Choque Cardiogênico
Choque cardiogénico é uma condição grave que ocorre quando o coração não consegue bombear sangue suficiente para o corpo devido a algum dano grave, geralmente como resultado de um ataque cardíaco.
Os sinais e sintomas de choque cardiogénico incluem rápida e invulgarmente acelerada frequência cardíaca, respiração rápida e superficial, diminuição da quantidade de urina, suores frios, pele pegajosa, tonturas ou desmaios e confusão ou perda de consciência. A pressão arterial é tipicamente muito baixa.
Se não for tratado, o choque cardiogénico pode ser fatal, uma vez que as células e órgãos do corpo não estão a receber oxigénio suficiente devido à falha na circulação do sangue.
O tratamento para o choque cardiogénico normalmente consiste em medidas para melhorar o fluxo sanguíneo, tais como medicamentos para aumentar a pressão arterial e procedimentos para reparar o dano ao coração. Em alguns casos, pode ser necessário um transplante de coração.
Disfunção Diastólica
A Síndrome de Disfunção Diastólica é uma condição caracterizada pela incapacidade do ventrículo esquerdo do coração de relaxar adequadamente e de se encher de sangue durante a diástole (que é a fase do ciclo cardíaco em que ocorre o relaxamento do músculo cardíaco, permitindo o enchimento dos ventrículos com sangue).
Isso significa que o coração não é capaz de bombear sangue suficiente para o corpo, resultando em sintomas como falta de ar, cansaço, inchaço nas pernas e pés, e acúmulo de líquido nos pulmões.
Essa disfunção é mais comum em pessoas mais velhas e pode ser causada por várias condições, incluindo hipertensão arterial, doença cardíaca isquêmica e diabetes. O diagnóstico é usualmente feito através de ecocardiograma e o tratamento geralmente envolve o manejo das condições subjacentes, bem como medicamentos para ajudar a melhorar o funcionamento do coração.
Prolapso da Valva Mitral
A síndrome do Prolapso da Válva Mitral é uma condição cardíaca que ocorre quando uma das válvulas do coração - a válvula mitral - não fecha da maneira certa. A válvula mitral tem duas abas que se abrem para deixar o sangue fluir do átrio esquerdo para o ventrículo esquerdo. Em seguida, as abas fecham para impedir que o sangue flua de volta para o átrio esquerdo.
No Prolapso da Válva Mitral, uma ou ambas as abas da válvula são muito largas e flexíveis. Como resultado, elas podem projectar-se para o átrio esquerdo quando o coração se contrai. A este movimento para o átrio esquerdo é que se dá o nome de "prolapso". Em algumas pessoas, o prolapso da válvula mitral pode fazer com que a válvula deixe escapar sangue para trás. A esta situação chama-se regurgitação mitral.
A maioria das pessoas com prolapso da válvula mitral não tem sintomas ou problemas de saúde. No entanto, em alguns casos, pode provocar palpitações, dor no peito, falta de ar ou fadiga. Também pode aumentar o risco de endocardite infecciosa, uma infecção do revestimento interno do coração.
O tratamento não é normalmente necessário a menos que a regurgitação mitral seja grave ou se houver sintomas graves. O tratamento pode incluir medicamentos ou cirurgia para reparar ou substituir a válvula mitral.
Reentrada Nodal Atrioventricular
A síndrome de Reentrada Nodal Atrioventricular (RNAT) é uma perturbação no ritmo cardíaco que, por norma, cria episódios de batimentos cardíacos acelerados. Esta condição ocorre quando há um problema na forma como os sinais elétricos se movem através do coração.
Neste processo, os sinais elétricos percorrem um caminho circular na região do nódulo atrioventricular, devido a um circuito adicional de vias de condução, fazendo com que o coração bata de forma muito rápida. Este circuito adicional pode ser congénito (presente no nascimento) ou pode ser adquirido mais tarde na vida devido a doenças ou lesões cardíacas.
Os sintomas mais comuns desta síndrome incluem palpitações, tonturas, sudorese, fadiga ou até perda momentânea de consciência. No entanto, algumas pessoas podem não apresentar sintomas.
O tratamento para Síndrome de Reentrada Nodal Atrioventricular depende da severidade dos sintomas e da saúde geral do paciente. Pode incluir medicamentos para controlar a frequência cardíaca, procedimentos cirúrgicos para alterar a condução elétrica do coração ou, em casos graves, a implantação de um marca-passo.
Taquicardia Atrioventricular Nodal Reciprocante
A Síndrome de Taquicardia Atrioventricular Nodal Recíproca (TAVNR) é uma doença do coração caracterizada por episódios de frequência cardíaca rápida. Esta condição é causada por um percurso eléctrico anormal entre as câmaras superiores (átrios) e inferiores (ventrículos) do coração.
Nesta perturbação, existe uma via adicional no nódulo atrioventricular, órgão que regula a passagem dos impulsos eléctricos do átrio para o ventrículo. Normalmente, o nódulo atrioventricular age como um filtro, moderando a velocidade à qual os impulsos eléctricos chegam aos ventrículos. Contudo, na TAVNR, a via adicional permite que os impulsos eléctricos bypassassem esta regulação, causando uma frequência cardíaca rápida.
Os sintomas desta condição incluem palpitações, fadiga, falta de ar, tontura e, em alguns casos, desmaios. O tratamento pode incluir medicamentos, procedimentos de cardioversão, ou ablação por cateter, que é um procedimento que envolve a introdução de um cateter no coração para eliminar a via elétrica anormal.
