Alveolar Microlítica
A Síndrome Alveolar Microlítica (também conhecida como Proteína Alveolar Microlítica) é uma doença pulmonar rara caracterizada pela acumulação de fosfolipídios (substâncias gordurosas semelhantes ao colesterol) no espaço alveolar (onde ocorre a troca de gases). Esta acumulação obstrui a área onde o oxigénio é normalmente absorvido pelo sangue, resultando em dificuldades respiratórias.
Os sintomas da Síndrome Alveolar Microlítica, que podem variar de leves a graves, incluem tosse, dificuldade respiratória, fadiga, perda de peso inexplicada, febre e dores no peito. A condição pode afetar pessoas de todas as idades, mas parece ser mais comum em adultos jovens e de meia-idade.
A causa da Síndrome Alveolar Microlítica ainda é pouco compreendida, mas acredita-se que possa estar relacionada a uma disfunção nos macrófagos alveolares, células responsáveis pela limpeza dos alvéolos.
O diagnóstico é geralmente confirmado através de uma biópsia pulmonar, que envolve a remoção e exame de uma pequena amostra de tecido pulmonar. O tratamento é tipicamente focado no alívio dos sintomas e pode incluir terapia de oxigénio, fisioterapia respiratória e em alguns casos, lavagem broncoalveolar repetida ou até mesmo transplante pulmonar.
Hipoventilação Central Congênita
A Síndrome de Hipoventilação Central Congênita (SHCC), também conhecida como Síndrome de Ondine, é uma desordem genética rara que afeta o sistema nervoso autónomo, que controla funções corporais involuntárias, como a frequência cardíaca, a pressão sanguínea e a respiração.
Os indivíduos com SHCC não conseguem responder adequadamente aos baixos níveis de oxigénio e altos níveis de dióxido de carbono no sangue. Normalmente, durante o sono ou a sedação, quando não podemos controlar conscientemente a respiração, o corpo automaticamente aumenta a taxa de respiração se os níveis de dióxido de carbono aumentam ou os níveis de oxigénio caem. No entanto, nas pessoas com SHCC, esta resposta automática é deficiente, o que pode levar a problemas respiratórios durante o sono ou sedação, hipoxemia (baixos níveis de oxigénio no sangue) e hiperéxia (altos níveis de dióxido de carbono no sangue).
Este síndrome é congênito, o que significa que está presente desde o nascimento. Os primeiros sintomas da SHCC geralmente aparecem na infância e podem incluir dificuldades respiratórias ou apneia (perda temporária da respiração) durante o sono, sudorese excessiva, cor da pele azulada (cianose) ou problemas cardíacos.
O tratamento da SHCC costuma incluir terapias de respiração assistida durante o sono ou mesmo 24 horas por dia em alguns casos graves. Esta condição requer cuidados médicos demasiado especializados e é geralmente gerida por uma equipa multidisciplinar de profissionais de saúde.
Neoplasias Endócrinas Múltiplas Tipo 1
As Neoplasias Endócrinas Múltiplas Tipo 1 (MEN1) é uma condição genética rara que afeta as glândulas endócrinas do corpo. As glândulas endócrinas, responsáveis por produzir e libertar as hormonas no sangue, quando afetadas pela MEN1, desenvolvem tumores. Estes tumores podem ser benignos (não cancerosos) ou malignos (cancerosos).
Os tumores normalmente desenvolvem-se nas glândulas paratiróides, glândula pituitária e pâncreas. No entanto, também podem ocorrer em outras glândulas endócrinas.
Os sintomas das MEN1 variam, dependendo da glândula afetada e das hormonas que estão a ser excessivamente produzidas. Por exemplo, os tumores nas glândulas paratiróides podem causar hipercalcemia, caracterizada por um alto nível de cálcio no sangue, o que pode resultar em fadiga, náuseas e perda de apetite.
A MEN1 é uma doença hereditária, o que significa que é passada de pais para filhos através de um gene defeituoso. Uma pessoa com MEN1 tem 50% de chance de passar a doença para cada um dos seus filhos.
O tratamento deste síndrome envolve gerir os sintomas e efetuar o tratamento direcionado para cada um dos tumores, que pode incluir a cirurgia ou medicamentos para controlar a produção de hormonas.
Mucocele de Ducto Torácico
A Síndrome de Mucocele do Ducto Torácico é uma condição médica rara. Mucocele refere-se ao bloqueio de um ducto no corpo, neste caso, o Ducto Torácico, que é o principal conduto no sistema linfático. Isso pode levar a um acúmulo de fluido linfático, que pode se tornar viscoso como muco.
Isso pode ocorrer devido a várias razões, como danos ao ducto, infeções ou inflamações. Os sintomas podem ser variados, dependendo da localização e extensão do bloqueio. Estes podem ir desde dor e desconforto a problemas respiratórios, dependendo da pressão exercida pelos fluidos acumulados nos órgãos circundantes.
O tratamento dependerá da causa subjacente e pode incluir uma combinação de antibióticos se a causa for infecciosa, cirurgia para remover o bloqueio ou drenar o fluido, e possivelmente terapia de radiação.
Esta é uma condição que requer assistência médica imediata, e o prognóstico dependerá muito da causa subjacente e da rapidez com que o tratamento é iniciado.
Abertura Torácica Superior
A Síndrome da Abertura Torácica Superior é uma condição que ocorre quando os nervos ou vasos sanguíneos entre a clavícula e a primeira costela (zona conhecida como abertura torácica superior) são comprimidos. Isto pode provocar dor no ombro e no pescoço, e dormência nos dedos.
Os principais tipos desta síndrome são o tipo neurogénico (que envolve a compressão de um nervo), o tipo vascular (que envolve a compressão de um vaso sanguíneo) e o tipo não-específico (que envolve sintomas gerais sem compressão identificável).
