Transtorno de Dor Somatoforme
O Transtorno de Dor Somatoforme, também conhecido como Transtorno Somatoforme de Dor Persistente, é uma condição psiquiátrica caracterizada por dor crônica sem uma causa física evidente que possa explicá-la.
Nesta condição, os pacientes sentem dor intensa e persistente em várias partes do corpo, embora os exames médicos não revelem anormalidades físicas que justifiquem essas sensações dolorosas. A dor experimentada é real e pode ser debilitante, afetando significativamente a qualidade de vida da pessoa, mas o sofrimento tem uma origem psicológica em vez de física.
É importante notar que o Transtorno de Dor Somatoforme é um diagnóstico de exclusão. Isso significa que os médicos só o consideram depois de excluir todas as outras possíveis causas físicas para a dor.
Pessoas com este transtorno podem ter a sua vida diária altamente afectada pela dor que sentem. Eles podem também apresentar sintomas de ansiedade e depressão, o que pode piorar a percepção da dor.
O tratamento pode envolver terapia cognitivo-comportamental, medicação para controlar os sintomas da dor e outras estratégias de manejo do estresse e da dor.
Transtorno Factício
O Transtorno Factício, também conhecido como Síndrome de Munchausen, é um distúrbio psicológico onde os indivíduos fingem, simulam ou intencionalmente provocam sintomas de doenças ou lesões em si mesmos. Eles fazem isso sem nenhum ganho aparente, excepto talvez para conseguir atenção, compaixão ou cuidados dos outros. É considerado um distúrbio da saúde mental e requer tratamento psicológico especializado.
Pessoas com Transtorno Factício podem ir a extremos para parecerem doentes, incluindo infligir danos físicos a si próprios, como cortar ou queimar a própria pele, ou alterar testes médicos, como contaminar amostras de urina ou ingerir drogas prejudiciais.
Esses indivíduos costumam ter conhecimentos médicos e são capazes de descrever sintomas complexos e convincentes, tornando o diagnóstico desse transtorno bastante desafiante. No entanto, é considerado um comportamento altamente destrutivo e auto prejudicial, que pode ter consequências graves para a saúde física do indivíduo.
Transtorno de Ansiedade Social (Fobia Social)
O Transtorno de Ansiedade Social, também conhecido como Fobia Social, é uma condição psicológica caracterizada pelo medo excessivo e irracional de situações sociais. As pessoas que sofrem com esta síndrome, temem ser julgadas, humilhadas ou envergonhadas publicamente.
Esta ansiedade pode ser específica (por exemplo, medo de falar em público) ou mais generalizada, expandindo-se para qualquer situação social, como reuniões familiares, encontros com amigos ou mesmo tarefas diárias, como fazer compras ou ir ao trabalho.
Os sintomas físicos que podem acompanhar este transtorno incluem batimentos cardíacos acelerados, suores, tremores, náuseas, tonturas, falta de ar e até desmaios. Ressalta-se que este transtorno ultrapassa os limites normais da timidez, comprometendo significativamente a qualidade de vida e o funcionamento diário da pessoa.
Importante mencionar que este é um transtorno tratável, com recurso a terapia cognitivo-comportamental e, em alguns casos, medicação. O apoio e compreensão da família e dos amigos também é crucial para ajudar a pessoa a superar este problema.
Fobias Específicas
A síndrome de Fobias Específicas, ou simplesmente Fobias Específicas, é um tipo de perturbação de ansiedade caracterizado por um medo ou ansiedade intensa e irracional perante um objecto ou situação específica. A pessoa tem tanto receio que tenta a todo o custo evitar o objeto ou situação que lhe provoca o medo, sendo que este medo ou ansiedade é desproporcional ao perigo real apresentado.
Existem vários tipos de Fobias Específicas, que vão desde o medo de voar, o medo de animais, o medo de alturas, o medo de ver sangue ou de levar injecções, entre outros. Normalmente, a pessoa reconhece que o seu medo é excessivo ou irracional, mas mesmo assim não consegue controlá-lo.
Em termos de tratamento, é comum utilizar-se a terapia cognitivo-comportamental, uma vez que esta ajuda a pessoa a compreender e a alterar os padrões de pensamento que levam ao medo e à ansiedade. Em alguns casos, pode ser necessário o uso de medicamentos. O prognóstico geralmente é bom, especialmente se o tratamento for seguido de forma correcta.
Transtorno de Pânico com Agorafobia
O Transtorno do Pânico com Agorafobia é um tipo de transtorno de ansiedade em que uma pessoa tem ataques repetidos de pânico intenso e inesperado. Estes ataques de pânico são normalmente desencadeados por uma situação ou local específico e podem ser acompanhados por um medo intenso e irracional de situações ou locais em que a fuga possa ser difícil ou ajuda inacessível - isto é a agorafobia.
Em termos simples, é um transtorno no qual a pessoa tem ataques de pânico e teme lugares e situações que, na maioria dos casos, são completamente normais. Por exemplo, uma pessoa com agorafobia pode ter pânico de estar em lugares públicos, como centros comerciais ou transportes públicos. O medo da pessoa é tão intenso que pode ser suficiente para impedir a pessoa de sair de casa, em casos extremos.
No geral, os sintomas do transtorno do pânico com agorafobia podem incluir ataques de pânico intensos e recorrentes, medo de experienciar outros ataques de pânico, medo de lugares ou situações onde um ataque de pânico pode ocorrer e evitação desses locais ou situações. Estes ataques de pânico normalmente são caracterizados por sintomas físicos dramáticos, como palpitações cardíacas, suor excessivo, dificuldade em respirar, tonturas e sensações de desrealização ou depersonalização.