Taquicardia Atrial Multifocal
A Síndrome de Taquicardia Atrial Multifocal (TAM) é uma condição rara do ritmo cardíaco. É caracterizada por múltiplos focos de atividade elétrica no átrio do coração, levando a um ritmo cardíaco muito rápido ou irregular.
Esta condição é mais comum em pessoas com doença pulmonar ou em doentes mais velhos. Além disso, alguns medicamentos ou condições médicas, como insuficiência cardíaca, doença pulmonar crónica e doença da tiroide também podem aumentar o risco de desenvolver a síndrome TAM.
Os sintomas desta síndrome podem variar entre pacientes, incluindo falta de ar, palpitações cardíacas, tonturas, dor no peito e fadiga. Os tratamentos para a síndrome de taquicardia atrial multifocal geralmente envolvem o controle da frequência cardíaca com medicamentos, mas, em alguns casos, pode ser necessária a realização de um procedimento chamado ablação por cateter, que visa inibir a atividade elétrica anormal no coração.
Taquicardia por Reentrada do Nó Sinoatrial
A Síndrome da Taquicardia por Reentrada do Nó Sinoatrial é uma condição rara que envolve uma anormalidade no sistema elétrico do coração. Esta síndrome está associada a uma taxa cardíaca anormalmente elevada (taquicardia) que ocorre devido a um ciclo de sinalização elétrica reentrante no nó sinoatrial que desencadeia impulsos cardíacos confusos.
O nó sinoatrial é a parte natural do coração que normalmente inicia cada batimento cardíaco, desencadeando um impulso elétrico que viaja através do coração fazendo com que os músculos do coração se contraiam e bombem sangue.
Nesta síndrome, os sinais elétricos anomalamente repetem um caminho circular no nó sinoatrial, em vez de seguir um caminho linear, que leva a uma taxa cardíaca acelerada e irregular.
Os sintomas podem incluir palpitações, tonturas, fadiga, falta de ar e, em casos graves, desmaios ou síncope. O tratamento pode ser necessário para controlar a frequência cardíaca e pode envolver medicação, procedimentos cirúrgicos ou o uso de um marca-passo.
Taquicardia Ventricular Monomórfica Sustentada
A taquicardia ventricular monomórfica sustentada é uma condição cardíaca caracterizada por um batimento cardíaco acelerado, que se origina nos ventrículos (as câmaras inferiores do coração) e tem uma forma consistente e regular no eletrocardiograma (ECG).
Em termos simples, esta condição faz com que o coração bata a um ritmo muito rápido, o que pode levar a sintomas como tonturas, falta de ar, palpitações ou até mesmo a consequências mais graves como a insuficiência cardíaca ou morte súbita.
A taquicardia ventricular monomórfica sustentada tende a ocorrer em pessoas com doença cardíaca estrutural, como doença arterial coronariana, cardiomiopatia ou após um ataque cardíaco. No entanto, também pode ocorrer em pessoas sem doença cardíaca conhecida.
O tratamento desta condição geralmente inclui medicamentos, procedimentos de cateterismo cardíaco, ou a colocação de um dispositivo implantado no peito chamado cardioversor-desfibrilador implantável (ICD).
Taquicardia Ventricular Não Sustentada
A Síndrome de Taquicardia Ventricular Não Sustentada é uma condição do coração caracterizada por três ou mais batimentos cardíacos consecutivos originados a partir dos ventrículos, a uma frequência cardíaca superior a 100 batimentos por minuto. A duração desta condição é inferior a 30 segundos, razão pela qual é classificada como "não sustentada". Os sintomas podem variar de acordo com a saúde individual do paciente, podendo ser muito leves ou mesmo indetectáveis, ou em casos mais extremos causar tonturas, dor no peito ou desmaio.
É importante mencionar que este tipo de taquicardia é mais comum em pessoas com doenças cardíacas ou antecedentes de ataques cardíacos e se negligenciada, pode aumentar os riscos de arritmias cardíacas ou mesmo parada cardíaca súbita. Portanto, qualquer suspeita ou experiência de sintomas deve levar a uma consulta médica para um diagnóstico adequado e tratamento apropriado.
Cushing
A síndrome de Cushing é uma desordem hormonal causada por altos níveis de cortisol no corpo. O cortisol é um hormônio que é produzido nas glândulas adrenais e tem várias funções, incluindo a regulação dos níveis de açúcar no sangue, a redução da inflamação, o controle da pressão arterial e a influência na função do sistema imunológico.
A síndrome de Cushing ocorre quando o corpo produz excesso de cortisol a longo prazo ou quando alguém consome medicamentos com corticosteróides em excesso. Isso pode resultar numa série de sintomas, incluindo ganho de peso, pele frágil e fina, contusões fácilmente, estrias roxas ou rosadas na pele, fadiga, fraqueza muscular, depressão, ansiedade, hipertensão, e em mulheres, periodos menstruais irregulares ou ausentes.
A condição pode ser causada por uma variedade de problemas, incluindo tumores na glândula pituitária (conhecidos como adenoma pituitário), tumores nas glândulas adrenais, ou como efeito secundário de certos medicamentos. O tratamento da síndrome de Cushing varia dependendo da causa subjacente mas pode incluir cirurgia para remover tumores, medicamentos para diminuir a produção de cortisol, ou redução da dose de medicamentos que contêm corticosteróides.
Insensibilidade à Insulina
A Síndrome de Insensibilidade à Insulina, também conhecida como resistência à insulina, é uma condição em que o corpo produz insulina, mas não a utiliza eficazmente. A insulina é uma hormona que regula a quantidade de açúcar no sangue. Quando o corpo se torna resistente à insulina, as células não respondem normalmente à esta, levando a elevados níveis de açúcar no sangue.
