionais e familiares que podem melhorar os sintomas. Cada pessoa com PEA é única e, portanto, as estratégias de intervenção devem ser individualizadas para se adaptarem às necessidades específicas de cada pessoa.
Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH)
O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é uma condição neurológica crónica que afecta milhões de crianças e muitas vezes perdura na idade adulta. O TDAH inclui uma combinação de problemas persistentes, como dificuldades em manter a atenção, hiperactividade e comportamento impulsivo.
Uma pessoa com TDAH pode ter dificuldades em prestar atenção, estar acima do peso, ter problemas em controlar o comportamento impulsivo, ou ser excessivamente activa.
Na maioria dos casos, o TDAH é diagnosticado na infância, quando problemas de comportamento e baixa concentração começam a prejudicar o desempenho escolar ou a causar dificuldades nas relações interpessoais. Contudo, também pode ser diagnosticado na vida adulta.
As causas exactas do TDAH não são completamente compreendidas, mas acredita-se que seja uma combinação de vários factores, incluindo a genética, o ambiente e problemas com a atividade cerebral. Não há cura para o TDAH, mas o tratamento pode ajudar a controlar os sintomas. Este tratamento pode incluir medicação, terapia comportamental, aconselhamento, ou uma combinação destes.
Tourette
A síndrome de Tourette é um distúrbio neurológico que é caracterizado por movimentos repetitivos e incontroláveis (tic nervoso) ou vocalizações involuntárias que ocorrem de repente, frequentemente repetidas vezes ao dia. As pessoas com a síndrome de Tourette não têm qualquer controlo sobre os tiques que manifestam.
Os tiques podem variar muito entre diferentes pessoas. Alguns podem exibir falar ou gritar palavras inapropriadas (coprolalia), também podem repetir as palavras ou frases que outros dizem (ecolalia), imitam os movimentos dos outros (ecopraxia), entre outros.
Os sintomas da síndrome de Tourette normalmente aparecem entre os 3 e os 9 anos, sendo mais comum em homens do que em mulheres. Embora a síndrome de Tourette seja uma condição vitalícia, os sintomas podem melhorar durante a adolescência e a idade adulta.
Ainda se desconhece a causa exata desta síndrome, mas acredita-se que envolva uma combinação de fatores genéticos e ambientais. O diagnóstico é clínico, baseado nos sintomas e na história do paciente. Ainda não existe cura para a síndrome de Tourette, mas existem tratamentos que podem ajudar a controlar os sintomas.
Transtorno Disfórico Pré-Menstrual (TDPM)
O Transtorno Disfórico Pré-Menstrual (TDPM) é uma condição médica que afeta algumas mulheres durante o ciclo menstrual. É uma versão mais intensa e grave da Tensão Pré-Menstrual (TPM), com sintomas que incluem depressão grave, irritabilidade e tensão antes da menstruação. Os sintomas geralmente começam na semana após a ovulação (a metade do ciclo menstrual) e podem continuar até alguns dias após o início da menstruação.
Os sintomas do TDPM são severos o suficiente para interferir na rotina diária da mulher e nos seus relacionamentos com outras pessoas. É importante lembrar que o TDPM é diferente da TPM, que é uma combinação normal de sintomas físicos e emocionais que muitas mulheres experimentam antes da menstruação.
A causa exacta do TDPM ainda não é conhecida e pode ser devida a uma variedade de factores, incluindo alterações hormonais, hereditariedade e factores do ambiente e da vida. O TDPM pode ser tratado com a ajuda de um profissional de saúde, como um médico ou psiquiatra. As opções de tratamento podem incluir uma combinação de medicamentos, terapia cognitivo-comportamental e alterações no estilo de vida.
Transtorno de Apego Reativo
O Transtorno de Apego Reativo é uma condição psicológica rara e séria que afeta crianças. Esta condição é caracterizada pela incapacidade de estabelecer relações saudáveis e relacionamentos seguros com os pais ou cuidadores.