Este transtorno normalmente requer tratamento, que pode incluir terapia cognitivo-comportamental, medicamentos e, em alguns casos, terapias de autoajuda e de confronto gradual (exposição) às situações temidas.
Transtorno de Estresse Traumático Complexo
O Transtorno de Estresse Traumático Complexo, também conhecido como Transtorno de Stress Pós-Traumático Complexo, é uma forma de condição de saúde mental que pode ocorrer em resposta a eventos de vida traumáticos ou estressantes prolongados ou repetidos.
Este transtorno vai além do Transtorno de Stress Pós-Traumático (TEPT) padrão, pois é geralmente o resultado da exposição a traumas múltiplos ou a um evento traumático de longa duração.
Os sintomas podem incluir flashbacks do trauma, pesadelos, pensamentos e emoções intrusivas, evitar lembranças do trauma, mudanças de humor, dificuldade em criar relacionamentos próximos, sentir-se desconectado do seu próprio corpo (despersonalização), memória prejudicada ou mesmo alterações de personalidade.
O tratamento desta condição envolve terapias que visam ajudar a pessoa a processar e lidar com suas experiências traumáticas, aprender a regular suas emoções e desenvolver capacidades de enfrentamento. Em alguns casos, pode também envolver o uso de medicamentos.
Importa salientar que se trata de uma condição séria que necessita de acompanhamento profissional e apoio. Se suspeita que sofre desta condição, procure ajuda profissional.
Impostor
A Síndrome do Impostor é um fenómeno psicológico onde as pessoas duvidam das suas capacidades e têm um medo constante de serem expostas como uma "fraude". Mesmo quando são bem-sucedidas, essas pessoas podem sentir que não merecem o seu sucesso e têm dificuldade em internalizá-lo como resultado do seu próprio esforço ou habilidades.
Em vez disso, elas podem atribuir a sua posição a sorte, timing ou a capacidade de enganar os outros para que pensem que são mais inteligentes e competentes do que realmente são.
Esta síndrome pode levar a problemas de stress, ansiedade, baixa auto-confiança e, em alguns casos graves, depressão. A Síndrome do Impostor é frequentemente encontrada em pessoas perfeccionistas ou overachievers que estabelecem padrões muito altos para si mesmos e sentem uma grande pressão para ter um desempenho constante na sua melhor forma.
Burnout
A síndrome de Burnout, também conhecida como síndrome do esgotamento profissional, é um distúrbio psíquico caracterizado pelo estado de tensão emocional e stress crónicos provocados por condições de trabalho físicas, emocionais e psicológicas desgastantes.
Este transtorno está diretamente relacionado com o ambiente e condições de trabalho desfavoráveis e pressão no local de trabalho. Profissionais de saúde, professores, policias, bombeiros, funcionários de call center, entre outros, são algumas das profissões mais afetadas pelo Burnout.
Os principais sintomas da síndrome de Burnout incluem a exaustão física e mental, a sensação de fracasso e insegurança, o pessimismo, isolamento, comportamento agressivo e alterações no apetite e no sono. A longo prazo, a síndrome pode levar à depressão e outros problemas de saúde sérios.
O tratamento para a síndrome de Burnout geralmente inclui mudanças no estilo de vida, como manter uma alimentação saudável, exercitar-se regularmente e dormir o suficiente, bem como procurar apoio psicológico e, em alguns casos, medicação. A prevenção é o melhor recurso e deve passar pela gestão do stress e equilíbrio entre a vida pessoal e profissional.
Abstinência Alcoólica
A síndrome de abstinência alcoólica refere-se a um conjunto de sintomas que podem ocorrer quando um indivíduo que tem consumido álcool em excesso e por um longo período de tempo, deixa de beber de repente. Este é um problema de saúde sério que pode ocorrer dentro de algumas horas a alguns dias após a última bebida, dependendo da quantidade e frequência do consumo de álcool.
Os sintomas de abstinência podem variar de leves a graves e podem incluir tremores, ansiedade, náuseas, vómitos, insónia, suores, aceleração dos batimentos cardíacos, delírio ou até mesmo convulsões. Em casos extremos, a abstinência de álcool pode ser fatal.
Para além disso, o indivíduo pode sofrer de mudanças de humor, ficar agitado ou confuso, ter alucinações ou sofrem de delirium tremens (um estado de confusão mental grave), que são sintomas de abstinência alcoólica mais grave.
Por isso, é importante procurar ajuda médica ao tentar parar de beber, especialmente se foi um consumidor de álcool pesado. Os profissionais de saúde podem providenciar um ambiente seguro e controlado para a desintoxicação, bem como medicamentos para ajudar a controlar os sintomas. Tratamento e apoio contínuo são normalmente necessários para a recuperação a longo prazo do alcoolismo.
Transtorno de Apego Desinibido
O Transtorno de Apego Desinibido é uma condição psiquiátrica rara, muitas vezes observada em crianças que tiveram cuidados inconsistentes ou negligentes, tendo dificuldade em formar laços saudáveis e seguros com figuras parentais.
Crianças com este transtorno tendem a se aproximar de estranhos com uma familiaridade excessiva e desadequada. Pode parecer que elas são excessivamente amigáveis, sem qualquer cautela ou precaução. No entanto, essa "amigabilidade" é, de facto, um sintoma de um problema mais profundo. Essas crianças não aprenderam a distinguir entre estranhos e pessoas conhecidas e seguras, devido à negligência ou abuso que sofreram.