A Síndrome da Abertura Torácica Superior pode ser provocada por vários factores, como lesões no pescoço, anatomia anormal do osso, tumores na área ou atividade física excessiva ou repetitiva.
O diagnóstico é geralmente baseado nos sintomas, histórico médico e resultados de exames físicos e testes. As opções de tratamento variam dependendo da causa e da gravidade dos sintomas, mas podem incluir fisioterapia, analgésicos, cirurgia, e em alguns casos, a remoção do primeiro costela ou da porção do músculo que está a causar problemas.
Lemierre
A síndrome de Lemierre é uma condição rara, mas grave, que envolve uma infecção que começa na garganta e se espalha rapidamente para o sistema circulatório e linfático. É causada na maioria das vezes por uma bactéria chamada Fusobacterium necrophorum.
Inicialmente, o paciente pode ter sintomas semelhantes aos de uma faringite ou amigdalite, como dor de garganta e febre. No entanto, à medida que a infecção se espalha, pode levar a complicações graves, tais como a formação de coágulos sanguíneos (trombose jugular), o que pode levar à disseminação da infecção para órgãos como os pulmões, causando sintomas como falta de ar e dor no peito.
Esta infecção costuma ser tratada com antibióticos. Em alguns casos, podem ser necessárias intervenções adicionais, como drenagem cirúrgica de abscessos ou tratamento de complicações associadas.
A síndrome de Lemierre é mais comum em jovens adultos, mas pode ocorrer em qualquer faixa etária. Embora seja uma condição muito grave e potencialmente fatal, a recuperação completa é possível com tratamento precoce e apropriado.
Liddle
A síndrome de Liddle é uma doença genética rara que afeta o equilíbrio de sódio e potássio no corpo, causando hipertensão arterial (alta pressão sanguínea).
Isto acontece devido a uma anomalia nos canais do rim que controlam a quantidade de sódio reabsorvido na corrente sanguínea. Em indivíduos com síndrome de Liddle, há demasiado sódio reabsorvido, o que faz com que o corpo retenha mais água, aumentando assim a quantidade de sangue e a pressão arterial.
Os sintomas mais comuns desta síndrome incluem pressão arterial elevada, baixos níveis de potássio no sangue (hipocaliemia), metabolismo alcalino (quando o corpo tem demasiada base e pouca acidez) e baixa concentração da hormona aldosterona.
O tratamento envolve medicamentos que ajudam o corpo a livrar-se do sódio excessivo e a controlar a pressão arterial, bem como uma dieta baixa em sódio. Apesar de ser uma doença genética, o início dos sintomas e a gravidade podem variar muito, mesmo entre membros da mesma família.
Pneumotórax Catamenial
A Síndrome do Pneumotórax Catamenial é uma condição médica rara que afeta mulheres e que envolve o colapso periódico do pulmão, geralmente em associação com o período menstrual. Acredita-se que esteja relacionado com a endometriose pulmonar, em que células semelhantes às que normalmente revestem o útero começam a crescer no pulmão.
Durante o ciclo menstrual, essas células respondem às mudanças hormonais e podem causar pequenos buracos na superfície do pulmão. Isso permite que o ar escapa para a cavidade torácica, levando a um colapso pulmonar, chamado pneumotórax.
Os sintomas incluem dor torácica súbita e grave e falta de ar. Geralmente ocorre nas 72 horas após o início do período menstrual.
Esta é uma condição complicada que requer uma abordagem de tratamento individualizada, que pode envolver terapias hormonais e, em alguns casos, cirurgia.
Pneumotórax Espontâneo Secundário
O Pneumotórax Espontâneo Secundário é uma condição médica caracterizada pela presença anormal de ar dentro da cavidade pleural (espaço entre os dois revestimentos dos pulmões) sem uma causa aparente, em pessoas que já têm uma doença pulmonar subjacente. Normalmente, esta condição é desencadeada quando pequenas bolhas de ar (blebs) formadas na superfície dos pulmões estouram e o ar escapa para o espaço pleural.
Isto causa um colapso parcial ou total do pulmão, levando a sintomas como dor de peito súbita e aguda, falta de ar e, às vezes, tosse seca. É considerado uma emergência médica, pois pode rapidamente ameaçar a vida se não for imediatamente tratado.
As doenças pulmonares subjacentes que podem aumentar a probabilidade de ocorrer um Pneumotórax Espontâneo Secundário incluem doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC), asma, fibrose cística, tuberculose, pneumonia, entre outros.
O tratamento geralmente envolve a remoção do ar da cavidade pleural, geralmente com a ajuda de um tubo de tórax ou agulha. Em alguns casos, pode ser necessária cirurgia para prevenir futuras ocorrências.
Síndrome Coronariana Aguda
A Síndrome Coronariana Aguda é uma condição médica que ocorre quando o coração não recebe sangue suficiente. É um termo amplo que inclui angina instável (dor no peito que varia em intensidade ou ocorre em repouso) e infarto do miocárdio (ataque cardíaco), duas doenças cardíacas que representam emergências médicas.
Os sintomas da Síndrome Coronariana Aguda podem incluir dor no peito, desconforto na parte superior do corpo (como nos braços, costas, pescoço, mandíbula e estômago), falta de ar, suores frios, náuseas, tonturas e aumento da ansiedade.
Condições como aterosclerose (estreitamento das artérias devido ao acúmulo de placas de gordura) costumam levar a esta síndrome. Fatores de risco incluem idade avançada, sexo masculino, histórico familiar de doença cardíaca, tabagismo, sedentarismo, obesidade, pressão alta, diabetes e níveis elevados de colesterol.