Isso pode eventualmente levar a condições sérias de saúde, incluindo diabetes tipo 2. A síndrome de resistência à insulina está muitas vezes associada a outras condições, como obesidade, doença cardíaca, e colesterol elevado. Os sintomas podem ser subtis e podem incluir cansaço e peso ao redor da cintura.
O tratamento geralmente envolve mudanças no estilo de vida para melhorar a resposta do corpo à insulina, incluindo exercício regular, dieta saudável e, em alguns casos, medicamentos.
Zollinger-Ellison
A síndrome de Zollinger-Ellison é uma doença rara que ocorre quando um ou mais tumores se formam no pâncreas ou no duodeno (a primeira parte do intestino delgado). Estes tumores, também conhecidos como gastrinomas, produzem uma quantidade excessiva de gastrina, que é uma hormona que estimula o estômago a produzir muito ácido. O excesso de ácido então leva a úlceras pépticas e pode causar outros problemas, como diarreia.
A maioria desses tumores são malignos, o que significa que podem crescer e se espalhar para outros órgãos. Em muitos casos, até que a doença seja diagnosticada, o tumor já se espalhou para os gânglios linfáticos ou para o fígado.
O tratamento geralmente envolve a redução da produção de ácido de estômago, bem como o tratamento das úlceras e, se possível, a remoção dos tumores.
Refeeding
A Síndrome de Refeeding (Realimentação) é uma condição potencialmente fatal que pode ocorrer quando uma pessoa que está gravemente desnutrida começa a ser alimentada novamente. Isto pode perturbar o equilíbrio de eletrólitos no corpo, causando problemas cardíacos, neurológicos e respiratórios. Essa alteração pode resultar de uma nutrição excessiva ou rápida demais após um período de inanição ou de falta de alimentação. É uma condição séria que requer monitoramento médico cuidadoso.
Lipoatrofia
A síndrome de lipoatrofia é uma condição clínica caracterizada pela perda anormal e progressiva de tecido adiposo de algumas áreas do corpo, causando um aspecto emagrecido. Em geral, esta síndrome afecta áreas específicas do corpo como as extremidades, face, nádegas e, por vezes, o abdómen.
Existem várias formas de lipoatrofia, incluindo a lipoatrofia semicircular que é uma deformação da pele, causando um afundamento linear ou circular na pele.
A lipoatrofia também pode ser um efeito secundário do tratamento da diabetes e do HIV. No caso da diabetes, pode ser causada pela injecção de insulina sempre no mesmo local, provocando a perda de gordura nessa área. No caso do HIV, certos medicamentos antirretrovirais podem causar a lipoatrofia como efeito secundário.
Os tratamentos para a lipoatrofia podem incluir alterações na medicação, terapias de substituição de gordura ou, em alguns casos, cirurgia.
Hiperglicemia Hiperosmolar
A síndrome de hiperglicemia hiperosmolar (HHS) é uma complicação potencialmente letal do diabetes tipo 2. É uma condição médica caracterizada por um nível extremamente elevado de açúcar no sangue (hiperglicemia) e uma elevada concentração de partículas no sangue (hiperosmolaridade).
Isto ocorre quando o nível de açúcar no sangue sobe para valores tão elevados que o corpo tenta se livrar dele através da urina, levando a uma desidratação severa. Diferentemente da cetoacidose diabética - outra complicação grave do diabetes - a HHS não provoca um aumento significativo das cetonas no sangue, que são substâncias produzidas quando o corpo começa a quebrar as gorduras para energia.
Os principais sintomas da HHS incluem sede excessiva, aumento da frequência urinária, desidratação, confusão mental, fraqueza e, em casos graves, coma. Se não tratada, pode ser fatal.
A HHS geralmente ocorre em pessoas com diabetes tipo 2 que estão doentes ou têm uma infecção. É menos comum em pessoas com diabetes tipo 1. A prevenção e o controlo eficaz do diabetes são as principais estratégias para evitar a HHS.
Dumping
A síndrome de Dumping é uma condição que pode ocorrer em pessoas que fizeram cirurgia no estômago, como a cirurgia bariátrica ou gastrectomia, por exemplo. É caracterizada por uma série de sintomas que ocorrem depois de comer, especialmente depois de refeições ricas em açúcares.
A síndrome de Dumping ocorre quando o alimento passa muito rapidamente do estômago para o intestino delgado, o que pode levar a sintomas como náuseas, vómitos, diarreia, tonturas, suores frios, fraqueza e até desmaio. Este conjunto de sintomas pode aparecer imediatamente após as refeições (Dumping precoce) ou algumas horas depois (Dumping tardio).
O tratamento normalmente envolve mudanças na dieta, como comer refeições menores e mais frequentes, evitar alimentos açucarados e aumentar a ingestão de proteínas e fibras. Em alguns casos, pode ser necessária a utilização de medicamentos ou até mesmo uma nova intervenção cirúrgica.
Conn (Hiperaldosteronismo Primário)
A Síndrome de Conn, também conhecida como hiperaldosteronismo primário, é uma desordem endócrina que ocorre quando as glândulas adrenais produzem demasiada aldosterona, um hormónio que controla a quantidade de sódio e potássio no corpo. Este excesso de produção hormonal resulta em retenção de sódio e perda de potássio, o que pode causar hipertensão arterial (pressão alta), elevado teor de sódio no sangue e baixo teor de potássio no sangue.
A síndrome geralmente é causada por um adenoma (tumor benigno) numa das glândulas adrenais, embora também possa ser causada por um aumento anormal no tecido das glândulas adrenais (hiperplasia adrenal).