Este transtorno cria problemas em muitas áreas da vida da criança, pois pode ser difícil para elas formar relacionamentos saudáveis, estabelecer limites e confiar nos outros. O tratamento geralmente envolve terapias que ajudam a criança a desenvolver um senso de segurança, a melhorar suas habilidades sociais e de relacionamento, e a lidar com os traumas que possam ter sofrido.
Transtorno Afetivo Sazonal (TAS)
O Transtorno Afetivo Sazonal (TAS), também conhecido como depressão de inverno, é um tipo de depressão que surge em determinadas épocas do ano, geralmente no outono e inverno, quando os dias ficam mais curtos e escuros.
Este transtorno está relacionado com a diminuição da exposição à luz solar, que pode alterar o ritmo biológico do corpo (circadiano) e levar ao aparecimento de sintomas depressivos.
Os sintomas do TAS podem variar em gravidade e incluem sentimentos de tristeza, perda de interesse em atividades de que se gostava, alterações de apetite e sono, falta de energia, dificuldade de concentração, sentimento de inutilidade ou culpa, e em casos graves, pensamentos de morte ou suicídio.
Pessoas com TAS podem também sentir um desejo intenso por alimentos ricos em hidratos de carbono e podem ganhar peso durante os meses de inverno.
O tratamento para o TAS pode implicar terapia de luz (exposição a uma luz artificial muito intensa durante um certo período de tempo cada dia), psicoterapia, medicação antidepressiva e mudanças no estilo de vida, como tentar conseguir mais luz natural durante o dia e fazer exercício físico regular.
Transtorno de Alimentação Seletiva ou Restritiva (TASR)
O Transtorno de Alimentação Seletiva ou Restritiva (TASR), conhecido também como Arfide (Avoidant/Restrictive Food Intake Disorder), é uma condição caracterizada por uma grave perturbação na alimentação ou na ingestão de alimentos. Indivíduos com TASR podem demonstrar uma falta de interesse pela alimentação ou pela comida, evitar ou restringir a ingestão de certos tipos de alimentos baseando-se na sua textura, cheiro, cor, temperatura, entre outros aspectos sensoriais.
Esta condição, não está associada a preocupações com a imagem corporal ou ao medo de ganhar peso, como acontece na anorexia ou bulimia nervosa. O TASR pode resultar em perda de peso significativa, desnutrição, dependência de alimentação enteral ou suplementos orais, e pode interferir significativamente com o funcionamento social, ocupacional ou outras áreas importantes.
Este transtorno pode se desenvolver em qualquer idade, mas é mais comum em crianças e adolescentes. A intervenção precoce é essencial para evitar complicações de saúde a longo prazo e melhorar a qualidade de vida daqueles que sofrem deste transtorno.
Transtorno da Compulsão Alimentar Periódica (TCAP)
O Transtorno da Compulsão Alimentar Periódica (TCAP) é uma condição de saúde mental em que uma pessoa come grandes quantidades de comida de uma vez e sente-se incapaz de parar, mesmo quando já está cheia. Ao contrário de outros distúrbios alimentares, como a bulimia, as pessoas com TCAP não tentam compensar o excesso de comida através de vômitos forçados, uso excessivo de laxantes ou exercício físico extremo. Esta condição está associada a sentimentos de culpa, vergonha e angústia. Os episódios de compulsão podem ocorrer várias vezes por semana e muitas vezes são desencadeados por stress ou sentimentos negativos. O TCAP pode afetar a saúde física e mental de uma pessoa e necessita de tratamento especializado.
Bulimia Nervosa
A Bulimia Nervosa é uma perturbação alimentar séria e potencialmente fatal. As pessoas com bulimia nervosa consomem frequentemente grandes quantidades de alimentos (um episódio de "compulsão alimentar") e depois tentam compensar isso forçando o vómito, tomando laxantes ou fazendo exercício excessivo (comportamento de "purga") para evitar ganhar peso.
Este ciclo de compulsão alimentar e purga provoca uma série de problemas físicos e emocionais. Pode afectar a saúde digestiva, o equilíbrio dos eletrólitos do corpo, os dentes (devido à exposição regular ao ácido do estômago no vómito) e a saúde mental.
As pessoas com bulimia nervosa muitas vezes têm uma auto-imagem distorcida, avaliando-se fortemente em função do seu peso e forma. Podem sentir nojo ou vergonha dos seus comportamentos alimentares, mas sentem-se incapazes de controlá-los.
O tratamento da bulimia nervosa normalmente envolve terapias psicológicas, como a terapia cognitivo-comportamental (TCC), que ajuda as pessoas a entender e mudar os padrões de pensamento e comportamento que causam o problema. Em alguns casos, também podem ser prescritos medicamentos.
Transtorno de Ruminação
O Transtorno de Ruminação é uma condição rara e pouco compreendida, caracterizada pela regurgitação repetida e intencional de alimentos do estômago para a boca, seguida de remastigação e reingestão desses alimentos ou sua expulsão. Este fenómeno deverá ocorrer num período de pelo menos um mês para poder ser considerado uma condição clínica.
Este transtorno pode-se manifestar tanto em crianças como em adultos, e às vezes é mal interpretado como um transtorno alimentar ou uma condição gastrointestinal. Em muitos casos, pode levar à desnutrição e ao baixo peso, devido ao hábito repetitivo de expelir alimentos que foram anteriormente ingeridos.