O diagnóstico é feito por meio do histórico médico do paciente, exame físico e exames adicionais, como electrocardiograma (ECG), exames de sangue e, possivelmente, angiografia coronária. O tratamento pode incluir medicação, terapia de reperfusão (para restaurar o fluxo sanguíneo para o coração) e, em alguns casos, procedimentos cirúrgicos.
Takotsubo
A síndrome de Takotsubo, também conhecida como cardiomiopatia de Takotsubo ou "síndrome do coração partido", é uma condição temporária onde o coração se enfraquece ou fica atordoado e não consegue bombear sangue para o resto do corpo de maneira eficiente.
Esta síndrome ocorre com maior frequência em mulheres após uma situação de stress extremo, físico ou emocional, como a morte de um ente querido, um acidente ou uma cirurgia de grande porte.
O nome Takotsubo vem de uma semelhança na forma que o ventrículo esquerdo do coração assume quando é afetado pela síndrome, similar a uma armadilha para polvos chamada "takotsubo" em japonês.
Esta síndrome causa sintomas semelhantes a um ataque cardíaco, como dor no peito e falta de ar, e geralmente os pacientes são inicialmente diagnosticados como tendo um ataque cardíaco. No entanto, os testes geralmente mostram que não há bloqueios nas artérias coronárias, o que é geralmente a causa de um ataque cardíaco.
Embora seja uma condição séria, a maioria das pessoas se recupera completamente com o tratamento adequado, embora possa levar algum tempo para o coração voltar ao normal.
QT Longo
A síndrome do QT longo é uma condição cardíaca que pode causar batimentos cardíacos irregulares (arritmias). Esta condição acontece por uma alteração nos canais iónicos que estão nas células do coração, tornando o coração mais sensível a qualquer alteração, como alterações emocionais ou físicas.
O termo "QT" refere-se a um intervalo específico no eletrocardiograma (ECG) do paciente, que corresponde ao tempo que demora para que os ventrículos (as câmaras inferiores do coração) se recuperem depois de cada batimento cardíaco e fiquem prontos para o próximo. Nesta síndrome, esse intervalo QT é mais longo que o normal, o que aumenta o risco de arritmias, o que pode até levar a uma paragem cardíaca.
Os sintomas podem incluir tonturas, desmaio e, em casos graves, paragem cardíaca. A síndrome do QT longo pode ser genética, ou seja, herdada dos pais, ou pode ser causada por certos medicamentos ou condições médicas. É uma doença que pode ser controlada com tratamento médico, ajustes no estilo de vida e, em alguns casos, cirurgia.
QT Curto
A síndrome do QT curto é uma condição cardiaca genética rara que afeta o sistema elétrico do coração. QT refere-se a um intervalo específico medido na eletrocardiografia (ECG) do coração cuja duração varia dependendo da frequência cardíaca.
Por um lado, uma pessoa com síndrome de QT curto terá uma duração de QT mais curta no ECG do que o normal. Este distúrbio elétrico pode levar a batimentos cardíacos irregulares, o que pode por sua vez levar a sintomas como palpitações, tonturas e até desmaios. Em casos graves, pode levar à morte súbita.
A síndrome do QT curto é frequentemente atribuída a uma mutação genética, tornando-a uma condição hereditária em muitos casos. Dependendo da causa subjacente, o tratamento pode variar desde vigilância regular até tratamentos mais invasivos, como a implantação de um cardioversor-desfibrilhador.
Wolff-Parkinson-White
A Síndrome de Wolff-Parkinson-White (WPW) é uma perturbação do ritmo cardíaco em que existe um caminho elétrico extra no coração. Este caminho adicional é uma pequena peça de tecido cardíaco que está presente desde o nascimento (congénito). Permite que os sinais elétricos do coração contornem parte do seu percurso normal. Isto pode levar a episódios de batimento cardíaco rápido (taquicardia).
Os indivíduos com a Síndrome de WPW podem experienciar palpitações no peito, tonturas, desmaios, ansiedade, fadiga entre outros sintomas derivados de um aumento súbito da frequência cardíaca.
O diagnóstico pode ser feito através de um eletrocardiograma (ECG), que é um exame que registra a atividade elétrica do coração, e o tratamento geralmente envolve a destruição do caminho elétrico anormal através de um procedimento chamado ablação por cateter.
Contudo, muitas pessoas com a Síndrome de WPW não apresentam sintomas e nem sequer sabem que têm esta condição. Nesses casos, a condição pode ser encontrada através de um ECG realizado por outro motivo.
Brugada
A síndrome de Brugada é uma doença genética que afeta o ritmo cardíaco. É caracterizada por alterações no padrão elétrico do coração que podem ser vistas num eletrocardiograma.
Normalmente, há um padrão de ondas num eletrocardiograma que corresponde a diferentes fases do batimento cardíaco, sendo que uma alteração nesse padrão pode indicar um problema. Na síndrome de Brugada, há uma alteração específica que pode levar a arritmias perigosas.
Esta síndrome é uma das causas de morte súbita cardíaca, especialmente em pessoas jovens e, geralmente, mais em homens do que em mulheres. Muitas vezes, a síndrome de Brugada não causa nenhum sintoma e uma pessoa pode não saber que tem a doença até que seja descoberta num eletrocardiograma. No entanto, algumas pessoas podem ter sintomas como desmaios, palpitações ou paragem cardíaca.
Não existe cura para a síndrome de Brugada, mas as opções de tratamento incluem a utilização de um desfibrilador implantável - um dispositivo que pode detetar arritmias anormais e restabelecer um ritmo normal ao administrar um choque ao coração.
Também é importante aconselhamento genético, pois outros membros da família podem herdar a doença.