Os sintomas comuns incluem fadiga, fraqueza muscular, sede excessiva, necessidade frequente de urinar e dores de cabeça. Se não for tratada, a condição pode resultar em problemas cardíacos e renais graves. O tratamento geralmente envolve cirurgia para remover o tumor ou medicamentos para bloquear os efeitos da aldosterona.
Addison
A síndrome de Addison, também conhecida como insuficiência adrenal crónica, é uma doença rara que afeta as glândulas adrenais do corpo. Estas glândulas produzem dois hormonas essenciais, o cortisol e a aldosterona, que ajudam o organismo a responder ao stress, manter a pressão arterial, regular o metabolismo e manter uma boa imunidade.
Na síndrome de Addison, as glândulas adrenais não conseguem produzir estas hormonas em quantidades suficientes. Isto pode ser devido a um problema com as próprias glândulas (problema primário) ou com a glândula pituitária, que normalmente regula a produção de hormonas adrenais (problema secundário).
Os sintomas da síndrome de Addison podem incluir fadiga, perda de peso, náuseas, desejos por sal, tonturas e pele mais escura nas dobras do corpo.
A causa mais comum de síndrome de Addison é uma doença autoimune, onde o sistema imunitário do próprio corpo ataca estas glândulas. Também pode ser causada por infeções, tumores ou danos físicos nas glândulas.
O tratamento normalmente envolve a substituição dos hormonas que o corpo não está a produzir em quantidade suficiente. Isto normalmente envolve tomar medicação ao longo da vida. Com o tratamento adequado, as pessoas com síndrome de Addison podem viver uma vida normal e saudável. É uma condição que requer um acompanhamento médico contínuo para garantir que o tratamento está a funcionar corretamente.
Sheehan
A síndrome de Sheehan é uma condição rara que afeta mulheres que sangraram severamente durante ou após o parto. Este sangramento pode causar dano severo à hipófise, uma pequena glândula na base do cérebro que produz hormonas que controlam várias funções do corpo, incluindo a produção de leite materno, o metabolismo, a pressão arterial e a função sexual.
O dano causado pela perda severa de sangue durante ou após o parto pode resultar em necrose dos tecidos da hipófise, impedindo que esta glândula produza as hormonas necessárias. Os sintomas da síndrome de Sheehan podem variar dependendo das hormonas que estão em falta e podem incluir falta de leite materno, fadiga, perda de pelos corporais, pele seca, baixa pressão sanguínea, falta de menstruação e incapacidade de ter relações sexuais devido à secura vaginal.
Esta condição requer tratamento, que geralmente envolve a reposição vitalícia das hormonas em falta.
Hashimoto
A síndrome de Hashimoto, também conhecida como tireoidite de Hashimoto, é uma doença autoimune. Isso significa que o sistema imunitário ataca por engano as células saudáveis do organismo. No caso desta síndrome, a glândula tiroideia - que está localizada no pescoço e produz hormonas que ajudam a regular o metabolismo - é o alvo do sistema imunitário.
Esta doença faz com que a produção de hormonas pela tiroide diminua (hipotiroidismo), o que pode levar a sintomas como fadiga, aumento de peso, depressão, sensibilidade ao frio, dores musculares e articulares, pele seca e problemas de memória, entre outros.
O tratamento geralmente consiste em tomar medicação para substituir as hormonas que a tiroide deixou de produzir. Esta é uma doença crónica, o que significa que precisa de ser tratada ao longo da vida. No entanto, com o tratamento adequado, os sintomas podem ser mantidos sob controlo.
Acredita-se que a síndrome de Hashimoto seja mais comum em mulheres do que em homens e a probabilidade de a desenvolver aumenta se houver uma história familiar de doenças autoimunes. Além disso, pode estar relacionada com outros problemas de saúde, tais como anemia perniciosa, doença de Addison, artrite reumatoide e diabetes tipo 1, entre outros.
Turner
A síndrome de Turner é uma condição genética rara que afeta apenas mulheres e meninas. É causada pela presença parcial ou completa de um cromossoma X em falta. Normalmente, as mulheres têm dois cromossomas X, mas as pessoas com síndrome de Turner têm apenas um cromossoma X completo.
Os sintomas e sinais podem variar significativamente. Algumas pessoas podem apresentar características físicas evidentes, enquanto outras podem ter sinais muito subtis. As características comuns incluem estatura baixa, inchaço das mãos e dos pés, pescoço alado (uma linha adicional de pele), e ausência de desenvolvimento sexual durante a puberdade.
Além disso, a síndrome de Turner pode causar uma variedade de problemas de saúde, como doenças cardíacas, hipertensão, problemas de audição, diabetes e problemas de aprendizagem. A menstruação e a fertilidade também são geralmente afetadas; a maioria das mulheres com síndrome de Turner não pode engravidar sem assistência médica.
Embora não exista cura para a síndrome de Turner, existem tratamentos disponíveis que podem ajudar a aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida. Estes podem incluir terapias hormonais para induzir o crescimento e o desenvolvimento sexual, e assistência educacional para aqueles com dificuldades de aprendizagem.
Klinefelter
A síndrome de Klinefelter é uma condição genética que afecta apenas os homens, resultante de uma combinação extra do cromossoma X. Normalmente, os homens têm uma composição cromossómica XY, mas os homens com a síndrome de Klinefelter têm um cromossoma X extra, tornando a configuração XXY ou, em casos mais raros, XXXY, XXXXY ou até mesmo XY/XXY mosaico.