Não se sabe exatamente o que causa o transtorno de ruminação, mas acredita-se que fatores psicológicos e ambientais possam desempenhar um papel importante. O tratamento para esta condição geralmente envolve terapia comportamental para mudar os comportamentos alimentares.
Transtorno de Ansiedade de Separação
O Transtorno de Ansiedade de Separação é um estado psicológico, especialmente comum em crianças e jovens, que se traduz em um medo excessivo e inapropriado à idade de separar-se de pessoas às quais a pessoa está ligada emocionalmente. Geralmente, esse medo é associado à possibilidade de algo negativo e irreversível acontecer a um ser querido ou a si próprio durante a separação.
Este transtorno pode manifestar-se de várias maneiras, como por exemplo, pesadelos sobre separação, preocupações excessivas sobre desastres naturais ou infortúnios que podem levar à separação, recusa em ir à escola ou a outros locais devido ao medo de se separar dos pais ou seres queridos, ou até dores físicas (dores de cabeça, dores de estômago) quando a separação é antecipada ou ocorre.
O tratamento, geralmente envolve terapia cognitivo-comportamental e, em alguns casos, medicação. É importante notar que um diagnóstico profissional é necessário para identificar e tratar adequadamente o Transtorno de Ansiedade de Separação.
Transtorno Opositor-Desafiador (TOD)
O Transtorno Opositor-Desafiador (TOD) é um tipo de transtorno comportamental que se caracteriza por padrões de comportamento desobediente, hostil e desafiador, principalmente perante figuras de autoridade.
Os indivíduos com este transtorno podem apresentar irritabilidade frequente, discussões constantes com adultos, recusa em obedecer regras ou diretrizes, comportamento de vingança, entre outros sintomas. Normalmente este transtorno é diagnosticado na infância ou adolescência.
A causa exata do TOD é desconhecida, mas acredita-se que envolva uma combinação de fatores genéticos, biológicos e ambientais. Se não for gerido de maneira adequada, o TOD pode levar a problemas mais graves de comportamento, dificuldades na escola ou no trabalho e conflitos nos relacionamentos interpessoais.
É importante destacar que o TOD é um transtorno mental sério que requer apoio especializado. Acontece frequentemente em conjunto com outras condições, como o Transtorno do Défice de Atenção e Hiperatividade (TDAH), transtornos de humor e transtornos de ansiedade. A combinação dessas condições pode tornar o diagnóstico e o tratamento mais complexos, sendo necessário o suporte de profissionais especializados, como psicólogos e psiquiatras.
Transtorno de Conduta
O Transtorno de Conduta é uma condição de saúde mental diagnosticada em crianças e adolescentes que apresentam padrões de comportamento desafiadores, agressivos e destrutivos, que são muito mais graves e perturbadores do que os erros ou problemas típicos de comportamento da infância ou adolescência.
As pessoas com transtorno de conduta costumam ter grande dificuldade em seguir as regras, comportar-se de maneira socialmente aceitável e respeitar os direitos dos outros. Seus comportamentos podem incluir mentiras frequentes, roubo, fugas de casa, destruição de propriedade, comportamento violento e agressivo, uso de armas, crueldade com pessoas ou animais, atividades sexuais precoces ou forçadas, e violação sistemática das regras em casa ou na escola.
O Transtorno de Conduta pode ter múltiplas causas, incluindo fatores biológicos, como danos cerebrais ou problemas de saúde mental hereditários, bem como fatores ambientais, como abuso infantil, negligência ou exposição à violência.
O tratamento tende a ser complexo e multifatorial, envolvendo terapia individual e familiar, aconselhamento de grupo, treino de habilidades sociais e, em alguns casos, medicação. É importante começar o tratamento o mais cedo possível para evitar complicações na vida adulta, como outras doenças mentais, problemas de relacionamento, problemas legais e dificuldades de emprego.
Transtorno de Hiperatividade e Déficit de Atenção Sem Hiperatividade
O Transtorno de Hiperatividade e Déficit de Atenção Sem Hiperatividade (THDA-SH) é uma variante do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). Este é um transtorno neurobiológico, de origens genéticas, que aparece na infância e geralmente acompanha o indivíduo por toda a sua vida. É caracterizado por sintomas de desatenção, inquietude e impulsividade, no entanto, no caso do THDA-SH, os sintomas de hiperatividade estão ausentes ou são menos proeminentes.
Assim como o TDAH, o THDA-SH pode afetar o desempenho escolar, o trabalho, as relações interpessoais e diversos outros aspectos da vida da pessoa que sofre com este transtorno. É importante notar que a ausência de hiperatividade não significa que este transtorno seja menos grave. Na verdade, muitas vezes pode ser mais difícil diagnosticar o THDA-SH, justamente porque a falta de hiperatividade pode levar a um reconhecimento tardio dos problemas de atenção.
Os sintomas dessa forma de TDAH incluem facilidade para se distrair, esquecimento, fazendo erros por descuido em tarefas escolares ou de trabalho, tendência a perder pertences, dificuldade em organizar tarefas e atividades, relutância em se envolver em tarefas que requerem esforço mental prolongado, entre outros.
O tratamento normalmente envolve uma combinação de medicamentos, terapias de comportamento e mudanças de estilo de vida.
