Klippel-Feil
A Síndrome de Klippel-Feil é um distúrbio raro caracterizado pela fusão congénita das vértebras na área do pescoço e muitas vezes causa a redução do movimento do pescoço e da cabeça. Estas fusões podem ocorrer em quaisquer duas (ou mais) das sete vértebras cervicais. Os indivíduos afetados também podem ter uma cabeça curta e larga (braquicefalia) e um pescoço baixo e largo.
Os sintomas e características físicas associadas podem variar bastante em alcance e severidade de uma pessoa para outra. Algumas pessoas com a síndrome podem ter apenas duas vértebras fundidas e pouca ou nenhuma restrição de movimento; outras podem ter várias vértebras fundidas e vários outros sinais e sintomas, incluindo surdez, problemas cardiacos, anomalias renais, malformações esqueléticas, entre outros.
A Síndrome de Klippel-Feil é geralmente evidente na infância ou início da adolescência. Porém, se as anomalias vertebrais estão pouco desenvolvidas e causam poucos sintomas, a condição pode não ser diagnosticada até a idade adulta, durante os exames para outra condição.
O tratamento da Síndrome de Klippel-Feil é sintomático e de suporte e inclui fisioterapia e uso de terapias analgésicas para ajudar a aliviar a dor associada à restrição de movimento. Em casos mais graves, são necessárias cirurgias.
Pfeiffer
A síndrome de Pfeiffer é uma desordem genética rara, caracterizada por uma fusão prematura dos ossos do crânio (craniossinostose), o que resulta em alterações na forma da cabeça e na face. Essa condição também pode afetar os pés, as mãos e os dedos. A síndrome de Pfeiffer divide-se em três tipos: tipo 1, tipo 2 e tipo 3, sendo cada tipo caracterizado por uma gravidade diferente.
Os sintomas mais apresentados são: cavidade ocular anormalmente estreita e rasa, deformação do nariz, dedos largos e com a primeira falange pequena, bem como pés largos, pescoço curto e as orelhas com pouco desenvolvimento. Outros sintomas mais graves, como dificuldade em respirar ou alimentar-se, podem aparecer, dependendo do tipo de síndrome de Pfeiffer que o indivíduo apresenta.
A síndrome de Pfeiffer é causada por mutações nos genes FGFR1 ou FGFR2 e é geralmente herdada numa maneira autossómica dominante, o que significa que uma cópia do gene alterado em cada célula é suficiente para causar a desordem.
O tratamento inclui cirurgias para corrigir as alterações do crânio, face, mãos e pés. Também podem ser necessários tratamentos adicionais, como atividades de fonoaudiologia, fisioterapia e acompanhamento psicológico para ajudar no desenvolvimento da criança.
Sotos
A síndrome de Sotos, também conhecida como gigantismo cerebral, é uma condição genética rara que é caracterizada por crescimento físico rápido nos primeiros anos de vida. As crianças com síndrome de Sotos frequentemente têm um tamanho corporal maior do que a média, uma cabeça grande, um rosto longo e traços faciais distintos.
Além dos aspectos físicos, a síndrome de Sotos também pode envolver atrasos no desenvolvimento, como atrasos no desenvolvimento motor (sentar, permanecer em pé, andar) e atrasos na fala e na linguagem. Alguns indivíduos com a condição também podem ter problemas de comportamento, tais como hiperatividade, agressividade, dificuldade de concentração e desordens do espectro do autismo.
Em termos de causas, a síndrome de Sotos é geralmente causada por mutações no gene NSD1. A maioria dos casos ocorre como resultado de uma nova mutação, o que significa que normalmente não é herdada de pais para filhos.
Esta é uma condição de difícil diagnóstico e o tratamento é geralmente focado em gerir os sintomas específicos. Como tal, dependendo dos sintomas, um médico pode recomendar fisioterapia, terapia da fala ou terapia ocupacional, bem como apoio educacional.
Opitz G/BBB
A Síndrome de Opitz G/BBB é uma doença genética rara que afeta o desenvolvimento de várias partes do corpo. As características comuns desta síndrome incluem deformidades faciais (como fendas palatinas ou labioleporino), defeitos cardíacos, problemas respiratórios, atrasos no desenvolvimento e, por vezes, distúrbios do processamento visual.
O nome da síndrome é derivado das suas características mais distintivas: (G) refere-se a hipertelorismo ocular (olhos amplamente espaçados) e (BBB) refere-se a atresia do pólo posterior da uretra, que é uma obstrução no tubo que transporta a urina da bexiga para fora do corpo (uretra).
A Síndrome de Opitz G/BBB é causada por mutações nos genes MID1 ou MID2 e é transmitida de forma dominante ligada ao cromossomo X. Isto significa que o gene associado à condição está localizado no cromossomo X, um dos dois cromossomos sexuais. Em homens (que têm apenas um cromossomo X), uma cópia alterada do gene em cada célula é suficiente para causar a condição. Nas mulheres (que têm dois cromossomos X), uma mutação teria que ocorrer em ambos os cromossomos para causar a síndrome. No entanto, as mulheres podem ser portadoras da condição, o que significa que podem passar a mutação genética aos filhos.
Greig Cephalopolysyndactyly
A síndrome de Greig Cephalopolysyndactyly é uma condição genética rara que afeta o desenvolvimento das extremidades e do crânio. O nome da condição vem de que as pessoas afetadas geralmente têm um tamanho de cabeça (crânio) ligeiramente maior que a média (cefalomegalia) e uma combinação de anormalidades das mãos e pés (polisindactilia).
Estas alterações nas mãos e pés podem variar entre pessoas diferentes com a síndrome. Algumas podem ter dedos extras (polidactilia) ou unidos (sindactilia), enquanto outras podem ter anormalidades menos notáveis, como um polegar alargado.
A síndrome de Greig Cephalopolysyndactyly é causada por mutações no gene GLI3. Este gene fornece instruções para criar uma proteína que controla o crescimento e desenvolvimento de muitas partes do corpo. Quando há uma mutação no gene GLI3, causa um desenvolvimento anormal.