Os indivíduos com esta condição podem apresentar uma variedade de sintomas e características físicas, altamente variáveis em gravidade. Alguns podem ter problemas de aprendizagem, principalmente na linguagem. Fisicamente, podem ter crescimento dos seios, pouco pelo facial e corporal, problemas de coordenação, uma maior proporção entre o comprimento do tronco e das pernas, e a presença de genitais pequenos.
Além disso, os homens com a síndrome de Klinefelter geralmente são inférteis. Embora a doença seja bastante comum, ocorrendo aproximadamente 1 em cada 500 a 1.000 nascimentos de meninos, muitos nunca chegam a ser diagnosticados. O diagnóstico geralmente é feito por um teste genético, que pode ser realizado antes mesmo do nascimento.
Apesar de não haver cura para a síndrome de Klinefelter, existem tratamentos disponíveis para ajudar a controlar os seus sintomas. Estes podem incluir a terapia com hormonas de crescimento durante a infância, a terapia de substituição de testosterona na puberdade e tratamentos de fertilidade na idade adulta.
Síndrome Poliglandular Autoimune Tipo 1
A Síndrome Poliglandular Autoimune Tipo 1, também conhecida como Síndrome de APECED ou Síndrome de APS-1, é uma doença rara, de origem genética, caracterizada por disfunções em várias glândulas endócrinas do corpo. Esta doença deve-se a uma reação do sistema imunitário do próprio corpo que, por falha, ataca estas glândulas prejudicando o seu normal funcionamento.
Os indivíduos afetados podem sofrer de uma variedade de doenças autoimunes. As mais comuns incluem insuficiência adrenocortical (doença de Addison), hipoparatireoidismo (disfunção das glândulas paratireóides que controlam o cálcio no corpo) e candidíase mucocutânea crónica (infecções recorrentes por um tipo de fungo, geralmente na boca, unhas ou pele).
Outros problemas que podem ocorrer incluem a hipogonadismo (diminuição do funcionamento das gônadas), insuficiência pancreática exócrina (problemas com a digestão do alimento), hepatite autoimune, doença autoimune do tecido conjuntivo, e alopecia (perda de cabelo), entre outros.
Considera-se uma doença de difícil diagnosticar, devido à sua raridade e à diversidade de sintomas que pode apresentar. O seu diagnóstico é essencialmente baseado em critérios clínicos e em algumas análises de sangue específicas.
O tratamento baseia-se na reposição das hormonas que o corpo deixa de produzir e um controlo rigoroso das infeções. Infelizmente, a doença é crónica, ou seja, não tem cura, mas com um acompanhamento médico rigoroso, os pacientes conseguem ter uma qualidade de vida razoável.
Síndrome Poliglandular Autoimune Tipo 2
A Síndrome Poliglandular Autoimune Tipo 2 (APS-2), também conhecida como Síndrome de Schmidt, é uma doença rara e complexa caracterizada por disfunções de duas ou mais glândulas endócrinas (responsáveis pela produção de hormonas no corpo), devido a um mau funcionamento do sistema imunológico do próprio indivíduo, que passa a atacar as suas próprias células e tecidos como se fossem estranhos ao organismo.
De forma mais concreta, na APS-2 o sistema imunitário ataca a tiroide resultando em doença tiroideia autoimune (que pode apresentar-se como hipotiroidismo ou, menos frequentemente, hipertiroidismo), alvo as glândulas adrenais levando à insuficiência adrenal autoimune (doença de Addison), e pode ainda atingir outros órgãos ou sistemas, tais como o pâncreas (causando diabetes tipo 1), os ovários (levando à menopausa precoce), o intestino delgado (doença celíaca) ou a pele (vitiligo).
Os sintomas e a gravidade da APS-2 variam muito de pessoa para pessoa dependendo das glândulas afetadas e o nível da sua disfunção. O diagnóstico é feito com base nos sintomas clínicos e confirmação laboratorial, e o tratamento foca-se no alívio dos sintomas, gestão das doenças associadas e suporte às funções das glândulas afetadas.
Gitelman
A síndrome de Gitelman é uma doença genética rara, que afeta os rins e causa um desequilíbrio de minerais no organismo, incluindo o magnésio, o potássio, e o calcio. Isto deve-se a uma mutação genética que afecta a capacidade dos rins de reabsorver esses minerais do fluido renal antes de ser transformado em urina.
Os sintomas mais comuns da síndrome de Gitelman incluem fadiga, cãibras e dor muscular, uma vez que o potássio e o magnésio são essenciais para as funções musculares saudáveis. Os doentes podem também ter um volume de urina excessivo, sede em excesso e uma pressão arterial baixa. Além disso, os indivíduos afetados apresentam baixos níveis de potássio no sangue (hipocaliemia) e baixos níveis de magnésio no sangue (hipomagnesemia), além de apresentarem altos níveis de cálcio na urina (hipercalciúria), em contraste com a maioria das outras doenças dos túbulos renais, que apresentam baixo cálcio na urina.
O diagnóstico da síndrome de Gitelman é confirmado por análises de sangue e de urina para detectar os níveis anormais destes minerais, e um teste genético para identificar a mutação específica.
O tratamento para a síndrome de Gitelman, normalmente baseia-se em restituir os níveis de eletrólitos ao normal, o que pode envolver a toma de suplementos. No entanto, a doença é crónica e requer gestão ao longo da vida.
McCune-Albright
A síndrome de McCune-Albright é uma doença genética rara que afeta o crescimento e desenvolvimento dos ossos, pele e do sistema endócrino - uma rede de glândulas que produzem e libertam hormonas que ajudam a controlar muitas funções do corpo.