Eisenmenger
A síndrome de Eisenmenger é uma condição médica rara e grave que se desenvolve em pessoas com defeitos cardíacos congénitos, que não foram corrigidos na infância. Esta condição acontece quando a circulação anormal de sangue que ocorre devido ao defeito cardíaco causa danos permanentes e irreversíveis aos vasos sanguíneos dos pulmões.
Normalmente, o sangue é bombeado do lado direito do coração para os pulmões, onde é enriquecido com oxigénio. O sangue, então, regressa ao lado esquerdo do coração e é bombeado para todo o corpo. No entanto, em pessoas com síndrome de Eisenmenger, este fluxo sanguíneo é interrompido ou invertido devido a um orifício no coração que permite que o sangue circule incorrectamente. Como resultado, o sangue salta a passagem pelos pulmões e é bombeado para o corpo sem a quantidade adequada de oxigénio.
Com o tempo, o aumento do fluxo sanguíneo pode causar danos nos pulmões, levando a uma condição chamada hipertensão pulmonar, que é a pressão arterial elevada nas artérias dos pulmões. Isto, por sua vez, pode levar ao desenvolvimento de síndrome de Eisenmenger.
Os sintomas podem incluir falta de ar, fadiga, tonturas, dor no peito, dedos e lábios azuis, entre outros. O tratamento geralmente envolve gerir os sintomas e prevenir complicações, pois actualmente não há cura para a síndrome de Eisenmenger.
Hipoplasia do Coração Esquerdo
A Hipoplasia do Coração Esquerdo é uma malformação congénita complexa e grave do coração, que se caracteriza pelo subdesenvolvimento de várias partes do lado esquerdo do coração. As partes que podem ser afetadas incluem o ventrículo esquerdo, a válvula mitral, a válvula aórtica e a aorta.
Em termos simples, na Hipoplasia do Coração Esquerdo, o lado esquerdo do coração não consegue bombear sangue para o corpo adequadamente. Na maioria dos casos, a condição é detectada antes do nascimento do bebê, durante a realização de uma ecocardiografia fetal, ou logo após o nascimento.
Os bebês com esta condição necessitam de cirurgia pouco tempo depois de nascerem para reconstruir o coração ou para redirecionar o fluxo sanguíneo. É uma condição séria, que muitas vezes requer uma série de procedimentos cirúrgicos complexos.
Coração Esquerdo Hipoplásico
A síndrome do coração esquerdo hipoplásico é uma malformação congénita rara e grave do coração. Nesta condição, a parte esquerda do coração (incluindo a câmara principal, chamada de ventrículo esquerdo, que bombeia sangue para o corpo) não se desenvolve adequadamente. Assistimos, assim, a um subdesenvolvimento da aorta principal e do ventrículo esquerdo.
Tudo isto afeta o fluxo sanguíneo normal através do coração, já que a estrutura do coração não é capaz de bombear de forma eficiente o sangue para o corpo. Para sobreviver, os bebés com esta condição muitas vezes dependem de uma abertura natural no coração que normalmente fecha após o nascimento.
A causa exata desta má formação é desconhecida. A intervenção médica é geralmente necessária logo após o nascimento. Esta pode variar desde múltiplas cirurgias para tentar reconstruir a parte esquerda do coração ou, num caso mais grave, um transplante de coração.
Dressler
A síndrome de Dressler é uma forma de pericardite, que é uma inflamação do pericárdio, a fina bolsa de tecido em forma de saco que envolve o coração. Esta síndrome é uma resposta imunológica que ocorre após alguma lesão no coração, geralmente após um ataque cardíaco, cirurgia cardíaca ou, em alguns casos, após tratamentos de doenças pulmonares ou renais.
Este nome provém do médico que identificou esta síndrome pela primeira vez, o cardiologista americano William Dressler. Os sintomas incluem febre, fadiga, e dor torácica, que normalmente aumenta quando o indivíduo deita ou respira fundo. Ocorre tipicamente algumas semanas após a lesão e o seu tratamento é feito com medicamentos anti-inflamatórios não-esteroides e, em casos mais severos, pode ser necessário a utilização de corticosteroides ou até mesmo a drenagem do líquido excessivo do pericárdio.
Postural Orthostatic Tachycardia (POTS)
A Síndrome de Taquicardia Ortostática Postural, conhecida como POTS, é uma condição que afeta o sistema nervoso autónomo, que é a parte do sistema nervoso que controla funções involuntárias do corpo, como a pressão arterial, a frequência cardíaca, a digestão, a dilatação e a constrição dos vasos sanguíneos, entre outros.
Na POTS, quando uma pessoa se move de uma posição deitada para uma posição de pé, o corpo não regula adequadamente a pressão arterial. Normalmente, quando uma pessoa se levanta, o corpo tem que ajustar a pressão arterial e o ritmo cardíaco para garantir que sangue suficiente é bombeado para o cérebro. Em alguém com POTS, este ajuste não acontece como deveria, o que pode levar a uma série de sintomas.
Estes sintomas podem incluir tonturas ou desmaios ao levantar-se, aumento rápido e significativo da frequência cardíaca, fadiga extrema, dor de cabeça, falta de concentração, tremores, suores e outros. A gravidade dos sintomas pode variar de pessoa para pessoa e pode ser suficientemente debilitante para limitar as atividades diárias de uma pessoa.
A condição é mais comum em mulheres de idade fértil. A causa exata da POTS é desconhecida, mas pode ser desencadeada por eventos como uma infecção viral, gravidez, trauma físico ou cirurgia. O tratamento pode incluir mudanças no estilo de vida, como aumentar a ingestão de líquidos e sal na dieta, e medicamentos para ajudar a controlar os sintomas.