A síndrome de Greig Cephalopolysyndactyly é autossômica dominante, o que significa que uma cópia do gene alterado em cada célula é suficiente para causar o transtorno. Em alguns casos, um indivíduo afetado herda a mutação de um dos pais. Em outras situações, a condição ocorre como resultado de uma mutação nova no gene e ocorre em pessoas sem história da doença na sua família.
Nager
A síndrome de Nager é uma condição rara e genética caracterizada principalmente por malformações faciais e membros superiores. As pessoas com esta síndrome proporcionam frequentemente deformidades craniofaciais, o que pode afetar a mandíbula, orelhas, pálpebras e nariz. As malformações nos membros superiores podem variar amplamente entre os indivíduos, desde a ausência de polegar até o braço curto com um número reduzido de dedos.
Outras características da síndrome de Nager podem incluir problemas auditivos, devido ao subdesenvolvimento ou malformações do ouvido médio; fenda palatina ou palato alto e arqueado; e em alguns casos, dificuldades em comer ou respirar.
O diagnóstico geralmente é feito com base em uma avaliação clínica que inclui um histórico detalhado do paciente e um exame físico. Até ao momento, não existe uma cura para a síndrome de Nager. O tratamento é sintomático e de suporte, que pode incluir cirurgia para corrigir as deformidades e terapias de reabilitação (por exemplo, fisioterapia, terapia ocupacional, terapia da fala).
Zellweger
A síndrome de Zellweger é uma doença genética e metabólica rara que afeta várias partes do corpo e é caracterizada por uma deficiência nas funções dos peroxissomas - componentes das células que desempenham um papel crucial ao quebrar ácidos gordos e outras substâncias.
Esta doença é hereditária e ocorre devido a mutações nos genes PEX, responsáveis pela formação e função adequada dos peroxissomas. A falta de peroxissomas eficientes leva ao acúmulo de substâncias nocivas no organismo, causando danos a vários sistemas do corpo.
A síndrome de Zellweger provoca uma ampla gama de sintomas. As crianças nascidas com a doença normalmente apresentam perturbações no tonus muscular, convulsões, problemas de audição e de visão, disfunções no fígado e nos rins e atrasos no desenvolvimento. O crânio, o rosto e os olhos também podem ter malformações.
Infelizmente, não existe cura para esta síndrome e o tratamento visa aliviar e gerir os sintomas. A maioria das crianças com síndrome de Zellweger não sobrevive além do primeiro ano de vida.
Morquio
A síndrome de Morquio, também conhecida como mucopolissacaridose tipo IV (MPS IV), é uma doença metabólica hereditária rara e grave. Esta doença pertence a um grupo de doenças chamadas mucopolissacaridoses, que são causadas pela falta ou insuficiência de enzimas específicas necessárias para quebrar moléculas chamadas glicosoaminoglicanos.
A síndrome de Morquio é caracterizada por problemas esqueléticos graves, que podem incluir deformidade da coluna, tórax em forma de sino, braços e pernas curtas e articulações largas e flexíveis. Além disso, as pessoas com síndrome de Morquio podem apresentar habilidades motoras finas prejudicadas, perda de audição, problemas de visão, problemas cardíacos e dificuldades respiratórias. Infelizmente, a síndrome de Morquio pode ser uma doença progressiva, o que significa que os sintomas podem piorar com o tempo.
O tratamento para a síndrome de Morquio depende da gravidade e dos tipos de sintomas presentes, mas geralmente envolve uma equipe de especialistas para gerenciar os vários aspectos da doença. O objetivo do tratamento é ajudar a aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida.
Fabry
A Síndrome de Fabry, também conhecida como doença de Fabry, é uma desordem genética rara que é herdada de uma maneira que é chamada de "dominante ligada ao X". Isso significa que a doença pode ser transmitida por uma mãe portadora para seus filhos de ambos os sexos, mas geralmente afeta os homens de maneira mais severa.
Esta doença é caracterizada pela deficiência ou ausência de uma enzima chamada alfa-galactosidase A. Esta enzima é responsável por quebrar uma substância gordurosa no organismo conhecida como globotriaosilceramida. Sem alfa-galactosidase A suficiente, esta substância acumula-se em várias partes do corpo, incluindo os rins, coração, nervos e pele, causando uma variedade de sintomas.
Os sintomas da Síndrome de Fabry podem variar de leves a graves e podem incluir dor nos pés e mãos, manchas vermelho-azuladas na pele, incapacidade para suar, problemas oculares como turvação da córnea e cataratas, problemas cardíacos, derrames e problemas renais.
A Síndrome de Fabry é uma doença crónica e progressiva, o que significa que os sintomas podem piorar com o tempo. No entanto, o tratamento pode ajudar a gerir os sintomas e melhorar a qualidade de vida. O principal método de tratamento é uma terapia de reposição enzimática, que substitui a enzima que está em falta.
Gaucher
A síndrome de Gaucher é uma doença genética rara, caracterizada pela deficiência ou ausência de uma enzima que é responsável pela decomposição de um determinado tipo de gordura. Esta acumulação de gordura acabará por afectar o funcionamento de certos órgãos, como o fígado e o baço, podendo causar anemia e problemas ósseos, por exemplo. É uma doença que pode surgir em qualquer idade e tem variados graus de severidade.
Existem três tipos de síndrome de Gaucher, correspondendo a diferentes formas e progressões da doença. O tipo 1 é o mais comum e geralmente apresenta sintomas menos graves. O tipo 2 é geralmente diagnosticado em bebés e pode levar a graves problemas de saúde e mortalidade precoce. O tipo 3 é similar ao tipo 2, mas os sintomas surgem mais tarde e a progressão é mais lenta.
O tratamento para a síndrome de Gaucher geralmente envolve a reposição da enzima em falta através de terapia de reposição enzimática, a fim de ajudar a controlar os sintomas e diminuir a progressão da doença. Esta é uma doença crónica que requer tratamento contínuo e cuidados médicos regulares.
Hunter
A síndrome de Hunter, também conhecida como mucopolissacaridose tipo II (MPS II), é uma doença genética rara e muito grave, que afeta principalmente meninos. Ela é caracterizada por deficiências na enzima iduronato-2-sulfatase, que causa o acúmulo de moléculas chamadas glicosaminoglicanos em várias partes do corpo, resultando numa série de sintomas progressivos.