Esta doença é caracterizada por uma tríade de sintomas:
1. Manchas na pele de cor café com leite (hiperpigmentação), normalmente presentes desde o nascimento.
2. Anomalias ósseas, como displasia fibrosa, que causa deformação e enfraquecimento dos ossos.
3. Problemas endócrinos, como puberdade precoce, hipertireoidismo ou aumento das glândulas adrenais.
A gravidade desta desordem varia muito de indivíduo para indivíduo. O tratamento é geralmente sintomático e pode necessitar de cirurgias corretivas para problemas ósseos, terapia de reposição hormonal e outros tratamentos médicos.
A síndrome de McCune-Albright é causada por mutações no gene GNAS e é normalmente associada à mutação mosaico, o que significa que a mutação ocorre após a fertilização e apenas algumas células no corpo têm a mutação.
Prader-Willi
A síndrome de Prader-Willi é um distúrbio genético raro que resulta em diversas complicações físicas, mentais e comportamentais. Os bebés com esta síndrome têm geralmente dificuldade em alimentar-se, com baixo tonus muscular e problemas de desenvolvimento. Nos estágios posteriores, as crianças podem tornar-se compulsivas por comida, o que pode resultar em obesidade.
As características da síndrome de Prader-Willi também podem incluir atraso mental ou défice de aprendizagem, comportamentos problemáticos, características faciais únicas, baixa estatura, problemas de saúde relacionados com a obesidade e insuficiência sexual. Não existe cura para a síndrome de Prader-Willi, mas o tratamento precoce pode ajudar a gerir os sintomas.
Os indivíduos com a síndrome de Prader-Willi necessitam frequentemente de terapias de apoio, tais como terapia física, ocupacional, da fala, e comportamental, bem como o acompanhamento de uma equipa médica para gerir as várias complicações da doença.
MEN1 (Neoplasia Endócrina Múltipla Tipo 1)
A Síndrome MEN1, ou Neoplasia Endócrina Múltipla Tipo 1, é uma condição genética rara que aumenta o risco de uma pessoa desenvolver tumores em várias glândulas endócrinas do corpo, como as paratiróides, a glândula pituitária e o pâncreas. A maioria desses tumores é benigna (não cancerígena), mas alguns podem tornar-se malignos (cancerosos) ao longo do tempo.
As pessoas com MEN1 têm uma mutação (alteração) num gene que normalmente ajuda a controlar o crescimento das células. Esta mutação é herdada, o que significa que é passada dos pais para os filhos.
Os sintomas do MEN1 variam dependendo de quais glândulas são afetadas. Por exemplo:
- Se as paratiróides são afetadas, os sintomas podem incluir fraqueza, cansaço, depressão, dor nos ossos, perda de apetite ou constipação.
- Se a glândula pituitária é afectada, os sintomas podem incluir dores de cabeça, problemas de visão, perda de peso, depressão ou ansiedade.
- Se o pâncreas é afectado, os sintomas podem incluir úlceras, diarreia ou dor abdominal.
O tratamento para o MEN1 pode incluir cirurgia para remover os tumores, medicamentos para controlar os sintomas e acompanhamento regular com um médico para monitorizar a doença.
MEN2A (Neoplasia Endócrina Múltipla Tipo 2A)
A síndrome Neoplasia Endócrina Múltipla Tipo 2A (MEN2A) é uma condição genética rara caracterizada pela formação de tumores em várias glândulas endócrinas do corpo. Especificamente, os indivíduos afetados têm um alto risco de desenvolver tumores nas glândulas adrenais (feocromocitomas), na tiroide (carcinoma medular da tiroide) e nas paratiroide (hiperparatiroídismo).
A MEN2A é causada por mutações no gene RET. Este gene fornece instruções para a produção de uma proteína que está envolvida na transmissão de sinais que estimulam a proliferação e a sobrevivência das células. As mutações no gene RET levam à produção de uma proteína que é constantemente ativada, levando à proliferação celular descontrolada e à formação de tumores.
A MEN2A é uma doença autossómica dominante, o que significa que uma cópia do gene alterado em cada célula é suficiente para causar a doença. Na maioria dos casos, um indivíduo afetado tem um dos pais com a doença.
O diagnóstico é geralmente feito com base nos sintomas clínicos e confirmado através de testes genéticos. O tratamento varia dependendo dos órgãos afetados e pode incluir cirurgia para remover os tumores e medicamentos para gerir os sintomas.
MEN2B (Neoplasia Endócrina Múltipla Tipo 2B)
A Neoplasia Endócrina Múltipla Tipo 2B (MEN2B) é uma condição genética rara que aumenta o risco de desenvolvimento de certos tipos de tumores de crescimento rápido, conhecidos como neoplasias. Esta patologia é uma subcategoria da neoplasia endócrina múltipla, um grupo de condições que afectam as glândulas endócrinas do corpo, que produzem e libertam hormonas no sangue.
As pessoas com MEN2B têm maior probabilidade de desenvolver um tipo de cancro da tiroide chamado carcinoma medular da tiroide (CMT). Além disso, também há a presença comum de tumores nas glândulas supra-renais (também chamados de feocromocitomas) e vários tipos de tumores não cancerosos, incluindo neuromas mucosos na boca e nos lábios e tumores nos olhos e no trato digestivo.
O MEN2B é uma condição extremamente rara, com apenas cerca de 500 casos relatados na literatura médica. A maioria dos casos é causada por novas mutações no gene RET e ocorre em pessoas sem histórico dessa condição na família.
É, muitas vezes, detectado na infância ou adolescência devido à presença destes tumores e à sua rápida progressão. O tratamento consiste frequentemente na remoção cirúrgica dos tumores, acompanhada de medicação para controlar os sintomas e a progressão da doença.