Transtorno de Desenvolvimento da Coordenação
O Transtorno do Desenvolvimento da Coordenação (TDC), também conhecido como dispraxia, é uma condição que afeta as habilidades de coordenação motora de uma pessoa. É um problema a nível neurológico que causa dificuldades na planificação, organização e execução de movimentos.
As crianças com TDC podem ter dificuldades em aprender tarefas novas ou automatizar movimentos, além de terem dificuldades com a coordenação motora fina e grossa. Por exemplo, podem ter problemas ao correr, saltar, pegar em objetos ou realizar tarefas que envolvam movimentos precisos, como escrever ou abotoar uma camisa.
Este transtorno pode também ter implicações na linguagem, nas habilidades sociais e no rendimento escolar, pois a dificuldade de coordenação pode resultar em dificuldades para participar em atividades físicas e jogos, o que pode afetar a sua autoestima e suas interações sociais.
O TDC é diagnosticado através de uma avaliação realizada por um especialista que observará as habilidades motoras da criança e comparará com a expectativa de desenvolvimento para a sua idade. Não há cura para o TDC, mas a terapia ocupacional e fisioterapia podem ajudar as crianças a desenvolver as suas habilidades motoras.
Transtorno de Tique Motor ou Vocal Crônico
O Transtorno de Tique Motor ou Vocal Crónico é uma condição neuropsiquiátrica caracterizada por movimentos ou vocalizações repetidas e repentinas, chamados "tiques", que são difíceis de controlar. Os tiques podem ser classificados como motores (movimentos corporais) ou vocais (sons).
Os tiques motores podem incluir o piscar de olhos, o contorcer do nariz, a rotação da cabeça, entre outros. Os tiques vocais podem incluir pigarreio, resmungos, ou a repetição de palavras ou frases.
Esta síndrome é uma forma mais leve dos chamados Transtornos de Tiques, que incluem condições como a Síndrome de Tourette. No Transtorno de Tique Motor ou Vocal Crónico, os indivíduos apresentam tiques por mais de um ano, mas não apresentam tanto tiques motores quanto vocais combinados.
Os sintomas geralmente aparecem antes dos 18 anos e são mais comuns em indivíduos do sexo masculino. No entanto, as causas exatas do transtorno ainda não são conhecidas. Acredita-se que pode haver uma componente genética, ou que o transtorno possa ser resultado de alterações na química cerebral.
O diagnóstico é geralmente feito através da observação dos sintomas e da história clínica do indivíduo. Embora não exista cura definitiva para o Transtorno de Tique Motor ou Vocal Crónico, existem tratamentos disponíveis que podem ajudar a reduzir a gravidade e a frequência dos tiques. Esses incluem terapia comportamental, medicamentos, e em casos mais graves, cirurgia de estimulação cerebral profunda.
Mutismo Seletivo
O Síndrome de Mutismo Seletivo (SM) é uma condição psicológica complexa, na qual uma pessoa que é normalmente capaz de falar, encontra-se incapaz de falar em determinadas situações sociais, apesar de poder falar de forma apropriada quando se sente confortável. Esta condição é normalmente observada em crianças, onde elas tendem a não falar em ambiente escolar, mas falam normalmente em casa ou em situações onde se sentem descontraídas e seguras.
Deve-se notar que o SM não é um caso de crianças simplesmente optando por não falar, mas é uma condição profundamente enraizada que é geralmente associada a uma ansiedade social extrema. Esta condição pode resultar em sérios obstáculos em termos de desempenho escolar e interação social se não for tratada com a devida atenção.
Fatores como genéticos, temperamento e outros fatores ambientais podem contribuir para a condição. As crianças que têm SM muitas vezes também têm outras ansiedades ou fobias. Os tratamentos podem incluir terapia comportamental, medicação e/ou uma combinação de ambos.
Transtorno do Humor Disruptivo, Desregulação Grave do Humor
O Transtorno do Humor Disruptivo, Desregulação Grave do Humor (TDD) é um transtorno psiquiátrico da infância. Caracteriza-se por períodos de humor extremamente irritável ou raivoso a maior parte do tempo e manifestações frequentes e severas de raiva com arrebatamentos desproporcionados em relação à situação estimulante.
O TDD foi incluído como novo diagnóstico no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), sendo descrito como uma síndrome que compreende comportamento severamente perturbado e disfuncional que interfere na capacidade da criança de funcionar na família, na escola e nos ambientes sociais, e que não pode ser atribuída a outro diagnóstico psiquiátrico.
As crianças com TDD são geralmente diagnosticadas antes dos 10 anos de idade (um diagnóstico não pode ser feito pela primeira vez depois dos 18 anos). Esta condição afeta tanto meninos quanto meninas.
Não existe um tratamento específico para o TDD, mas normalmente inclui terapias comportamentais e farmacológicas. A terapia cognitivo-comportamental tem sido sugerida como uma alternativa para ajudar as crianças a aprenderem a gerir e a expressar as suas emoções de uma forma adequada e a responder de forma mais adaptativa ao stress. Em alguns casos, podem ser prescritos medicamentos para controlar os sintomas mais graves.
Capgras
A Síndrome de Capgras é uma desordem psiquiátrica rara na qual uma pessoa acredita que um familiar próximo, amigo, cônjuge ou mesmo ele próprio foi substituído por um impostor idêntico. Esta condição é também conhecida como "ilusão de sósias" e pode ocorrer preferencialmente em pessoas com esquizofrenia, mas também em pessoas com lesões cerebrais ou demência. É uma perturbação da percepção do reconhecimento facial, na qual o paciente é capaz de identificar a pessoa, mas não tem a sensação de familiaridade emocional que normalmente acompanha essa percepção. Como resultado, o paciente acredita que o indivíduo perfeitamente idêntico não é de facto a pessoa que parece ser. A Síndrome de Capgras foi nomeada assim em homenagem a Jean Marie Joseph Capgras, um psiquiatra francês que a descreveu pela primeira vez.