Os sintomas variam muito entre os indivíduos afetados, e incluem atraso no desenvolvimento, dificuldades de aprendizagem, grotescas características faciais, surdez, problemas cardíacos, do cone e da medula espinhal, e uma expectativa de vida reduzida.
A síndrome de Hunter é hereditária, o que significa que é passada de pais para filhos através dos seus genes. No caso específico da síndrome de Hunter, a doença é transmitida como um traço recessivo ligado ao X, o que tem implicações significativas no sexo do indivíduo afetado. Em particular, os homens são mais prováveis de ser afetados pela doença, uma vez que apenas têm um cromossoma X, enquanto as mulheres têm que herdar uma cópia defectiva do gene das duas partes para serem afectadas.
Até agora, o tratamento para a síndrome de Hunter é principalmente sintomático, o que significa que se concentra no alívio dos sintomas e na melhoria da qualidade de vida. No entanto, a terapia de substituição enzimática, que visa substituir a enzima em falta, mostrou-se promissora em ensaios clínicos.
Hurler
A síndrome de Hurler é uma doença genética rara e grave, relacionada com os erros inatos do metabolismo. Esta síndrome é considerada uma mucopolissacaridose, o que indica que o corpo de uma pessoa afetada não consegue degradar adequadamente certos tipos de açúcares complexos, levando ao seu acúmulo nas células do corpo e causando vários problemas.
As pessoas com síndrome de Hurler herdam uma cópia deficiente de um gene específico dos dois pais. Este gene defeituoso significa que eles não possuem uma enzima necessária para quebrar os mucopolissacarídeos. A falta desta enzima resulta acumulo dessas substâncias nas células do corpo, levando a complicações como atraso no desenvolvimento, dificuldades respiratórias, deformidades ósseas, problemas visuais, entre outros.
Os sintomas da síndrome de Hurler normalmente começam a aparecer entre os 3 e 8 anos de idade. Esta é uma doença progressiva e, até à data, não tem cura. No entanto, existem tratamentos disponíveis que podem ajudar a controlar alguns dos sintomas, como fisioterapia e terapia de reposição enzimática, e que geralmente permitem uma melhoria na qualidade de vida destes doentes.
Tay-Sachs
A síndrome de Tay-Sachs é uma doença genética rara e fatal que afeta principalmente o sistema nervoso, levando ao seu progressivo comprometimento.
Ela é hereditária, ou seja, passa dos pais para os filhos, e é mais comum em certas populações, como a judaica Ashkenazi, franco-canadianos e cajuns da Luisiana. Também se pode manifestar em pessoas sem antecedentes familiares conhecidos da doença.
A síndrome de Tay-Sachs é causada por uma mutação num gene que impede que o corpo produza uma enzima importante para o metabolismo, chamada hexosaminidase A (hexA). Esta enzima ajuda a decompor um componente específico das células nervosas no cérebro.
Sem a hexA, este componente acumula-se nas células nervosas e causa a sua destruição.
Esta doença é normalmente detectada em bebés entre 3 e 6 meses de idade. Os sintomas incluem atraso no desenvolvimento, paralisia, cegueira e demência.
Infelizmente, a síndrome de Tay-Sachs é uma doença incurável até ao momento, e a maioria dos indivíduos afectados não sobrevive além da infância precoce. Os tratamentos existentes actualmente apenas ajudam a gerir os sintomas.
Pendred
A síndrome de Pendred é uma desordem genética que afeta o ouvido interno e a glândula tiróide. É uma das principais causas de surdez hereditária e é associada a uma alteração no desenvolvimento de estruturas no ouvido interno responsáveis pela audição e equilíbrio.
Esta condição é geralmente caracterizada por perda auditiva profunda bilateral sensorioneural desde o nascimento ou a primeira infância, um aumento no tamanho da tiróide (bócio) na adolescência ou na idade adulta, e vezes o desenvolvimento de vertigens ou outros problemas de equilíbrio.
Os indivíduos com síndrome de Pendred podem ter um distúrbio de equilíbrio caracterizado por movimentos oculares anormais (nystagmus), tonturas e problemas de coordenação (ataxia). Algumas pessoas com esta condição também têm alterações leves nas características faciais, incluindo uma face alongada, olhos afastados, uma mandíbula pequena e baixa e um céu da boca alto e estreito (palato alto arqueado).
Esta condição é herdada numa forma autossómica recessiva, o que significa que ambas as cópias do gene numa célula devem ter mutações para que a desordem se desenvolva.
Alagille
A Síndrome de Alagille é uma doença genética rara que afeta vários órgãos do corpo, mas é mais comummente associada a problemas sérios no fígado. A doença é caracterizada por um número reduzido de canais biliares no fígado, que pode conduzir a danos e cicatrizes no fígado, prejudicando a sua capacidade de funcionar corretamente.
Os sintomas da Síndrome de Alagille podem variar bastante de pessoa para pessoa. No entanto, alguns sintomas comuns da doença incluem icterícia (uma coloração amarelada da pele e olhos), coceira na pele, manchas de pigmento na pele e anormalidades faciais distintas, como uma testa proeminente, olhos profundos, nariz afilado e queixo pontiagudo.
Além disso, a Síndrome de Alagille também pode causar problemas em outras partes do corpo, incluindo o coração, rins, vasos sanguíneos e sistema esquelético.
O tratamento para a Síndrome de Alagille depende dos sintomas específicos de cada pessoa. Em alguns casos, pode ser necessário um transplante de fígado para tratar danos graves no fígado. Além disso, as pessoas com a síndrome podem precisar de medicação para ajudar a gerir a coceira na pele, suplementos nutricionais para ajudar a mitigar problemas nutricionais e cuidados regulares com especialistas para ajudar a controlar outros problemas de saúde associados à doença.
Holt-Oram
A síndrome de Holt-Oram, também conhecida como síndrome do coração-mão, é uma doença genética que afeta os ossos dos braços e as estruturas do coração. É uma condição rara que é herdada de forma autossómica dominante, o que significa que apenas uma cópia do gene alterado é necessária para a doença se manifestar.