Pré-excitação
A síndrome de pré-excitação é uma condição cardíaca em que uma via elétrica adicional no coração causa um batimento cardíaco acelerado (taquicardia). O coração normalmente bate com um ritmo regular devido a um impulso elétrico que segue um percurso específico pelo coração. Na síndrome de pré-excitação, há uma via elétrica extra que permite que parte do impulso elétrico contorne o caminho normal. Isso pode fazer com que o coração bata muito rapidamente, levando a sintomas como palpitações, tonturas ou falta de ar.
As formas mais comuns de síndrome de pré-excitação incluem a síndrome de Wolff-Parkinson-White e a via acessória de Lown-Ganong-Levine. Em muitos casos, a condição é inofensiva e pode não causar quaisquer sintomas ou necessidade de tratamento. No entanto, em alguns casos, pode ser necessário tratamento médico para controlar os episódios de batimento cardíaco acelerado.
O tratamento pode incluir medicamentos para controlar a taxa de batimentos cardíacos, procedimentos médicos para bloquear a via elétrica extra (como a ablação por cateter), ou em casos raros, cirurgia.
Adams-Stokes
A síndrome de Adams-Stokes é uma condição médica rara, caracterizada por uma descida súbita de pressão arterial, perda de consciência e colapso, em resposta a uma perturbação no sistema de condução elétrico do coração. Esta situação é muitas vezes causada por uma diminuição temporária da quantidade de sangue que o coração bombeia, um bloco cardíaco ou um ritmo cardíaco anormalmente lento.
Os sintomas mais comuns incluem tonturas, perda de consciência, convulsões e, em alguns casos, paragem cardíaca. A síndrome de Adam-Stokes é considerada uma emergência médica e requer tratamento imediato.
O tratamento normalmente envolve a colocação de um marcapasso para regular o ritmo cardíaco e prevenir futuras ocorrências da síndrome.
Loeys-Dietz
A Síndrome de Loeys-Dietz é um transtorno genético raro que afeta o tecido conjuntivo no corpo. O tecido conjuntivo é uma parte complexa do corpo que auxilia na manutenção do formato do corpo e na promoção do seu crescimento e desenvolvimento. As pessoas com a Síndrome de Loeys-Dietz têm um tecido conjuntivo anormalmente fraco, o que pode levar a uma série de problemas de saúde, como problemas cardíacos, deformidades esqueléticas, problemas de pele e, em alguns casos, deficiência no sistema imunológico. Esta doença é causada por mutações em vários genes e é hereditária, o que significa que pode ser passada de pais para filhos.
Síndrome Cardiorrenal
A Síndrome Cardiorrenal é uma condição médica complexa que envolve a falha progressiva dos sistemas cardíaco e renal. Estes dois sistemas essenciais para a vida estão inter-relacionados, de tal forma que a falha de um pode levar à falha do outro. Este fenómeno ocorre muitas vezes em pacientes com doenças crónicas do coração e dos rins, mas também pode ocorrer em pacientes com outras doenças crónicas.
Existem diferentes tipos de Síndrome Cardiorrenal, dependendo de qual órgão falha primeiro e das causas subjacentes. Geralmente envolve uma combinação de insuficiência cardíaca congestiva, onde o coração não pode bombear sangue suficiente para o resto do corpo, e insuficiência renal, onde os rins não conseguem filtrar resíduos e excesso de líquido do sangue de forma eficaz.
O tratamento desta síndrome pode ser complicado, uma vez que medicamentos que são usados para tratar a insuficiência cardíaca podem agravar a falha renal, e vice-versa. Uma abordagem multidisciplinar é, geralmente, necessária para gerir esta condição. É importante manter um bom controlo da pressão arterial, do volume de fluido corporal, manter um peso saudável e seguir uma dieta com restrição de sal e proteínas. Algumas pessoas podem necessitar de diálise ou transplante renal se a função renal se deteriorar significativamente.
Kounis (reação alérgica com infarto)
A síndrome de Kounis é uma condição médica que combina sinais e sintomas de reações alérgicas com eventos cardíacos agudos, como infarto do miocárdio (ataque cardíaco). A condição foi nomeada em homenagem ao cardiologista Nicholas G. Kounis, que a identificou pela primeira vez.
A síndrome de Kounis é desencadeada por um evento alérgico, como uma reação a um medicamento, alimento ou picada de inseto. Na presença de um alérgeno, o corpo libera compostos inflamatórios que podem levar ao estreitamento e espasmo das artérias coronárias, o que pode bloquear o fluxo de sangue ao coração e causar um ataque cardíaco.
Existem dois tipos da síndrome de Kounis. O Tipo I ocorre em pessoas sem doença arterial coronária subjacente. O evento alérgico provoca um espasmo nas artérias coronárias, causando um ataque cardíaco. No Tipo II, o evento alérgico pode desencadear um ataque cardíaco em pessoas que já têm doença arterial coronária.
O tratamento da síndrome de Kounis envolve o controlo da reação alérgica e do evento cardíaco em simultâneo. Isso pode incluir medicamentos para aliviar a reação alérgica, como anti-histamínicos e corticosteroides, bem como medicamentos para tratar o ataque cardíaco, como nitratos e beta-bloqueadores. Em alguns casos, pode ser necessário um procedimento para abrir as artérias bloqueadas.
DiGeorge
A síndrome de DiGeorge, também conhecida como deleção 22q11.2, é uma desordem genética. Esta desordem é causada pela eliminação de um pequeno segmento do cromossoma 22. Os sintomas podem variar bastante entre diferentes pessoas, mesmo quando a mesma eliminação genética é a causa.