Cotard
A síndrome de Cotard, também conhecida como delírio de negação, é um transtorno mental raro em que as pessoas afetadas acreditam estar mortas, não existir, estar em decomposição ou ter perdido órgãos vitais. Esta condição leva a pessoa a ter uma desordem macabra da perceção sobre sua própria existência.
A condição toma o nome do neurologista francês Jules Cotard, que primeiro descreveu esta condição no final do século XIX. Os doentes de Cotard podem também apresentar sintomas de outros transtornos psicológicos, como a depressão e a psicose e em casos extremos a pessoa pode até morrer de fome por acreditar que não precisa de alimentar o seu corpo.
A síndrome de Cotard é geralmente tratada com medicação psiquiátrica e/ou psicoterapia, em particular terapia cognitivo-comportamental. No entanto, dada a raridade da condição, não há uma abordagem padrão de tratamento.
É importante que qualquer indivíduo que apresente os sintomas desta doença consulte um profissional de saúde mental, pois os efeitos podem ser debilitantes e até mesmo perigosos.
Fregoli
A Síndrome de Fregoli é uma desordem rara em que a pessoa afetada acredita que pessoas diferentes são, na realidade, a mesma pessoa que está mudando de disfarce. É uma forma de ilusão delirante, onde o indivíduo imagina que a mesma pessoa está a assumir diferentes formas ou personagens. Acredita-se que este distúrbio tenha raízes neurológicas, possivelmente associadas a lesões nas áreas do cérebro responsáveis pela percepção facial e pela memória associativa. O nome da síndrome vem do ator italiano Leopoldo Fregoli, famoso por sua habilidade de mudar rapidamente de aparência durante as suas performances.
Estocolmo
A Síndrome de Estocolmo é um termo utilizado na psicologia que descreve um fenómeno peculiar onde vítimas de rapto, ou pessoas submetidas a situações onde a sua liberdade é limitada (como reféns), desenvolvem uma relação de simpatia ou até mesmo afecto em relação aos seus raptores. Isto pode ocorrer não só em casos de raptos, mas também em ambientes domésticos abusivos ou relações abusivas de qualquer tipo.
O termo foi cunhado após um assalto a um banco em Estocolmo, na Suécia, em 1973, quando quatro reféns foram feitos durante seis dias. Durante e após o seu cativeiro, os reféns defendiam os seus raptadores e recusaram-se a testemunhar contra eles em tribunal, demonstrando assim uma ligação emocional com os criminosos que os haviam mantido em cativeiro.
Não se sabe ao certo por que algumas pessoas desenvolvem a Síndrome de Estocolmo. Uma teoria sugere que é um mecanismo de sobrevivência - a vítima vê a criação de um vínculo com o seu captor como uma maneira de evitar danos ou morte.
Vale a pena notar que a Síndrome de Estocolmo é um conceito controverso entre psicólogos e psiquiatras, e não é reconhecida como um distúrbio no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais.
Lima
A síndrome de Lima é um termo usado para descrever uma situação psicológica rara em que os sequestradores desenvolvem simpatia para com os seus reféns. Esta síndrome foi nomeada após um incidente em 1996 em Lima, Peru, onde os membros de uma organização rebelde sequestraram centenas de pessoas numa festa na residência do embaixador japonês. Eventualmente, libertaram a maioria dos reféns por iniciativa própria, aparentemente depois de sentir simpatia e compaixão por eles.
É o oposto da síndrome de Estocolmo, onde são os reféns que começam a sentir compaixão e uma certa ligação para com os seus sequestradores.
Deve-se notar que ambos os fenómenos são bastante raros e surgem de circunstâncias extremamente stressantes e excepcionais.
Diógenes
A síndrome de Diógenes é um transtorno comportamental que leva a um total desprezo pela higiene pessoal e pelo ambiente doméstico, resultando em acumulação excessiva e compulsiva de lixo e outros objetos sem qualquer valor.
Nomeado após o filósofo grego antigo, Diógenes de Sinope, que deu ênfase ao desapego material, esta condição está mais comumente associada a pessoas idosas que vivem sozinhas.
As vítimas muitas vezes se isolam da sociedade e família e resistem a qualquer tipo de ajuda. Além da negligência acentuada com a higiene pessoal, também podem ser observados outros comportamentos, como a recusa em descartar objetos, mesmo que não tenham nenhum valor.
A síndrome de Diógenes não é uma doença mental oficialmente reconhecida, sendo mais um termo utilizado para descrever uma série de comportamentos anormais. O tratamento geralmente envolve uma combinação de terapia, limpeza do ambiente de vida e, às vezes, medicação.
Koro
A síndrome de Koro, também conhecida como transtorno de genitália retráctil, é uma condição psicológica onde a pessoa acredita que os seus genitais estão a encolher ou a recuar para o corpo, chegando até a temer que possam desaparecer por completo. Este medo pode ser o suficiente para causar ansiedade significativa e stress para o indivíduo. Esta condição é a mais comum nos países da Ásia, embora casos tenham sido relatados em todo o mundo.