As pessoas com esta síndrome apresentam problemas de desenvolvimento em pelo menos um osso do braço, podendo as anormalidades variar de ligeiras a graves. Frequentemente, o osso do polegar é malformado ou até mesmo ausente. Também podem surgir problemas nos ossos do antebraço, o que pode afetar a capacidade da pessoa de realizar certas funções motoras.
Além disso, esta condição é caracterizada por defeitos cardíacos, que também podem variar de ligeiros a graves. Alguns dos problemas cardíacos mais comuns incluem defeitos do septo, que é a parede que separa os lados esquerdo e direito do coração, e uma variedade de problemas nos tecidos que conduzem os sinais elétricos que controlam o ritmo cardíaco.
A maioria das pessoas com síndrome de Holt-Oram tem uma vida normal e saudável, mas o tratamento depende da gravidade das deformidades ósseas e dos defeitos cardíacos. Este pode incluir cirurgia para corrigir defeitos ósseos e tratamentos para gerir problemas cardíacos, como medicamentos ou, em alguns casos, cirurgia cardíaca. A fisioterapia também pode ser útil para melhorar a função do braço e da mão.
Ellis-van Creveld
A Síndrome de Ellis-van Creveld é uma doença genética rara que afeta principalmente o desenvolvimento dos ossos, coração e outras estruturas corporais.
Esta condição é caracterizada por um tamanho corporal menor que o normal, braços curtos e pernas (também denominado de nanismo disproportional), e defeitos cardíacos que estão presentes desde o nascimento.
Outras características podem incluir a presença de dedos extras (polidactilia), anomalias dentárias, tais como a presença de dentes pequenos (microdontia) ou dentes extras (hiperdontia), cabelo fino e escasso, unhas anormalmente formadas, e uma pele com tendência a ser fina e frágil.
A Síndrome de Ellis-van Creveld é causada por mutações em determinados genes e é herdada de uma maneira autossómica recessiva, o que significa que ambos os pais de uma pessoa afetada com a doença são portadores do gene mutado.
Marshall
A síndrome de Marshall, também conhecida como síndrome PFAPA (Periódicas Febre, Faringite Estomatite, Adenite), é uma doença rara que provoca surtos recorrentes de febre alta, geralmente em crianças.
Os surtos de febre geralmente começam repentinamente e duram três a seis dias. Outros sintomas podem incluir dores de garganta, boca ou abdómen e adenite (inflamação dos gânglios linfáticos). O intervalo entre os surtos de febre pode variar, mas geralmente é cerca de três a oito semanas.
A causa da síndrome de Marshall é desconhecida e não parece ser hereditária, embora algumas famílias possam ter mais do que um membro afetado. Geralmente, os sintomas começam em crianças com menos de cinco anos de idade, mas podem ocorrer em qualquer idade.
Esta síndrome pode ser bastante perturbadora para a criança e a família, mas não é considerada potencialmente fatal nem acarreta problemas de saúde a longo prazo. O tratamento é geralmente focado no alívio dos sintomas durante os episódios de febre. A maioria das crianças parece superar a síndrome até a adolescência.
Peutz-Jeghers
A síndrome de Peutz-Jeghers é uma doença genética rara que se caracteriza pela formação de pólipos não cancerígenos em várias partes do tubo digestivo e a presença de manchas escuras na pele, especialmente à volta da boca, olhos e nariz.
Esta condição aumenta o risco de desenvolvimento de certos tipos de câncer, especialmente cânceres do trato digestivo, mama e órgãos reprodutivos. O síndrome de Peutz-Jeghers é uma doença hereditária, o que significa que pode ser passada de pais para filhos.
O tratamento pode incluir a remoção cirúrgica dos pólipos para prevenir o seu crescimento e o risco de se tornarem cancerígenos. Além disso, os indivíduos com esta condição devem fazer exames regulares para monitorizar a presença de pólipos ou outros problemas relacionados.
Townes-Brocks
A síndrome de Townes-Brocks é uma doença genética que geralmente é observada logo após o nascimento. Trata-se de uma patologia rara e a sua frequência é desconhecida.
As pessoas com síndrome de Townes-Brocks têm três características principais: anormalidades na orelha (inclusive a garantia de uma estrutura anormal chamada preauricular fistulous, que é uma pequena passagem ou buraco na pele ao lado da orelha externa), imperfuração anal (uma anormalidade no desenvolvimento do ânus) e defeitos nas mãos, como a presença de um polegar em alargamento ou extra (polidactilia).
No entanto, a sua expressão é muito variável e os sintomas podem variar consideravelmente em gravidade e tipo, mesmo dentro da mesma família.
Outros sinais e sintomas podem incluir doença renal, anormalidades cardíacas, dificuldades de aprendizagem e retardo mental.
A síndrome de Townes-Brocks é uma doença hereditária que é transmitida de pais para filhos de maneira autossômica dominante. Isso significa que o gene defeituoso responsável pela doença está localizado em um dos primeiros 22 pares de cromossomos não sexuais e que uma pessoa só precisa de uma cópia do gene defeituoso para desenvolver a doença. No entanto, em cerca de metade dos casos, não há histórico familiar da doença, sugerindo uma nova mutação.
O diagnóstico da síndrome de Townes-Brocks é baseado em uma avaliação clínica que identifica as três características principais. A confirmação do diagnóstico pode ser feita por um teste genético.
Não existe cura para a síndrome de Townes-Brocks. O tratamento é sintomático e de suporte.
Langer-Giedion
A síndrome de Langer-Giedion, também conhecida como tricorinofalangeal com múltiplas exostoses, é uma doença genética rara caracterizada por deformidades ósseas, atraso de desenvolvimento, deficiência intelectual e características faciais distintas.
As pessoas com esta síndrome têm um porte baixo, cabelo fino e esparso, e um nariz bulboso com narinas grandes. Também têm dedos anormalmente curtos e longos (uma condição chamada brachydactylia) e podem ter múltiplas exostoses (proliferações ósseas anormais).
A síndrome de Langer-Giedion é causada por uma deleção (ausência) de material genético em uma região específica do cromossoma 8. Esta deleção inclui pelo menos dois genes e é normalmente herdada num padrão autossômico dominante, o que significa que uma cópia do cromossomo 8 alterado em cada célula geralmente é suficiente para causar a síndrome. No entanto, na maioria dos casos, a condição ocorre em pessoas sem histórico da doença na sua família e é o resultado de uma nova mutação genética.