Os sintomas podem incluir defeitos cardíacos congénitos, problemas específicos de aprendizagem, e comportamentos típicos, perturbações imunológicas e características faciais distintas. Alguns dos traços faciais típicos incluem olhos amplamente espaçados, orelhas baixas e olhos encovados.
Esta síndrome também pode causar problemas com o sistema endócrino, que controla as hormonas do corpo. Algumas pessoas com a síndrome de DiGeorge também têm baixo teor de cálcio no sangue, o que pode causar convulsões.
Além disso, problemas de fala e linguagem são comuns na síndrome de DiGeorge. Alguns têm também problemas de saúde mental, como esquizofrenia ou transtorno bipolar.
É importante lembrar que nem todas as pessoas com síndrome de DiGeorge têm todos os sintomas listados e a gravidade dos sintomas pode variar muito. A síndrome de DiGeorge é uma condição com a qual se nasce, mas às vezes não é diagnosticada até a infância ou mesmo a idade adulta.
Aorta Coarctada
A síndrome da aorta coarctada é uma condição congénita que afecta a estrutura do coração. A aorta, a principal artéria que transporta o sangue rico em oxigénio do coração para o resto do corpo, está estreitada num determinado ponto. Isto pode ser logo após a arteriosa subclávia esquerda (parte do corpo que transporta o sangue para a cabeça, pescoço e braço esquerdo) ou pode ser mais abaixo, perto do ponto onde a aorta se divide para fornecer sangue para as pernas.
Este estreitamento força o coração a trabalhar mais arduamente para bombear o sangue através da aorta e para o resto do corpo. Isso pode levar a complicações como hipertensão (pressão arterial alta), a insuficiência cardíaca ou dano do órgão devido à falta de oxigénio. O tratamento geralmente envolve cirurgia para alargar a área estreitada ou a inserção de um stent.
Os sintomas da coarctação da aorta podem variar dependendo da gravidade do estreitamento. Alguns bebés podem não apresentar sintomas até mais tarde na vida, enquanto outros podem ter sintomas graves logo após o nascimento. Estes podem incluir dificuldade em respirar, pele pálida ou azulada, suor excessivo e pouca alimentação.
Aortite
A aortite é uma inflamação da aorta, a maior artéria do corpo humano, que transporta o sangue do coração para o resto do corpo. Este síndrome pode levar a um alargamento anormal, uma dilatação ou a formação de uma aneurisma na aorta. Os sintomas podem incluir dor no peito ou na parte superior das costas, febre, perda de peso, suores noturnos, e fadiga. A aortite pode ser causada por diversas doenças, como arterite de Takayasu, arterite de células gigantes, lúpus eritematoso sistêmico, sífilis, e outras. O tratamento geralmente envolve medicamentos para diminuir a inflamação e o inchaço, e em alguns casos pode ser necessária cirurgia para reparar ou substituir parte da aorta.
Down (risco elevado de defeitos cardíacos congênitos)
A síndrome de Down é uma condição genética que ocorre quando uma pessoa tem uma cópia extra do cromossomo 21. Isso causa atrasos no desenvolvimento e características físicas distintas, incluindo olhos inclinados para cima, orelhas pequenas, uma boca pequena e uma língua grande, e pescoço curto.
As pessoas com síndrome de Down também têm um risco aumentado de defeitos cardíacos congénitos, que são problemas com a estrutura e função do coração presentes no nascimento. Os defeitos podem variar de leves, que não necessitam de tratamento, a graves, que necessitam de cirurgia ou outros procedimentos médicos logo após o nascimento.
Esses defeitos cardíacos podem incluir problemas com as válvulas cardíacas, que regulam o fluxo de sangue no coração, ou com as paredes do coração, que separam as diferentes secções do coração. Além disso, podem ter problemas com os vasos sanguíneos ao redor do coração.
Apesar desses desafios, com acesso a cuidados de saúde, educação e suporte adequados, muitas pessoas com síndrome de Down podem levar vidas saudáveis e ativas.
Shone
A síndrome de Shone é uma doença cardíaca congénita complexa e rara que envolve várias anormalidades no lado esquerdo do coração. Esta síndrome foi descrita pela primeira vez pelo pediatra norte-americano John Shone em 1963.
As pessoas com síndrome de Shone têm quatro defeitos cardíacos específicos:
1. Estenose supravalvular da válvula mitral: o anel em torno da válvula mitral é demasiado pequeno.
2. Estenose subaórtica: a área sob a válvula aórtica é estreita, o que restringe o fluxo sanguíneo para fora do coração.
3. Válvula mitral em "pará-quedas": neste caso, as cordas que prendem a válvula mitral ao coração estão mais curtas do que o normal e pode haver apenas um músculo papilar (em vez dos habituais dois), fazendo a válvula parecer um pára-quedas quando está aberta.
4. Coarctação da aorta: a aorta, a principal artéria que transporta o sangue rico em oxigénio do coração para o resto do corpo, é estreita.
Cada defeito pode variar em gravidade, e é possível que uma pessoa com síndrome de Shone tenha apenas alguns dos quatro defeitos.
A síndrome de Shone é normalmente diagnosticada quando o bebé ainda é muito pequeno, muitas vezes logo após o nascimento. Os sintomas podem incluir dificuldades respiratórias, pele pálida ou de cor azulada, pulso fraco, transpiração excessiva, falta de apetite e dificuldades em ganhar peso.
O tratamento da síndrome de Shone geralmente envolve cirurgia para corrigir os defeitos cardíacos. A extensão e o tipo de cirurgia necessários dependem dos defeitos específicos e da gravidade dos mesmos. Além disso, também pode ser necessário um acompanhamento médico a longo prazo.