O Transtorno de Apego Reativo é normalmente causado por negligência grave ou cirunstâncias erráticas de cuidado, como mudanças frequentes de cuidadores ou vida em instituições. A raiz deste transtorno está precocemente na vida da criança e está ligada a necessidades básicas não atendidas de conforto, afeto e nutrição.
Crianças com Transtorno de Apego Reativo podem parecer muito desapegadas, podem resistir ao conforto e evitar a interação social. Podem também ter atrasos no desenvolvimento físico e mental.
O tratamento para Transtorno de Apego Reativo muitas vezes envolve terapia comportamental e a criação de um ambiente estável e carinhoso para a criança. É importante buscar ajuda profissional se se suspeitar que uma criança possa ter este transtorno.
Transtorno de Stress Agudo
O Transtorno de Stress Agudo, conhecido em Portugal como Perturbação de Stress Agudo, é um transtorno mental que ocorre como uma reação imediata e de curto prazo a um evento traumático. Este evento pode variar desde um acidente de carro, um desastre natural, violência física ou sexual, entre outros.
Os sintomas podem incluir flashbacks do evento traumático, sono agitado, pesadelos, sentimentos de desconexão da realidade, ansiedade e alterações do humor. Este transtorno pode ser diagnosticado quando os sintomas duram pelo menos três dias até um mês após o acontecimento traumático.
Se os sintomas persistirem por mais de um mês e interfere significativamente na vida da pessoa afetada, então pode evoluir para transtorno de stress pós-traumático (TSPT). É importante procurar ajuda psicológica para lidar com este transtorno de forma eficaz e prevenir o seu agravamento.
Munchausen
A síndrome de Munchausen é uma perturbação psiquiátrica, também conhecida como transtorno factício, na qual os pacientes intencionalmente provocam doenças ou lesões em si mesmos para atrair a atenção ou o cuidado dos outros.
Estes indivíduos podem simular sintomas, alterar testes médicos, injetar bactérias para causar infeções ou tomar medicação desnecessária, tudo para representar o papel de uma pessoa doente. A verdadeira enfermidade desses indivíduos, contudo, é a necessidade compulsiva de agir como um paciente.
É uma síndrome de difícil diagnóstico, uma vez que o paciente pode ser muito convincente em seus sintomas e pode enganar médicos experientes. O tratamento normalmente envolve psicoterapia para ajudar a gerir os comportamentos e motivos por trás das ações do paciente.
Esta síndrome é nomeada em referência a um barão alemão fictício chamado Munchausen, que era conhecido por inventar histórias extravagantes e dramáticas sobre si mesmo.
Transtorno Dissociativo de Identidade (TDI)
O Transtorno Dissociativo de Identidade (TDI), anteriormente conhecido como Transtorno de Personalidade Múltipla, é uma condição psiquiátrica complexa e grave em que uma pessoa tem duas ou mais identidades ou personalidades distintas e claramente definidas, cada uma com a sua própria percepção, interação e pensamento sobre o ambiente e sobre si mesma.
Essas personalidades alternativas podem assumir o controle do comportamento da pessoa em diferentes momentos, fazendo com que ela se comporte de maneiras muito diferentes, como se fossem pessoas diferentes. A pessoa com TDI geralmente tem memória fraca ou nenhuma memória destes tempos quando uma personalidade alternativa estava no controle.
As causas do TDI são geralmente traumáticas, podendo ocorrer devido a experiências severas de abuso físico ou emocional na infância. A condição cria uma maneira de se distanciar dessas experiências dolorosas, como se elas estivessem acontecendo a outra pessoa e não a si próprio.
Cada personalidade alternativa pode ter traços, nome, histórias pessoais, maneirismos, vozes e até diferenças físicas distintas na mesma pessoa. O tratamento do TDI geralmente envolve psicoterapia para ajudar a integrar as personalidades separadas numa só.