Não existe cura para a síndrome de Langer-Giedion. O tratamento é sintomático e de suporte, e pode incluir fisioterapia, psicoterapia, assistência educacional especial e, quando necessário, cirurgia para as exostoses.
Rothmund-Thomson
A síndrome de Rothmund-Thomson é uma doença genética rara que está geralmente presente desde o nascimento ou desde a primeira infância. Esta síndrome é caracterizada por um atraso no crescimento, alterações na pele, particularmente em áreas expostas ao sol, uma tendência para desenvolver cataratas numa idade precoce, alterações esqueléticas, e um risco acrescido de desenvolver certos tipos de cancro, particularmente o osteossarcoma (um tipo de cancro ósseo) e tumores das células da pele.
Outros sinais e sintomas deste síndrome podem incluir anormalidades no cabelo, dentes, unhas, e níveis anormalmente baixos de certas células sanguíneas (anemia). As pessoas com síndrome de Rothmund-Thomson também podem ter anormalidades nos ossos das mãos e dos pés, bem como outros esqueletos anormais.
A síndrome de Rothmund-Thomson é causada por mutações no gene RECQL4, embora em alguns casos a causa específica seja desconhecida. É herdada numa forma autossómica recessiva, o que significa que ambas as cópias do gene em cada célula devem ter mutações para que a doença se manifeste.
Não existe cura para a síndrome de Rothmund-Thomson. O tratamento é sintomático e de suporte, e pode incluir fisioterapia e terapia ocupacional para ajudar a controlar as alterações esqueléticas e limitações funcionais.
O acompanhamento médico regular é essencial para o monitoramento do desenvolvimento de tumores malignos e outras complicações. O prognóstico para indivíduos com síndrome de Rothmund-Thomson pode variar dependendo do grau de sintomas presentes e do desenvolvimento de complicações como câncer.
Hyper IgM
A síndrome Hyper IgM é uma doença imunológica rara, caracterizada por uma incapacidade do sistema imunológico em produzir anticorpos eficazes. As pessoas com esta condição têm níveis elevados de um tipo de anticorpo conhecido como imunoglobulina M (IgM), mas não conseguem produzir adequadamente outros tipos de anticorpos.
Os indivíduos com síndrome Hyper IgM são mais suscetíveis às infeções porque não têm os anticorpos necessários para combater eficazmente os micróbios invasores. Estas infeções podem ser muito graves ou mesmo fatais. Algumas pessoas com síndrome Hyper IgM também têm problemas com outros sistemas do corpo.
Esta síndrome é causada por alterações genéticas (mutações) e é transmitida de forma autossómica recessiva ou ligada ao cromossoma X. A forma autossómica recessiva da doença é mais rara e manifesta-se igualmente em homens e mulheres. A forma ligada ao cromossoma X, que é a forma mais comum da doença, afeta principalmente os homens, pois a mutação ocorre no cromossoma X que é herdado da mãe.
Bloom
A síndrome de Bloom é uma doença genética rara caracterizada por um aumento do risco de cancro e outras alterações potencialmente prejudiciais ao longo da vida. Foi descoberta pelo dermatologista americano David Bloom em 1954.
Esta doença é causada por uma mutação num gene presente no cromossoma 15, chamado BLM, que produz uma proteína essencial para a manutenção da estrutura e integridade do DNA.
Os indivíduos com síndrome de Bloom tendem a ser menores que a média, apresentam uma erupção cutânea característica à exposição solar, e podem ter problemas de infertilidade. A pele apresenta características de foto-sensibilidade, com aparecimento de vermelhidão, muitas vezes acompanhada de vesículas e pústulas após exposição ao sol.
Além disso, têm um risco aumentado para desenvolver vários tipos de cancro, especialmente leucemia e cancros do sistema digestivo. Também é comum haver um enfraquecimento do sistema imunitário, o que os torna mais propensos a infeções.
Não há cura para a síndrome de Bloom e o tratamento é geralmente suportivo, muitas vezes envolvendo aconselhamento genético. No entanto, o prognóstico depende em grande parte do tipo e localização do cancro que se desenvolve.
Werner
A Síndrome de Werner é uma desordem genética rara caracterizada pelo envelhecimento precoce. As pessoas que sofrem deste síndrome começam a mostrar sinais de envelhecimento já na adolescência ou no início da idade adulta. As características incluem cinza e perda de cabelo, rugas, catarata, gordura corporal escassa, osteoporose, diabetes tipo 2 e doenças cardíacas.
Além disso, pessoas com Síndrome de Werner podem ter um risco aumentado de desenvolver certos tipos de câncer, principalmente tumores de osso, pele e tecidos moles.
A Síndrome de Werner é causada por mutações no gene WRN, que cria a proteína RecQ helicase. Esta proteína está envolvida na manutenção da estabilidade do DNA. Quando o gene WRN é mutado, a proteína não funciona corretamente, o que leva à instabilidade do DNA e, consequentemente, ao envelhecimento precoce.
O tratamento para a Síndrome de Werner é principalmente preventivo e visa retardar a progressão dos sintomas. Exercício físico regular, alimentação saudável, evitar o sol e o uso de protetor solar são formas recomendadas para gerir a condição.
Mowat-Wilson
A síndrome de Mowat-Wilson é uma condição genética rara que afeta muitos sistemas corporais. Esta síndrome é caracterizada por uma combinação de sintomas que podem incluir deficiência intelectual, convulsões, crescimento lento, problemas específicos do trato urinário e defeitos cardíacos congênitos.
Uma característica que ajuda a identificar esta condição é uma aparência facial distintiva que inclui sobrancelhas espessas; olhos profundos e largamente espaçados; um nariz proeminente e pontiagudo; orelhas grandes e de baixa implantação; e um sorriso amplo e aberto. Notavelmente, as pessoas com a síndrome de Mowat-Wilson também podem ter problemas de comunicação e expressão social, apesar de serem muitas vezes muito sociáveis e gostarem de interação humana.