Este transtorno está geralmente relacionado com fatores culturais e psicossociais. É importante notar que esse encolhimento ou desaparecimento físico dos genitais não acontece realmente e são, muitas vezes, infundados ou baseados em percepções erradas do próprio corpo.
No tratamento deste transtorno é comum a utilização de terapia cognitivo-comportamental para ajudar o indivíduo a entender e mudar a sua percepção sobre a sua condição. Em alguns casos, também podem ser utilizados medicamentos para controlar a ansiedade ou outros sintomas psicológicos que possam estar associados.
É importante que qualquer pessoa que acredita estar sofrendo desta condição procurar ajuda médica o mais rapidamente possível para garantir que receba o tratamento e o apoio adequados.
Ganser
A síndrome de Ganser é um distúrbio mental raro, também conhecido como síndrome das respostas erradas. Foi identificado pela primeira vez em 1897 por Sigbert Ganser. Normalmente, está associada a um elevado nível de stress e é mais comum em homens do que em mulheres.
Os indivíduos com síndrome de Ganser apresentam sintomas que podem incluir dar respostas aproximadas a perguntas simples (por exemplo, responder "3" quando lhe perguntam quanto é 2+2), ter alucinações, desenvolver uma fala ou comportamento desorganizado, e poderá surgir a perda temporária de memória ou de consciência da sua própria identidade.
Apesar de ser um distúrbio bastante raro, a síndrome de Ganser é frequentemente associada à presença de outros problemas de saúde mental, como depressão, transtornos de personalidade ou ansiedade. O tratamento abrange a orientação psicoterapêutica e, em alguns casos, a medicação pode ser prescrita para aliviar os sintomas.
Stendhal
A Síndrome de Stendhal é uma condição psicossomática rara que causa batimentos cardíacos rápidos, tonturas, desmaios, confusão e até alucinações quando um indivíduo é exposto a uma sobrecarga de obras de arte, particularmente em museus ou galerias de arte. Os indivíduos com esta condição tendem a ser extremamente afetados pela beleza das obras de arte.
A síndrome foi nomeada após o famoso escritor francês do século XIX, Stendhal (pseudónimo de Marie-Henri Beyle), que descreveu em detalhe os seus sentimentos ao visitar a Basílica de Santa Croce, em Florença, na Itália, em 1817. Ele relatou experiências intensas de tonturas, batimentos cardíacos acelerados e uma sensação de estar a flutuar e até a desmaiar com a beleza intensa e a majestosidade do local.
No entanto, a Síndrome de Stendhal não é reconhecida oficialmente como uma condição na maioria dos manuais de diagnóstico psiquiátrico. Em vez disso, é mais frequentemente visto como uma forma extrema de experiência estética.
Pibloktoq
O síndrome Pibloktoq, também conhecido como histeria do Ártico, é uma condição psicogénica e dissociativa observada predominantemente entre os povos inuítes (esquimós) nas regiões do Ártico. Este síndrome caracteriza-se por episódios de comportamento histérico, gritos, movimentos descontrolados e incoerentes, fuga desordenada e, por vezes, autolesões. Após um episódio, o indivíduo geralmente retorna à normalidade, muitas vezes sem memória do ocorrido. Acredita-se que esta condição esteja relacionada com o estresse extremo causado pelo difícil modo de vida no Ártico. No entanto, o Pibloktoq tem sido objeto de debate na comunidade científica devido ao seu carácter culturalmente específico.
Paris
A síndrome de Paris é um tipo de distúrbio psicológico geralmente experimentado por turistas que ficam profundamente desiludidos quando visitam Paris, pois a cidade não corresponde às suas expectativas idealizadas. As manifestações desta síndrome podem variar desde sentimentos de frustração até sintomas mais graves como tonturas, suores, palpitações e alucinações. É mais comum entre turistas japoneses, devido ao choque significativo entre a cultura japonesa e a cultura francesa, porém também pode ocorrer com visitantes de outras nacionalidades. O termo foi cunhado por Hiroaki Ota, um psiquiatra japonês que trabalhava em Paris.
Jerusalém
A síndrome de Jerusalém é um fenómeno psicológico caracterizado pela manifestação de pensamentos obsessivos, delírios ou outras experiências psicóticas que são desencadeadas ou exacerbadas pela visita à cidade de Jerusalém. Não é limitada a uma única religião ou denominação e é também conhecida por afectar os turistas judaicos, cristãos e muçulmanos.
A síndrome geralmente só afecta pessoas que já têm algum tipo de transtorno mental desencadeado pelo stress de viajar, ou que têm uma história de doença mental. As pessoas afetadas pela síndrome têm delírios, alucinações, pensamentos confusos ou outros sintomas similares, geralmente com um tema religioso ou espiritual. Eles podem sentir uma conexão intensa com os locais históricos ou sagrados em Jerusalém, ou acreditar que têm uma missão religiosa ou profética a cumprir na cidade.
Embora seja raro, o fenómeno foi relatado o suficiente para ser reconhecido como uma síndrome médica distinta. Normalmente, as pessoas afectadas recuperam após deixar Jerusalém e retornar ao seu ambiente familiar. Apesar disso, a síndrome de Jerusalém pode ser muito perturbadora para o indivíduo afetado e pode requerer intervenção médica ou psiquiátrica.
Othello (Delírio de Ciúmes)
A Síndrome de Othello, também conhecida como Delírio de Ciúmes, é uma condição psicológica na qual a pessoa acredita, de forma infundada e obsessiva, que o seu parceiro está a ser infiel. Esta patologia recebeu o seu nome a partir da obra "Othello" de Shakespeare, na qual o protagonista mata a sua esposa por acreditar incorrectamente que ela o estava a trair.