Fuga Dissociativa
A Síndrome de Fuga Dissociativa, também conhecida como Fuga Amnésica, é um transtorno psicológico caracterizado por episódios súbitos e inesperados de amnésia, onde a pessoa não consegue lembrar-se de informações pessoais básicas, como a sua identidade e história pessoal. Durante estes episódios, a pessoa pode desaparecer por algumas horas ou até mesmo dias, durante os quais pode viajar para um novo local e até mesmo assumir uma nova identidade.
Essa condição é considerada um tipo de transtorno dissociativo, um grupo de transtornos mentais caracterizados por uma desconexão e falta de continuidade entre pensamentos, memórias, arredores, ações e identidade.
A síndrome de fuga dissociativa é um fenómeno raro e é geralmente desencadeada por um evento traumático, stress ou depressão. Embora a causa exacta seja desconhecida, os investigadores acreditam que possa ser uma forma de auto-preservação, onde a mente "foge" da realidade como uma forma de proteger a si própria de situações extremamente difíceis.
Após o episódio, a pessoa pode não recordar nada do que ocorreu durante o período de fuga. Em muitos casos, eles procuram ajuda médica para os episódios de perda de memória, sendo que o restante dos seus sintomas geralmente retornam ao normal depois do episódio.
Amnésia Dissociativa
A síndrome de Amnésia Dissociativa é um tipo de distúrbio que causa a perda de memória e pode ser resultado de um evento traumático ou muito stressante. Esta condição não é causada por doenças físicas comuns que afetam o cérebro, como o derrame ou lesões cerebrais.
A amnésia dissociativa, que faz parte dos distúrbios dissociativos, é caracterizada pela incapacidade de recordar informações pessoais importantes que são demasiado extensivas para serem explicadas pelo esquecimento comum. A natureza da amnésia pode variar com os episódios de esquecimento, que podem durar desde minutos a anos.
A pessoa com este distúrbio pode não ter consciência de que há intervalos significativos na sua memória até que confrontada com evidências factuais sobre o que ocorreu durante esse período de tempo. Esses esquecimentos podem causar confusão, angústia e até mesmo medo.
A terapia psicológica é normalmente utilizada para ajudar a tratar a amnésia dissociativa, com uma abordagem que se concentra em auxiliar a pessoa a aceder às suas memórias e recordações perdidas, bem como a desenvolver estratégias para lidar com o trauma que desencadeou o início da amnésia.
Estupor Dissociativo
A Síndrome de Estupor Dissociativo é um tipo raro de transtorno dissociativo que se caracteriza por um estado em que a pessoa fica temporariamente incapaz de se movimentar ou responder a estímulos externos. Destaca-se por um estado de estupor, ou seja, uma diminuição da consciência e reação ao ambiente. Isso pode incluir a perda parcial ou completa de movimento normal voluntário e a dificuldade em reagir a estímulos físicos ou visuais.
Além disso, a pessoa pode parecer estar num estado de sonho ou hipnose. Durante um episódio, a pessoa pode não ser capaz de falar ou responder e pode não reconhecer o que está a acontecer à sua volta, apesar de estar acordada.
Este transtorno geralmente é uma resposta a um trauma grave ou ao stress extremo e é mais frequentemente visto em pessoas que sofrem de um transtorno de saúde mental, como depressão ou ansiedade. Contudo, o diagnóstico corretamente só pode ser dado por um profissional de saúde mental após avaliação rigorosa.
Transtorno de Conversão
O Transtorno de Conversão, também conhecido como Histeria, é uma condição mental em que uma pessoa tem sintomas físicos ou de saúde que não podem ser explicados por um exame ou teste médico. São perturbações caracterizadas por sintomas físicos que sugerem uma condição médica, mas que são clinicamente julgados como sendo de origem psicológica.