A síndrome de Mowat-Wilson é causada por mutações no gene ZEB2. Este gene está envolvido no desenvolvimento de muitas partes do corpo, incluindo o cérebro, coração, músculos, ossos e trato urinário. A mutação do gene ZEB2 interrompe o desenvolvimento normal de várias estruturas corporais, levando aos sintomas da síndrome de Mowat-Wilson.
O diagnóstico desta síndrome é feito com base na análise dos sintomas clínicos, na aparência facial típica e na análise genética identificando a mutação no gene ZEB2.
Atualmente não existe cura para a síndrome de Mowat-Wilson. O tratamento envolve gestão dos sintomas e suporte para maximizar a independência e qualidade de vida do indivíduo, incluindo fisioterapia, fonoaudiologia e, em alguns casos, intervenções cirúrgicas.
Donohue (Leptina)
A síndrome de Donohue, também conhecida como Síndrome de Leptin, é uma condição médica extremamente rara e grave que afeta a forma como o corpo de uma pessoa lida com a insulina, a hormona que ajuda a controlar os níveis de açúcar no sangue. Este distúrbio, que é geralmente evidente no nascimento, torna-se rapidamente progressivo e tem alta mortalidade nos primeiros anos de vida.
O síndrome é caracterizado por um atraso no desenvolvimento físico, baixo peso ao nascer, falha no crescimento, anormalidade facial (olhos grandes e largos separados, narinas para cima e boca grande), pele extremamente fina e hipoglicemia devido a uma maior sensibilidade à insulina.
A sua causa é uma mutação genética no gene INSR, que fornece instruções para a formação de receptores de insulina, estruturas que se ligam à insulina para que ela possa exercer a sua função: retirar o açúcar do sangue e colocá-lo nas células para ser utilizado para obter energia.
Infelizmente, não há cura para a síndrome de Donohue, e o tratamento está focado em controlar os sintomas e complicações. Devido à sua raridade e complexidade, o cuidado para a síndrome de Donohue é idealmente gerido por uma equipa de especialistas que têm experiência com a doença.
Hermansky-Pudlak
A síndrome de Hermansky-Pudlak é uma doença genética rara que se caracteriza pela ocorrência de albinismo (perda da cor nos olhos, pele e cabelo), problemas de hemorragia e outras complicações. É causada por mutações em pelo menos um de uma dúzia de genes diferentes que auxiliam na produção de proteínas necessárias para a correta formação e função de certos tipos de grânulos encontrados em células em todo o corpo.
Os sintomas podem variar muito de pessoa para pessoa, mas incluem normalmente problemas de visão devido ao albinismo, assim como tendência para hemorragias, que podem ser graves. Também pode haver complicações pulmonares, intestinais e renais.
O tratamento é geralmente focado no controlo dos sintomas, e a severidade da doença pode variar dependendo de quais genes específicos estão envolvidos. Não existe atualmente cura para a síndrome de Hermansky-Pudlak.
O nome da doença vem dos dois médicos - Dr. Frantisek Hermansky e Dr. Paulus Pudlak - que pela primeira vez descreveram a condição no início dos anos 1950.
Chediak-Higashi
A síndrome de Chediak-Higashi é uma doença genética rara que afeta várias partes do corpo. A principal característica desta síndrome é uma doença do sistema imunitário que leva a uma susceptibilidade aumentada a infeções.
As pessoas com esta síndrome têm um tipo de doença chamada albinismo oculocutâneo, que provoca cabelo, pele e olhos claros. O albinismo também provoca problemas de visão.
Outros problemas podem incluir problemas nos nervos periféricos (que estão fora do cérebro e da medula espinhal), movimento lento e dificuldade em coordenar movimentos físicos.
As crianças afetadas por esta síndrome podem desenvolver características conhecidas como fase acelerada. Durante esta fase, as células do sistema imunitário — que normalmente ajudam o corpo a combater a infeção — começam a danificar-se entre si. Este dano às células imunológicas provoca uma febre, icterícia e pode originar o alargamento do fígado e do baço.
Este é um distúrbio extremamente raro com graves consequências para a saúde. Atualmente, a única cura é o transplante de medula óssea.
Netherton
A síndrome de Netherton é uma doença genética rara que afeta a pele. É uma forma de ictiose, um grupo de doenças de pele que causam secura e descamação, mas com características adicionais.
Pessoas com síndrome de Netherton têm pele vermelha e escamosa (eritrodermia) desde o nascimento ou pouco tempo depois. Eles podem também ter cabelo fraco e quebradiço, alergias alimentares e um sistema imunitário enfraquecido que pode levar a infecções frequentes.
Outros sintomas podem incluir crescimento lento, especialmente na infância, dificuldade em ganhar peso, falta de nutrientes devido a problemas para absorver nutrientes dos alimentos (má absorção) e temperaturas do corpo que podem variar muito (dificuldade em regular a temperatura corporal).
Esta síndrome é causada pela mutação num gene chamado SPINK5 e é transmitida de pais para filhos, o que significa que a doença ocorre em famílias. O diagnóstico baseia-se no aspeto clínico da pele e do cabelo e pode ser confirmado por testes genéticos.
Não existe cura para a síndrome de Netherton, mas os sintomas podem geralmente ser geridos com tratamentos para a pele e cuidado médico regular. O prognóstico para pessoas com esta doença varia e depende da severidade dos sintomas. Alguns indivíduos podem viver uma vida quase normal, enquanto outros podem ter complicações graves.
WAGR
A síndrome WAGR é uma doença genética rara que pode afetar vários sistemas do corpo. O nome é uma sigla derivada das primeiras letras das condições que normalmente ocorrem juntas na síndrome:
- (W) Tumor de Wilms: Um tipo de cancro renal que ocorre principalmente em crianças.
- (A) Aniridia: Uma doença ocular caracterizada pela ausência total ou parcial da íris (a parte colorida do olho).
- (G) Anormalidades genito-urinárias: Problemas com os órgãos da reprodução e do sistema urinário.
- (R) Retardo mental (hoje referido mais apropriadamente como deficiência intelectual).
Indivíduos com síndrome WAGR têm um risco aumentado de desenvolver outros problemas de saúde, incluindo problemas comportamentais, como Transtorno do Espectro Autista, e problemas físicos, como atrasos no desenvolvimento motor.