Ortner (disfonia relacionada à dilatação do átrio esquerdo)
A síndrome de Ortner, também conhecida como "cardiovocal syndrome" ou "síndrome da disfonia cardíaca", é uma condição médica rara que se refere à rouquidão causada por uma dilatação ou uma condição anormal do coração que afeta o nervo laríngeo recorrente esquerdo, um nervo que é responsável por muitas das funções vocais e de deglutição.
Normalmente esta síndrome está associada a uma dilatação do átrio esquerdo do coração. Essa dilatação pode exercer pressão sobre o nervo laríngeo recorrente esquerdo, resultando em paralisia do nervo e consequentemente rouquidão, dificuldade em engolir e, por vezes, falta de ar.
O diagnóstico é geralmente feito após a exclusão de outras possíveis causas desses sintomas e comprovado por exames de imagem que mostram a dilatação do coração.
Existem várias possíveis causas para a síndrome de Ortner, incluindo doença cardíaca valvar, fibroelastoma papilar, condições congénitas, como o dextrocardia (coração situado à direita em vez de à esquerda), e muitas formas de doença cardíaca adquirida.
O tratamento é geralmente dirigido à causa subjacente da pressão sobre o nervo. Isto pode incluir medicamentos para reduzir o tamanho da câmara cardíaca dilatada, cirurgia cardíaca ou, por vezes, cirurgia para o nervo laríngeo recorrente.
Coração de Atleta
A Síndrome do Coração de Atleta, também chamada de Coração do Atleta, refere-se a alterações físicas naturais e adaptativas que ocorrem no coração de pessoas que praticam exercícios físicos intensivos e treinam arduamente. Estas alterações incluem um aumento no tamanho do coração e alterações no ritmo cardíaco.
Quando alguém faz exercício regularmente, o coração, como qualquer outro músculo, adapta-se para lidar com o aumento da demanda. Portanto, a parede do ventrículo esquerdo (a principal câmara de bombeamento do coração) pode engrossar e o coração pode bater mais lentamente. Estas alterações geralmente são normais e saudáveis, mas podem assemelhar-se àquelas associadas a certas doenças cardíacas.
Como consequência, os atletas podem acabar por ter resultados de testes cardíacos (como ECG - electrocardiograma) que são incomuns e podem ser confundidos com resultados que indicariam uma doença do coração. Isto pode levantar preocupações desnecessárias sobre a saúde cardíaca de um atleta.
Por outro lado, é importante ressaltar que a Síndrome do Coração de Atleta é uma condição benigna. Ou seja, as alterações ocorrem como uma resposta ao esforço físico e não causam danos ao coração. No entanto, pessoas com Síndrome do Coração de Atleta devem ser acompanhadas por profissionais de saúde, principalmente para distinguir alterações benignas de possíveis doenças cardíacas.
Também deve ser considerado que, se o atleta interromper o treinamento intenso, essas alterações no coração irão regressar ao normal, reverter.
Seio Doente
A Síndrome do Seio Doente, também conhecida como disfunção do nó sinusal ou síndrome de Bradycardia-Taquicardia, é uma disfunção do marca-passo natural do coração, o nó sinusal, que controla o ritmo cardíaco. A síndrome é caracterizada por ritmos cardíacos anormalmente lentos (bradicardia), ritmos cardíacos anormalmente rápidos (taquicardia) ou uma combinação de ambos, muitas vezes alternando entre os dois extremos.
Os sintomas incluem fadiga, tonturas, desmaios, palpitações, dificuldade em respirar, peito apertado ou dor no peito. No entanto, em muitos casos, este síndrome não causa sintomas e geralmente é descoberto durante um exame físico de rotina ou quando o paciente é examinado por outra razão.
A Síndrome do Seio Doente pode ocorrer em pessoas de qualquer idade, mas é mais comum em idosos e em pessoas com doenças cardíacas subjacentes. O tratamento pode incluir a modificação do estilo de vida, medicamentos para controlar a frequência cardíaca ou um marca-passo para regular o ritmo cardíaco.
Obstrução da Via de Saída do Ventrículo Esquerdo
A síndrome de obstrução da via de saída do ventrículo esquerdo é uma condição cardíaca na qual há um estreitamento ou bloqueio na saída do ventrículo esquerdo do coração, impedindo o fluxo sanguíneo normal. O ventrículo esquerdo é responsável por bombear sangue oxigenado para todo o corpo, por isso qualquer obstrução pode ter consequências graves.
A obstrução pode ser causada por várias condições, incluindo cardiomiopatia hipertrófica (em que o músculo cardíaco se torna espesso) ou uma válvula aórtica estreitada ou malformada.
Os sintomas podem variar dependendo do grau de obstrução e podem incluir falta de ar, dor no peito, desmaios, especialmente durante o exercício, palpitações cardíacas, fadiga e intolerância ao exercício.
O tratamento normalmente visa aliviar os sintomas e pode incluir medicamentos, procedimentos para alargar a via de saída ou, em casos graves, cirurgia cardíaca.
Como as condições que causam a obstrução da via de saída do ventrículo esquerdo podem ser hereditárias, os membros da família podem ter que ser testados.
Obstrução da Via de Saída do Ventrículo Direito
A síndrome de Obstrução da Via de Saída do Ventrículo Direito (SOVD) é uma condição cardíaca congénita que ocorre quando o fluxo sanguíneo do ventrículo direito do coração para a artéria pulmonar é bloqueado ou restrito. Este bloqueio pode ocorrer por várias razões, incluindo o espessamento do músculo cardíaco, a presença de tecido adicional bloqueando o fluxo sanguíneo, ou um estreitamento da válvula pulmonar ou da artéria pulmonar.