Alport
A síndrome de Alport é uma doença genética rara que afeta a capacidade dos rins de filtrar o sangue. Foi nomeada após o médico britânico Arthur Cecil Alport, que a descreveu pela primeira vez na década de 1920.
Esta condição é causada por mutações nos genes que produzem uma proteína chamada colágeno tipo IV. Esta proteína desempenha um papel vital na manutenção da estrutura dos glomérulos, que são as minúsculas unidades de filtragem nos rins. Portanto, as mutações causam o enfraquecimento dos glomérulos, resultando em sangue e proteínas na urina, um sinal de que os rins não estão a funcionar corretamente.
Os sintomas da síndrome de Alport podem variar de pessoa para pessoa e podem incluir sangue na urina, perda auditiva e problemas oculares. Pode resultar também em doença renal crónica, levando à necessidade de diálise ou transplante de rim.
Este é um distúrbio hereditário e pode ser transmitido de pais para filhos. Não existe cura atualmente para a síndrome de Alport, mas o tratamento pode ajudar a controlar os sintomas e retardar a progressão da doença renal. O tratamento foca-se, geralmente, em controlar a pressão arterial alta, que pode acelerar o dano renal, e em corrigir os níveis de colesterol e outros lípidos.
Nelson
A síndrome de Nelson é uma condição rara que ocorre em pessoas com doença de Cushing que tiveram as glândulas adrenais removidas. Esta síndrome caracteriza-se pelo desenvolvimento de tumores na glândula pituitária que produzem a hormona adrenocorticotrópica (ACTH). Estes tumores podem causar sintomas como escurecimento da pele, dores de cabeça e problemas de visão. Tratamentos para a síndrome de Nelson podem incluir cirurgia, radioterapia e medicação para reduzir a produção de ACTH.
Laron
A síndrome de Laron, também conhecida como nanismo de Laron, é um distúrbio raro caracterizado por uma forma de nanismo de proporções normais. Em outras palavras, as pessoas afetadas têm estatura muito baixa, mas as proporções do corpo são normais.
Esta síndrome é causada por um defeito no gene do receptor do hormônio de crescimento, que está envolvido na resposta do corpo ao hormônio de crescimento. Este gene defeituoso leva a uma incapacidade do corpo de utilizar adequadamente o hormônio de crescimento, resultando num crescimento deficiente.
Os sintomas da síndrome de Laron incluem altura extremamente baixa, rosto infantil mesmo na idade adulta, obesidade, voz aguda e pele rugosa. Além disso, as pessoas afetadas geralmente têm cabelo e pele finos e secos, além de um atraso no desenvolvimento dos dentes.
Esta síndrome é muito rara, ocorrendo mais frequentemente em populações isoladas onde há maior probabilidade de casamentos entre parentes. O tratamento para esta condição geralmente envolve a administração de um medicamento chamado IGF-1, que pode ajudar a estimular o crescimento.
Verner-Morrison (secreção de VIP)
A síndrome de Verner-Morrison, também conhecida como síndrome de produção ectópica de VIP ou VIPoma, é uma condição médica rara caracterizada pela produção excessiva do hormônio peptídico intestinal vasoativo (VIP), normalmente devido a um tumor pancreático.
Este hormônio regula várias funções fisiológicas, como a secreção de água e eletrólitos no intestino, o relaxamento da musculatura lisa intestinal, a estimulação da secreção de pepsina e a inibição da absorção de água e sódio. Quando produzido em excesso, provoca alterações na função do sistema digestivo.
Os sintomas mais comuns desta síndrome incluem diarreia aquosa profusa (que pode resultar em desidratação), baixos níveis de potássio no sangue (hipocalemia), descamação da pele, rubor ou cor vermelha na face, cãibras musculares e perda de peso. Em alguns casos, pode também ocorrer acidez no estômago e úlceras.
O tratamento habitualmente inclui a ressecção do tumor responsável pela produção excessiva de VIP. Em alguns casos, podem ser utilizados medicamentos para aliviar os sintomas, como octreótido, um análogo de somatostatina que inibe a produção de VIP.
Carney
A síndrome de Carney é uma doença genética rara que se caracteriza pela presença de tumores benignos em vários órgãos do corpo. Estes tumores ocorrem mais frequentemente no coração, pele e glândulas adrenais, embora também possam afetar outros órgãos. Uma característica distintiva desta síndrome é a existência de manchas cutâneas pigmentadas na pele, geralmente de cor azul ou preta.
A síndrome de Carney também está associada a uma atividade anormal do sistema endócrino, que pode levar a várias condições de saúde, como a doença de Cushing ou gigantismo. Esta atividade anormal do sistema endócrino é geralmente causada por tumores nas glândulas adrenais.
Esta doença é causada por mutações genéticas e a sua transmissão é autossómica dominante, o que significa que apenas uma cópia do gene alterado é necessária para que a pessoa tenha a doença. No entanto, nem todas as pessoas com uma mutação genética para a síndrome de Carney desenvolvem sintomas da doença. Esta variabilidade é conhecida como penetrância incompleta.
Albright
A síndrome de Albright, também conhecida como pseudohipoparatireoidismo tipo 1A, é uma doença rara, de carácter genético, que provoca uma série de alterações físicas e de funcionamento do organismo. Aqueles que têm esta síndrome apresentam resistência a certas hormonas, como o paratormónio ou a hormona do crescimento, que desempenham funções essenciais para o corpo.
As pessoas com Síndrome de Albright podem apresentar características físicas específicas como baixa estatura, obesidade concentrada principalmente na região do tronco, com membros relativamente finos, e uma série de outras deformidades ósseas. Também é comum a presença de manchas na pele de cor mais clara.