A síndrome ocorre quando uma secção de informação genética é perdida (deletada) do cromossoma 11. As pessoas nascem com a síndrome. Esta pode ser detectada numa análise ao sangue que procura alterações nos cromossomas. Estes testes genéticos podem ser realizados antes do nascimento, em crianças ou em adultos.
O tratamento para a síndrome WAGR depende dos sintomas específicos. Por exemplo, o cancro pode necessitar de cirurgia, quimioterapia e/ou radioterapia, enquanto os problemas visuais podem exigir óculos ou lentes de contacto, ou, no caso de catarata, cirurgia.
Birt-Hogg-Dubé
A Síndrome Birt-Hogg-Dubé é uma doença genética rara que afeta a pele e os pulmões e pode aumentar o risco de certos tipos de tumores. Esta condição é caracterizada por vários sinais e sintomas.
Frequentemente, pessoas com esta síndrome desenvolvem benignamente malformações da pele (fibrofolículos), especialmente no rosto, pescoço e parte superior do tronco. Os gestantes também têm uma alta probabilidade de desenvolver quistos pulmonares e histórico de pneumotorax, que é o colapso de um ou ambos os pulmões.
Outra característica da Síndrome Birt-Hogg-Dubé é um aumento do risco de certos tipos de tumores renais. Embora a maioria das pessoas com esta síndrome desenvolva pelo menos um dos sinais ou sintomas característicos, algumas pessoas apresentam apenas problemas renais ou pulmonares.
A doença é causada por mutações no gene FLCN e a sua transmissão é feita segundo um padrão autossômico dominante, ou seja, uma cópia do gene alterado em cada célula é suficiente para expressar a doença.
Shprintzen-Goldberg
A síndrome de Shprintzen-Goldberg é uma doença genética rara caracterizada por anomalias craniofaciais, malformações esqueléticas, deficiência intelectual em alguns casos e alterações na aorta. As características craniofaciais podem incluir crânio alongado, olhos amplos e espaçados, lábios finos e orelhas proeminentes. As alterações esqueléticas podem ser apresentadas como vértebras anormalmente formadas, cifose ou escoliose, e dedos das mãos e pés longos e finos. Pessoas com este síndrome também podem ter um crescimento excessivo nos primeiros anos de vida.
A causa da síndrome é uma mutação no gene SKI. O diagnóstico é geralmente baseado numa avaliação clínica, imagens radiográficas, estudos genéticos moleculares e, ocasionalmente, testes cardiovasculares. Embora a síndrome de Shprintzen-Goldberg seja semelhante à síndrome de Marfan e à síndrome de Loeys-Dietz, ela tem características únicas e é causada por uma mutação num gene diferente.
O tratamento geralmente envolve uma abordagem multidisciplinar e pode incluir cirurgia para corrigir anormalidades esqueléticas e gerenciamento de problemas cardiovasculares. O prognóstico para indivíduos com síndrome de Shprintzen-Goldberg varia e depende em grande parte da gravidade dos sintomas cardiovasculares.
Esta condição é extremamente rara e a sua exata prevalência é desconhecida.
Aarskog-Scott
A síndrome de Aarskog-Scott é uma doença genética rara, herdada geralmente de forma recessiva ligada ao cromossoma X, que se caracteriza principalmente por atraso no crescimento, características faciais específicas e malformações nos dedos das mãos e dos pés.
As pessoas com esta síndrome têm geralmente uma estatura inferior à média. Quanto às características faciais, os indivíduos afectados podem apresentar uma cara arredondada com olhos largamente espaçados, uma ponte nasal achatada e um maxilar superior pequeno, dando uma aparência facial característica.
Também está associada à presença de diversas malformações na mão, nomeadamente um polegar largo e angulado e um curvamento anormal dos dedos. Nos pés, pode haver uma fenda entre o primeiro e o segundo dedos do pé e a presença de uma almofada adiposa na planta dos pés. Além disso, pode haver malformações cardíacas e, nos homens, uma possível anomalia nos testículos.
O diagnóstico desta síndrome é geralmente feito com base nos sinais físicos e pode ser confirmado por um estudo genético. O tratamento é sintomático e deve ser adaptado a cada caso, incluindo a reabilitação física, intervenção psicológica e, possivelmente, cirurgia para corrigir algumas das malformações.
Pallister-Killian
A síndrome de Pallister-Killian (também conhecida como tetrasomia 12p) é uma condição genética rara, caracterizada por uma série de sintomas físicos e mentais. Esta doença deve-se a uma alteração genética específica: a presença de um quarto cromossoma 12 extra, num tipo de células.
Os sintomas desta síndrome variam bastante de caso para caso, mas podem incluir atraso no desenvolvimento psicomotor, hipotonia (diminuição do tónus muscular), alterações na pigmentação da pele e características faciais distintivas, como a frente inclinada, olhos largos e afastados, boca pequena, nariz curto e um terceiro dedo das mãos ou dos pés encaracolado.
Apesar do atraso mental ser comum, algumas pessoas com a Síndrome de Pallister-Killian têm uma inteligência normal. Outros problemas de saúde, como problemas cardíacos, problemas de visão ou audição, convulsões e outras complicações médicas podem também estar associados a esta síndrome.
Atualmente, não há cura para esta síndrome. O tratamento consiste em gerir os sintomas e apoio educacional e de desenvolvimento para a criança. O prognóstico para as pessoas com a Síndrome de Pallister-Killian varia bastante e depende da gravidade e da variedade dos sintomas. Algumas pessoas afetadas podem ter uma esperança de vida normal, enquanto outras podem ter problemas de saúde sérios que limitam a sua longevidade.
Saethre-Chotzen
A síndrome de Saethre-Chotzen é uma condição genética que afeta o crescimento e desenvolvimento normais do crânio e dos ossos do rosto. É um tipo de condição chamada craniosinostose, que resulta numa fusão prematura das suturas cranianas (as linhas de conexão entre os ossos do crânio) em crianças.
Os sintomas da síndrome podem variar, mas geralmente incluem uma aparência assimétrica do crânio e da face, olhos largos e distantes, pálpebras caídas, estrabismo (desalinhamento dos olhos), baixa audição e, em alguns casos, desenvolvimento mental e crescimento lento. Pode também haver deformidades nas mãos e nos pés, como dedos curtos ou fusão de dois ou mais dedos.