As pessoas com Síndrome de Othello estão constantemente a questionar e a duvidar do comportamento dos seus parceiros, muitas vezes interpretando mal interações inocentes como prova de infidelidade. Além disso, eles podem começar a agir de maneira controladora ou abusiva em relação ao parceiro, seguindo-os, espionando-os ou exigindo provas constantes da sua fidelidade.
Há muitos fatores que podem desencadear a Síndrome de Othello, incluindo experiências traumáticas anteriores, esquizofrenia, depressão, alcoolismo e outras condições de saúde mental. O tratamento para esta condição geralmente envolve terapia cognitivo-comportamental e, em alguns casos, medicamentos para tratar os sintomas de ansiedade ou depressão subjacentes.
É importante notar que a Síndrome de Othello é uma condição séria que requer ajuda médica profissional. Se você ou alguém que conhece está a experimentar sintomas como estes, deve procurar aconselhamento de um profissional de saúde mental.
Ekbom (Delírio de Parasitose)
A Síndrome de Ekbom, também conhecida como Delírio de Parasitose, é uma condição psicológica rara onde a pessoa acredita erroneamente que está infestada com parasitas, insectos ou bactérias. A pessoa com este delírio insiste na existência dos parasitas, mesmo quando repetidas evidências médicas e científicas indicam o contrário.
Na maioria dos casos, os indivíduos sentem sensações de picadas, prurido ou formigamento na pele, alimentando ainda mais a convicção de uma infestação. Eles podem passar longas horas a examinar a pele, a procurar sinais destes supostos parasitas e a tentar removê-los. Isso pode resultar em autoagressão, como coçar excessivamente numa tentativa de eliminar os parasitas imaginários.
O delírio de parasitose pode ser secundário a outras condições médicas ou psiquiátricas, como esquizofrenia, demência ou depressão. É um desafio diagnóstico para os médicos e normalmente requer a colaboração entre diferentes especialistas (como dermatologistas e psiquiatras) para um adequado tratamento.
Este normalmente inclui medicamentos antipsicóticos e terapia cognitivo-comportamental para ajudar a lidar com as crenças delirantes e a ansiedade associada.
Transtorno de Escoriação (Dermatilomania)
O Transtorno de Escoriação, também conhecido como Dermatilomania, é uma condição de saúde mental que se caracteriza pelo comportamento compulsivo de arranhar, beliscar ou espremer a própria pele, mesmo quando isso leva a lesões e cicatrizes. É considerado um transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) relacionado.
As pessoas com esta condição podem arranhar a pele até ao ponto de causar feridas ou cicatrizes e não conseguem parar de fazer isso, mesmo quando estão conscientes do dano que estão a provocar. A Dermatilomania pode afetar qualquer parte do corpo, embora seja mais comum no rosto, mãos, braços e pernas. Pode causar problemas significativos na vida diária, como vergonha, desconforto social e emocional e problemas de auto-estima.
Embora a causa exata ainda não seja conhecida, acredita-se que a Dermatilomania pode estar relacionada a experiências de vida, como stress ou trauma, a desequilíbrios químicos no cérebro, ou a condições genéticas. O tratamento muitas vezes inclui a terapia cognitivo-comportamental, medicamentos ou, em alguns casos, uma combinação de ambos. É importante procurar ajuda de profissionais de saúde mental caso se suspeite que se tem Dermatilomania.
Transtorno de Personalidade Paranoica
Transtorno de Personalidade Paranoica é um tipo de distúrbio de personalidade caracterizado por um padrão de desconfiança extrema e suspeita em relação a outros indivíduos. As pessoas com esta condição acreditam facilmente que os outros estão a explorá-las, a prejudicá-las ou a enganá-las, mesmo quando não há provas ou provocações suficientes.
Os indivíduos com Transtorno de Personalidade Paranoica são geralmente inflexíveis, críticos com os outros e são incapazes de colaborar. Ficam facilmente zangados e guardam rancores. Esta condição de personalidade pode dificultar a manutenção e construção de relacionamentos seguros e saudáveis, tanto pessoais quanto profissionais.
Esta condição está tipicamente presentes desde a idade adulta inicial e pode ser diagnosticada com base em uma avaliação psicológica aprofundada. O tratamento geralmente envolve terapia cognitivo-comportamental, que ajuda a indivíduo a desafiar pensamentos paranoicos e desenvolver habilidades de resolução de problemas. No entanto, muitas vezes é difícil para essas pessoas procurar ajuda porque tendem a desconfiar dos médicos e terapeutas.
Transtorno Delirante
Transtorno delirante, também conhecido como síndrome delirante, é um tipo de doença mental em que a pessoa não consegue distinguir entre o real e o imaginário. Este transtorno é caracterizado por pelo menos um mês de delírios, mas nenhum outro sintoma psicótico.
Delírios são crenças falsas, mas firmemente mantidas, comumente baseadas em interpretações incorretas da percepção ou experiência. Com frequência, essas crenças envolvem situações incomuns ou bizarras que não são plausíveis ou derivadas da experiência normal da vida.
Os indivíduos com transtorno delirante podem funcionar bem na vida diária e suas aparições podem não levantar suspeitas. O comportamento não é obviamente estranho ou bizarro. No entanto, estas pessoas podem parecer anormalidade somente quando discutem as suas crenças delirantes.