Outros problemas de saúde associados à Síndrome de Albright incluem atraso no desenvolvimento e problemas de aprendizagem, hipocalcemia (baixo nível de cálcio no sangue), que pode provocar cãibras e convulsões e, em casos mais graves, problemas de coração e respiração.
O tratamento da Síndrome de Albright é sintomático e requer acompanhamento médico regular para administrar os diferentes problemas de saúde.
Por ser uma desordem genética, a maioria dos casos da Síndrome de Albright são herdados, mas também pode ocorrer mutações genéticas espontâneas. Quanto mais cedo for diagnosticada, melhores serão as hipóteses de se gerir os sintomas e evitar complicações futuras.
Laurence-Moon
A síndrome de Laurence-Moon, também conhecida como síndrome de Laurence-Moon-Bardet-Biedl, é uma doença genética rara que afeta várias partes do corpo. Caracteriza-se por uma variedade de sintomas e complicações, incluindo obesidade, retardo mental, retinite pigmentosa (uma doença ocular que causa perda progressiva da visão), polidactilia (presença de dedos extras nas mãos ou pés), hipogonadismo (produção reduzida de hormonas sexuais), e em alguns casos, doença renal.
Este distúrbio é causado por mutações genéticas e é herdado de uma forma autossómica recessiva, o que significa que um indivíduo deve herdar uma cópia anormal do gene em questão de ambos os pais para desenvolver a doença.
O tratamento para a síndrome de Laurence-Moon é principalmente de suporte e pode incluir terapia ocupacional, fisioterapia e aconselhamento genético. Como a síndrome pode afetar muitos sistemas diferentes no corpo, um paciente pode precisar de ver vários tipos diferentes de médicos, incluindo um endocrinologista, um oftalmologista, um nefrologista e um geneticista.
Hypoaldosteronism
Hipoaldosteronismo é uma condição médica caracterizada pela produção insuficiente de aldosterona, um hormônio produzido pelas glândulas suprarrenais que ajuda a controlar a quantidade de sódio e potássio no corpo. Esta condição pode levar a várias complicações, incluindo a desregulação do equilíbrio de fluidos e eletrólitos do corpo, o que pode eventualmente resultar em baixa pressão arterial, níveis elevados de potássio no sangue (hipercalemia) e níveis baixos de sódio no sangue (hiponatremia). Pode ser de origem primária ou secundária, dependendo de se a causa é um defeito no próprio córtex da suprarrenal ou se é causada por uma doença ou condição que afeta as glândulas suprarrenais. O tratamento geralmente envolve a substituição hormonal, juntamente com outras abordagens baseadas na causa subjacente do hipoaldosteronismo.
Androgen Insensitivity
A Síndrome de Insensibilidade aos Andrógenos (AIS) é uma condição genética rara e complexa que afeta o desenvolvimento sexual. As pessoas com esta condição nascem com os cromossomas sexuais XY, que são normalmente associados ao sexo masculino, mas os seus corpos são parcial ou totalmente incapazes de responder aos andrógenos, que são as hormonas sexuais masculinas, como a testosterona.
Isto significa que, enquanto o organismo se desenvolve no útero, ele não adota as características físicas tipicamente masculinas e, em vez disso, adota as características femininas. Como resultado, ao nascer, a maioria das pessoas com AIS tem aparência física feminina, embora tenham um par de cromossomas XY e testículos internos.
A condição pode variar em gravidade. Na forma completa de AIS, a pessoa tem aparência completamente feminina. Já na forma parcial de AIS, a pessoa pode ter características físicas que não são tipicamente masculinas nem tipicamente femininas.
AIS é uma condição hereditária que é transmitida de mãe para filho através de um gene defeituoso no cromossoma X.
É importante destacar que as pessoas com AIS geralmente se identificam e são criadas como mulheres, devido à sua aparência feminina à nascença. No entanto, elas não possuem útero e, portanto, não podem engravidar. Além disso, não têm períodos menstruais e podem ter menos pelos púbicos e axilares do que é típico. O diagnóstico geralmente ocorre na adolescência, quando a menstruação não começa.
Ovarian Hyperstimulation
A Síndrome de Hiperestimulação Ovariana (OHSS) é uma resposta excessiva dos ovários a medicamentos utilizados para estimular a produção de óvulos. Esta condição médica é geralmente associada a tratamentos de fertilidade, como a fertilização in vitro (FIV).
Os sintomas podem variar de leves a graves e podem incluir inchaço e desconforto abdominal, náuseas, vómitos, aumento rápido de peso e, em casos graves, dor abdominal intensa, diminuição da urina e dificuldade em respirar.
Na OHSS, os ovários aumentam de tamanho e podem formar grandes cistos cheios de líquido. Este líquido pode vazar para o abdómen, causando inchaço. Em casos graves, o líquido pode acumular-se noutras partes do corpo, como no tórax, podendo causar problemas de saúde mais sérios.
O tratamento depende da gravidade dos sintomas e pode incluir a suspensão do tratamento de fertilidade, hospitalização para monitorização e tratamento dos sintomas, ou mesmo intervenção cirúrgica em casos extremamente raros.
É importante referir que a Síndrome de Hiperestimulação Ovariana é largamente prevenível. Os médicos que supervisionam tratamentos de fertilidade estão habitualmente cientes do risco de OHSS e monitorizam cuidadosamente os pacientes para sinais de desenvolvimento desta síndrome. As doses de medicamentos podem ser ajustadas ou o tratamento pode ser interrompido se for detectado um risco de OHSS.