O tratamento para a síndrome de Saethre-Chotzen geralmente envolve cirurgia para corrigir o formato irregular do crânio e evitar problemas com o desenvolvimento do cérebro. Também podem ser necessárias terapias de apoio, como fisioterapia e aconselhamento educativo, dependendo dos sintomas específicos.
Esta condição é causada por mutações num gene chamado TWIST1 e é herdada de uma maneira autossómica dominante, o que significa que uma cópia alterada do gene em cada célula é suficiente para causar a condição. No entanto, em alguns casos, não é identificada uma mutação no gene TWIST1, o que sugere que outros genes ainda não identificados também podem estar envolvidos.
Cockayne
A síndrome de Cockayne é uma rara desordem genética caracterizada por múltiplas anormalidades que variam muito em gravidade, freqüência e manifestação clínica entre os indivíduos afectados. Esta condição encontra-se presente desde o nascimento ou nos primeiros anos de vida.
Esta síndrome é caracterizada por atraso no desenvolvimento físico e mental, fotossensibilidade nos olhos, envelhecimento prematuro, características faciais distintas (rosto estreito e enrugado, nariz grande e proeminente), e vários problemas de saúde, incluindo surdez, catarata, doenças cardíacas, entre outros.
A síndrome de Cockayne é uma doença hereditária, passada de pais para filhos através de um padrão de herança autossómica recessiva, o que significa que ambos os pais têm que ser portadores do gene mutado para que a doença se manifeste no filho.
Infelizmente, não há cura para a síndrome de Cockayne e o tratamento é apenas de suporte e destinado a aliviar os sintomas. O prognóstico da doença é geralmente pobre, com muitos indivíduos afectados não sobrevivendo além da infância ou adolescência. No entanto, a gravidade e progressão dos sintomas podem variar bastante entre indivíduos.
5p-
A Síndrome 5p- (menos 5p), também conhecida como Síndrome de Cri du Chat, é uma condição genética rara provocada pela falta de uma porção do cromossoma 5. O nome "Cri du Chat" vem do francês e significa "chamada do gato", atribuído a esta síndrome por causa do grito agudo que as crianças com este distúrbio produzem, que se assemelha ao miado de um gato. Este som é causado por um desenvolvimento anormal da laringe.
As características da Síndrome de Cri du Chat podem incluir atraso no desenvolvimento, dificuldades de aprendizagem, características faciais distintivas, microcefalia (cabeça anormalmente pequena), hipotonia (tónus muscular baixo) e vários problemas de saúde, que podem variar consideravelmente de uma pessoa para outra. Algumas pessoas podem ter problemas de saúde graves, enquanto outras podem ter complicações mais leves.
A síndrome afeta cerca de 1 em cada 20.000 a 50.000 recém-nascidos e é ligeiramente mais comum em meninas do que em meninos. O diagnóstico é geralmente feito com base nos sinais clínicos presentes no nascimento, tais como o choro característico, e confirmado através de testes genéticos.
No que diz respeito ao tratamento, não existe cura, sendo este sintomático e de suporte, muitas vezes requerendo uma equipa de médicos e terapeutas (incluindo fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais e da fala, e educadores especiais). Embora as crianças com Síndrome de Cri du Chat possam ter atrasos significativos no desenvolvimento, muitas podem viver vidas felizes e saudáveis com os devidos cuidados e apoio.
Phelan-McDermid
A síndrome Phelan-McDermid, também conhecida como Deleção 22q13.3, é um distúrbio do desenvolvimento neurológico raro, caracterizado pela ausência ou danos no terminal do cromossoma 22. A síndrome é nomeada após as pesquisadoras Katy Phelan e Heather McDermid que primeiro caracterizaram a condição.
Os indivíduos com a síndrome Phelan-McDermid geralmente têm atrasos significativos no desenvolvimento, principalmente na aquisição da fala e das habilidades motoras. Além disso, muitos indivíduos com esta síndrome têm características de distúrbios do espectro autista.
Outras características físicas podem incluir: baixo tónus muscular, características faciais distintas, deformidades esqueléticas, entre outras.
A gravidade dos sintomas varia consideravelmente de pessoa para pessoa, e o tratamento é geralmente direccionado para os sintomas específicos apresentados por cada indivíduo. O tratamento pode compreender fisioterapia, terapia ocupacional, terapia da fala, entre outras.
O diagnóstico da síndrome Phelan-McDermid usualmente baseia-se numa combinação de características clínicas e em testes genéticos específicos que podem identificar a deleção do cromossoma 22q13.3.
Gorlin (nevoid basal cell carcinoma)
A síndrome de Gorlin, também conhecida como síndrome do carcinoma basocelular nevoide, é uma doença genética rara que aumenta o risco de se desenvolver várias formas de cancro, principalmente o carcinoma basocelular, que é uma forma de cancro da pele. O nome "nevoide" refere-se ao facto de que estes cancros têm uma aparência semelhante a nevos (ou sinais) na pele.
Além do risco aumentado de cancro, as pessoas com síndrome de Gorlin também podem ter várias anomalias físicas. Podem surgir problemas dentários, como dentes extra ou ausentes, assim como alterações ósseas que podem levar a uma aparência facial distinta. Além disso, há a possibilidade de desenvolver quistos nos ovários ou no coração, bem como tumores benignos no cérebro.
Esta síndrome é causada por uma mutação num dos genes responsáveis pelo controle do crescimento e divisão celular, o que leva a um crescimento e multiplicação de células de forma descontrolada, podendo levar à formação de tumores.
O diagnóstico é baseado em critérios clínicos, que incluem a presença de múltiplos carcinomas basocelulares ou um carcinoma basocelular com menos de 20 anos de idade, entre outras características físicas e histórico médico. O tratamento depende dos sintomas específicos e pode incluir cirurgia, radiação, e monitoramento frequente para identificar novos tumores.
É importante ressaltar que esta é uma condição rara e complexa que requer cuidados médicos especializados. Se alguém suspeita que pode ter a síndrome de Gorlin, deve consultar um médico ou um conselheiro genético.