Estes sintomas costumam aparecer em resposta a situações de stress extremo ou perturbador na vida da pessoa. São comuns sintomas como paralisia, cegueira, surdez ou perda do sentido do toque que não têm uma causa física identificável. As pessoas que sofrem deste transtorno não estão a fingir ou a inventar estes sintomas.
Os transtornos de conversão podem ocorrer a qualquer idade, mas ocorrem mais frequentemente durante a adolescência ou no início da idade adulta e são mais comuns em mulheres do que em homens. O tratamento geralmente envolve uma combinação de fisioterapia para os sintomas físicos e psicoterapia para tratar questões emocionais subjacentes.
Transtorno Somatoforme
O Transtorno Somatoforme é um tipo de doença mental que faz com que uma pessoa tenha sintomas físicos que parecem ser de uma doença ou outra condição médica, mas que não podem ser explicados completamente por uma condição física, ou o impacto desses sintomas na vida da pessoa é muito maior do que normalmente seria esperado.
Os indivíduos com esta condição não estão a fingir ou a criar os sintomas de propósito, mas estão a experienciar problemas físicos reais que têm origens psicológicas, mais do que físicas. Os sintomas podem variar amplamente, desde dor generalizada, fadiga, problemas digestivos, entre outros.
O tratamento para o transtorno somatoforme geralmente envolve uma combinação de terapia cognitivo-comportamental para ajudar a gerir os sintomas, e medicamentos para tratar quaisquer condições físicas que possam estar presentes. O objetivo é melhorar a qualidade de vida da pessoa afetada e ajudá-la a funcionar melhor no seu dia-a-dia.
Transtorno de Somatização
O Transtorno de Somatização, também conhecido por Síndrome de Briquet, é uma condição em que a pessoa sente vários sintomas físicos que não têm uma causa médica identificável. As pessoas com este transtorno não fingem os sintomas ou produzem-nos de propósito, em vez disso, eles são percebidos como reais e muitas vezes causam sofrimento significativo.
Estes sintomas podem incluir coisas como dores de cabeça, perturbações digestivas, dores no corpo, entre outros. Algumas pessoas podem sentir apenas um ou dois sintomas, enquanto outras podem sentir muitos, variando consideravelmente de pessoa para pessoa.
A causa exata deste transtorno não é conhecida, mas acredita-se que pode resultar de uma combinação de fatores psicológicos, genéticos e ambientais. Pessoas com transtorno de somatização têm muitas vezes uma história de abuso ou negligência na infância, ou podem ter experimentado um evento traumático.
Este transtorno é frequentemente difícil de diagnosticar, pois os sintomas físicos podem levar a uma investigação médica extensiva antes de se perceber que a causa é psicológica. O tratamento para este transtorno geralmente inclui terapia cognitivo-comportamental para ajudar a pessoa a entender e lidar com seus sintomas, bem como medicação para tratar quaisquer condições coexistentes, como depressão ou ansiedade.
Hipocôndria
A hipocôndria, também conhecida como desordem de ansiedade de doença, é uma condição psicológica onde a pessoa está excessivamente preocupada com a sua saúde e tem um medo persistente de ter uma doença grave, apesar de exames médicos mostrarem que ela está saudável. A pessoa hipocôndriaca está constantemente a auto-avaliar o seu corpo em busca de sinais de doença e a interpretar sintomas normais ou insignificantes como indicativos de uma doença grave.
Este comportamento pode afectar seriamente a vida diária do indivíduo, uma vez que gasta muito tempo e energia focado na sua saúde, fazendo muitas consultas médicas, lendo sobre doenças e fazendo exames repetitivos. Mesmo após reassegurações médicas, o medo e a preocupação persistem.
A hipocôndria é classificada como um distúrbio somatoforme, que é um grupo de doenças caracterizadas pela presença de sintomas físicos que não têm uma causa médica identificável e causam sofrimento significativo ou prejudicam o funcionamento diário. A terapia cognitivo-comportamental é geralmente o tratamento mais eficaz para a hipocôndria.