Esta obstrução faz com que o coração tenha que trabalhar mais para bombear o sangue através da válvula pulmonar, podendo levar ao seu aumento (hipertrofia). A SOVD pode causar uma variedade de sintomas, incluindo cansaço, falta de ar, desmaios ou cianose (uma coloração azulada na pele causada por baixos níveis de oxigénio no sangue). O tratamento geralmente envolve cirurgia para corrigir a obstrução.
Taquicardia Ventricular Catecolaminérgica Polimórfica
A Taquicardia Ventricular Catecolaminérgica Polimórfica (TVCP) é uma síndrome cardíaca rara, tipicamente genética, que aumenta o risco de episódios de ritmo cardíaco anormalmente acelerado, chamados de taquicardia. Estes episódios são desencadeados por atividade física ou stress emocional.
No coração, existem canais iónicos que garantem que cada batimento cardíaco ocorra corretamente. Em pessoas com TVCP, alguns destes canais estão danificados, o que pode interferir com a forma como a eletricidade flui através do coração. Isso pode fazer com que o coração bata muito rapidamente, o que leva a sintomas como tonturas, desmaios ou mesmo morte súbita, em casos graves.
A síndrome é tratada com medicamentos para manter o coração estável e para prevenir a taquicardia. Em alguns casos, pode ser necessário implantar um desfibrilador cardioversor implantável (ICD). Este dispositivo monitoriza constantemente o ritmo cardíaco e pode, automaticamente, fornecer um choque elétrico para restaurar um ritmo normal, se necessário.
Vasoespasmo Coronário
A síndrome de vasoespasmo coronário, também conhecida como angina de Prinzmetal ou angina variante, é uma condição na qual as artérias coronárias, que fornecem sangue ao coração, têm espasmos súbitos e temporários. Estes espasmos fazem com que as artérias se estreitem, reduzindo ou interrompendo completamente o fluxo sanguíneo ao coração.
Os espasmos podem ocorrer em artérias coronárias que não têm placas de aterosclerose (depósitos gordurosos), mas são mais comuns em artérias onde as placas de aterosclerose já causaram algum estreitamento.
Os sintomas costumam ocorrer quando a pessoa está em repouso e podem ser semelhantes aos de um ataque cardíaco, incluindo dor no peito e desconforto que pode irradiar para o braço, ombro, pescoço ou mandíbula. Estes sintomas são causados pela falta de oxigénio no músculo cardíaco devido à diminuição do fluxo de sangue.
O tratamento desta condição geralmente inclui medicamentos prescritos por um médico, como bloqueadores dos canais de cálcio e nitratos, para ajudar a prevenir os espasmos. Em alguns casos, pode também ser necessário um procedimento, como a angioplastia, para melhorar o fluxo sanguíneo através das artérias coronárias.
Importante notar que é uma condição séria que requer atenção médica imediata.
Anomalia de Ebstein
A Anomalia de Ebstein é uma malformação rara do coração caracterizada por um defeito na válvula tricúspide, que separa a câmara inferior direita chamada de ventrículo direito (que bombeia sangue para os pulmões para receber oxigénio) e a câmara superior direita chamada de átrio direito (que recebe sangue não oxigenado do corpo). Esta válvula tricúspide é anormalmente grande e localizada mais para dentro do ventrículo do que o normal. Isso pode causar refluxo de sangue ou pode fazer com que parte do ventrículo direito se torne parte do átrio direito (também conhecido como "átrio direito atrialized").
A presença desta malformação pode conduzir a uma série de problemas, incluindo batimentos cardíacos irregulares, falta de ar, fadiga, inchaço nas pernas e pés (edema) e cianose (um tom azulado na pele devido à falta de oxigénio no sangue). A gravidade dos sintomas pode variar consideravelmente de pessoa para pessoa.
O tratamento para a Anomalia de Ebstein depende da gravidade da condição e poderá incluir medicação para gerir os sintomas ou cirurgia para corrigir a malformação.
Coração Direito Hipertrófico
A síndrome do coração direito hipertrófico é uma condição em que o lado direito do coração se torna mais espesso do que o normal. Esta condição pode ocorrer quando o coração é constantemente forçado a trabalhar mais para bombear sangue, muitas vezes devido a um problema de saúde subjacente, como uma doença pulmonar ou uma má-formação cardíaca. O aumento constante da pressão pode resultar no aumento ou inchaço do lado direito do coração.
Os sintomas desta condição podem incluir falta de ar, fadiga, edema (inchaço) nas pernas e abdômen, tonturas e desmaios. O diagnóstico pode incluir exames físicos, testes de imagem como ecocardiograma, eletrocardiograma e testes de estresse.
O tratamento da síndrome do coração direito hipertrófico é focado no manejo da condição subjacente que está provocando o problema. Isso pode incluir medicação para aumentar a força de bombeamento do coração, abaixar a pressão arterial, ou tratar condições como apneia do sono ou doença pulmonar. Nos casos mais graves, pode ser necessário um transplante de coração.
Por favor, note que as informações acima devem ser utilizadas como um guia geral e não devem substituir conselhos médicos. Se você tem sintomas que acredita estarem relacionados ao coração, deve procurar assistência médica imediatamente.
Cor Triatriatum
O síndrome de Cor Triatriatum é uma malformação cardíaca rara, onde o coração, normalmente composto por quatro câmaras (dois átrios e dois ventrículos), tem uma câmara extra, resultando num coração de 'três átrios'. Essa condição ocorre quando a parede muscular que separa as duas metades do coração não se funde corretamente durante o desenvolvimento fetal, resultando num átrio esquerdo ou direito dividido em duas partes. Esta divisão pode limitar o fluxo sanguíneo e provocar sintomas como falta de ar, fadiga, batimento cardíaco irregular e outros problemas. O seu tratamento geralmente envolve cirurgia para remover a parede extra e permitir um fluxo sanguíneo normal.